Celsius: uma das maiores startups de criptomoedas está falida
Tecmundo
Uma das maiores companhias de ativos digitais do mercado, a empresa de empréstimos de criptomoedas Celsius Network, sediada em Nova Jersey, nos EUA, entrou com um pedido de proteção contra falência, um mês após ter congelado os saques de seus clientes. A decadência acelerada do preço das moedas digitais nos últimos meses pode ter sido fatal para a manutenção do modelo de negócios da startup.
Avaliada em US$ 3,25 bilhões (R$ 17,8 bilhões), a empresa recebeu, em novembro do ano passado, US$ 750 milhões (R$ 4,1 bilhões) em uma rodada de financiamentos série B, a terceira etapa feita por investidores anjo em startups. O valor recebido, que não é mais considerado inicial, mas sim de risco, foi considerado “excessivo” pela Celsius no pedido judicial.
Apontada como “necessária” por ser uma “oportunidade de estabilizar seus negócios”, a solicitação apresentada ao tribunal federal de Nova York tem como base o Capítulo 11 da lei de falências norte-americana que permite ao devedor manter seus ativos, se opor às demandas dos credores, prorrogar pagamentos de dívidas, e até mesmo reduzi-las unilateralmente.
Fonte: Shutterstock/Reprodução.
Por que a Celsius está pedindo falência?
O anúncio de solicitação de recuperação judicial anunciado pela Celsius ocorre após semana de especulações e boatos sobre sua solidez financeira. Prometendo os melhores retornos financeiros e garantindo ser a opção de menor risco, a startup acabou se estabelecendo como um dos maiores bancos de criptomoedas do mundo com mais de 100 mil credores.
Com “algo entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões em ativos e passivos”, conforme alegou no seu pedido de falência, a startup aceitava depósitos em Bitcoin, Ethereum e Tether, e pagava aos seus clientes, semanalmente, juros de até 18% ao ano. A empresa se orgulhava de ser chamada por mais de 1,7 milhão de usuários de “Celsius, sua casa para criptomoedas”.
Para cumprir tais compromissos, a empresa fez grandes e arriscadas apostas em empreendimentos não testados, segundo o Financial Times.