Comitê da Meta decide que slogan pró-Palestina não deve ser banido nas redes
Tecmundo
O Comitê de Supervisão da Meta anunciou nesta quarta-feira (4) uma importante decisão sobre o uso da expressão “do rio ao mar” nas redes sociais da empresa. O slogan, adotado por ativistas pró-Palestina, não foi considerado discurso de ódio quando citado em publicações relacionadas ao conflito entre Israel e Palestina.
Com o órgão independente confirmando que a frase não necessariamente viola as políticas de conteúdo da companhia, ela está liberada para ser utilizada em postagens e comentários no Instagram e no Facebook sobre os desdobramentos da crise. A decisão veio após três casos que fizeram os usuários acionarem a moderação.
Em todos eles, internautas usaram a citação em comentários no Facebook e outros sinalizaram essas postagens como violação às regras da plataforma, indicando discurso de ódio. Como a rede social não fez as remoções, os autores das denúncias recorreram ao conselho de supervisão, que por sua vez considerou a decisão correta.
No comunicado, o comitê da Meta afirmou não haver indícios de violação das políticas, pois as postagens “não atacam judeus ou israelenses com apelos à violência ou exclusão, nem atacam um conceito ou instituição associada a uma característica protegida que poderia levar à violência iminente”. A entidade destacou, ainda, que os conteúdos trazem sinais contextuais de solidariedade aos palestinos.
Discórdias sobre o uso da frase
Usada desde a década de 1960, a frase tem sido alvo de muitas discussões nos últimos anos devido às diferentes interpretações. “Do rio ao mar, a Palestina será livre” faz referência à área entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, que contempla os territórios de Israel, Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Segundo os ativistas pró-palestinos, ela significa um apelo à paz e à igualdade de direitos, diante das décadas de ocupação israelense, reivindicando o território para a população árabe. Já para quem está do outro lado, a citação liberada pela Meta seria uma clara alusão à destruição de Israel. Por extensão, a frase poderia ser considerada antissemita.
Em relação à decisão do comitê, mais de 2,3 mil pessoas e organizações enviaram comentários, segundo maior número de manifestações recebidas pelo grupo até então. A quantidade só foi inferior às do caso envolvendo a suspensão do perfil do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2021.