Bitcoin gera mais impacto climático que produção de carne bovina
Tecmundo
Uma pesquisa da Universidade do Novo México, nos EUA, cita que a mineração de Bitcoin (BTC) causa mais impacto ambiental que a indústria de carne bovina. Para mais, a moeda digital é sete vezes mais danosa do que a extração do ouro real.
O estudo comparou o impacto ao meio ambiente da criptomoeda com outros commodities entre janeiro de 2016 e dezembro de 2021. Também foi analisado se o preço de mercado da moeda digital excede o custo econômico dos danos climáticos causados pelo processo.
Bitcoin é vendido como o "ouro digital", mas é visto por especialistas como um "petróleo digital".Fonte: Aleksi Räisä
Bandeiras vermelhas de sustentabilidade
A pesquisa aponta que a mineração de Bitcoin usou 75,4 terawatts-hora por ano em 2020. O número é superior ao uso de energia anual de países como a Áustria (69,9 Terawatts-hora por ano) e Portugal (48,4 Terawatts-hora por ano).
Outro dado revela que as emissões de energia na mineração passaram de 0,9 toneladas por extração da moeda digital em 2016 para 113 toneladas em 2021. Além disso, um bitcoin extraído em 2021 custou US$ 11.314 em danos climáticos (cerca de R$ 58,4 mil).
No geral, os danos climáticos causados pela extração foram superiores a US$ 12 bilhões em 2021 (aproximadamente R$ 56,8 bilhões). Esse valor é equivalente a apenas 25% dos preços de mercado da criptomoeda.
Assim como o Ethereum, o Bitcoin deve pensar em formas de mineração sustentável.Fonte: Pierre Borthiry/Unsplash
Segundo o estudo, entre 2016 e 2021, a média do dano relativo à mineração de Bitcoin foi de 35%. O impacto é ligeiramente superior à produção de carne bovina (33%) e bem acima da mineração de ouro (4%), mas ainda é menor que a energia elétrica produzida por gás natural (46%) e na produção de gasolina a partir do petróleo bruto (41%).
“Os resultados representam um conjunto de bandeiras vermelhas de sustentabilidade. Embora o Bitcoin seja promovido como o ‘ouro digital’, a criptomoeda está mais para um ‘petróleo digital’ pelo ponto de vista de danos climáticos”, disse um dos autores do artigo à Nature.