A Lua não é oca! Novo estudo sugere a composição do núcleo lunar
Tecmundo
Segundo alguns seguidores de teorias da conspiração, a Lua é oca, contudo, os cientistas discordam profundamente dessa visão. Em um novo estudo publicado na revista científica Nature, pesquisadores do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS) explicam o qual é a composição do núcleo da Lua.
Conforme o estudo explica, o núcleo interno da Lua é formado uma metal sólido em formato de bola com uma densidade semelhante à do ferro. Os cientistas analisaram dados sísmicos e ondas acústicas para entender do que se trata a composição do interior do satélite natural — a mesma tecnologia foi utilizada para descobrir o que há no núcleo da Terra e de Marte.
Para fazer a descoberta, a equipe de cientistas utilizou dados da Lua coletados durante missões espaciais e experimentos com lasers lunares. Assim, eles compilaram várias caraterísticas do satélite natural, como a variação em distância e densidade em relação à Terra, grau de deformação pela interação gravitacional com nosso planeta, entre outros atributos.
Os cientistas já sabem que a Lua é formada por um núcleo externo fluido, contudo, a composição do núcleo interno da Terra ainda permanece em debate. Por isso, o novo estudo propõe que o núcleo lunar é muito semelhante ao núcleo da Terra, com uma camada externa líquida seguida por uma camada interna sólida.
Modelo do núcleo lunar criado pelos cientistas; em 2011, outra equipe de pesquisadores também encontraram evidências de que a Lua é formada por um núcleo sólido.
Em uma modelagem do núcleo lunar, os pesquisadores detalham que o núcleo externo tem um raio de cerca de 362 quilômetros; já o núcleo interno tem cerca de 258 quilômetros e densidade de cerca de 7.822 quilos por metro cúbico. Ou seja, a semelhança com a densidade do ferro sugere que o centro da Lua é semelhante ao núcleo da Terra.
Eles também perceberam que o material mais denso do núcleo lunar cai em direção ao centro e o material menos denso sobe — esse movimento é conhecido como convecção. O estudo sugere que isso explicaria certos elementos em regiões vulcânicas da Lua, como a presença de compostos semelhantes ao ferro na superfície da Lua.
Possivelmente, os dados do estudo serão confirmados quando a humanidade retornar à Lua a bordo da Artemis II, a nova missão tripulada da NASA prevista para acontecer em meados de 2024.
“Nossos resultados questionam a evolução do campo magnético da Lua graças à sua demonstração da existência do núcleo interno e apoiam um cenário global de reviravolta do manto que traz informações substanciais sobre a linha do tempo do bombardeio lunar nos primeiros bilhões de anos do Sistema Solar”, disse o líder do estudo e astrônomo do CNRS, Arthur Briaud.