Amazon muda regras de devolução de e-books em apoio aos autores
Tecmundo
Nesta semana, a Amazon encerrou um problema que perdura há mais de uma década em sua plataforma. O caso em questão é relacionado aos e-books, ou livros eletrônicos, que poderiam ser adquiridos virtualmente e devolvidos em até sete dias, caso o usuário mudasse de ideia. Agora, a devolução será limitada a obras que tiveram até 10% de seu conteúdo acessado pelos leitores.
Em mais detalhes, o problema nesse modelo ganhou maior notoriedade apenas recentemente, quando o nicho dos entusiastas por leitura do TikTok compartilhou um "macete" para burlar a Amazon. Na prática, a técnica consistia em terminar uma obra em até uma semana corrida e solicitar a devolução do dinheiro à plataforma — atitude que deveria ferir os bolsos da Gigante do Comércio, segundo os criadores de conteúdo.
Entretanto, o caso chamou a atenção da Guilda dos Autores, organização norte-americana que representa a respectiva comunidade local. A entidade interviu e esclareceu que a atitude não funcionaria como um boicote à Amazon , mas aos próprios autores, que chegaram até mesmo a ficar com saldo negativo na plataforma após as ondas de devolução.
Sem mais delongas, a Amazon ouviu as reclamações e estabeleceu as novas regras, que devem entrar em vigor até o fim deste ano. Agora, os pedidos de devolução em obras com mais de 10% do conteúdo acessado serão revisados manualmente por um humano, mas já começarão a ser limitados ou bloqueados nas próximas semanas.
Conforme pondera o TechRadar, a decisão pode ter brechas com potencial para prejudicar os leitores mais casuais. Por exemplo, a diferença nos tamanhos em variadas obras: 10% de um livro de ficção é significativamente maior que a mesma métrica em uma coleção de poemas ou contos. Nesse contexto, o consumidor teria uma amostra muito menor do conteúdo a ser consumido.
Todavia, os autores terão maior segurança em publicar suas obras na Amazon, algo que não apenas incentiva a leitura como democratiza o acesso às obras.