Anúncio de vaga na dark web tem salários de até R$ 102 mil por mês
Tecmundo
Enquanto as grandes empresas de tecnologia demitem milhares de trabalhadores, o setor de crimes cibernéticos parece passar por um momento de crescimento. Organizações de hackers têm se estruturado como negócio, recrutando “profissionais” na dark web com salários mensais atraentes, férias e plano de saúde.
Essas conclusões fazem parte de um relatório divulgado na segunda-feira (30) pela empresa de cibersegurança Kaspersky, após analisar mais de 200 mil anúncios de empregos publicados em 155 sites clandestinos entre março de 2020 e junho de 2022.
Das posições oferecidas pelos recrutadores, um terço era para horário integral e outra percentagem semelhante acenava com horário flexível. A maior remuneração detectada pelos analistas da Kaspersky foi de US$ 20 mil (cerca de R$ 102 mil), enquanto especialistas em ataques eficazes poderiam embolsar um salário de até US$ 15 mil (R$ 77 mil) por mês.
Trabalho mais bem pago detectado pelos analistas. (Fonte: Kaspersky/Divulgação.)
Como todo processo de contratação, a seleção começa com uma análise de currículo ou portfólio enviado, ocorrendo até mesmo uma sessão de entrevistas com o candidato à vaga. Em um grande número de anúncios identificados pela Kaspersky, os futuros empregadores prometiam pagar cerca de US$ 300 (R$ 1,5 mil) apenas por uma tarefa de teste.
Em outra proposta, mais avançada, o teste consistia em uma triagem por etapas, na qual o candidato deveria criptografar uma DLL (biblioteca) de teste em 24 horas, para torná-la indetectável por antivírus.
Com tantos benefícios, vale a pena lembrar os riscos de se candidatar a um emprego oferecido por empregadores na dark web, e a inexistência de um contrato de trabalho legalmente firmado é o menor deles. Como a prioridade das equipes de investigação de crimes cibernéticos é obter a identidade dos hackers, a probabilidade de exposição — e prisão — está sempre presente.
Menor e maior remuneração em cada vaga de emprego na dark web. (Fonte: Kaspersky/Divulgação.)