Como o Brasil pode exportar tecnologia no futuro?
Tecmundo
O Brasil é o país da tecnologia. Essa é uma afirmação que podemos fazer em um futuro a longo prazo, mas não será uma tarefa fácil chegar até lá! Quando falamos sobre o avanço da tecnologia no país, o que está em jogo é o crescimento da economia nacional.
Um dos primeiros desafios a solucionar é a reformulação da nossa política de fomento à ciência e inovação . Essa é a base de uma estratégia inteligente para tornar o Brasil mais competitivo e referência em exportar tecnologia.
A história é quem nos dá a cartilha para enxergar oportunidades. Governos de países como Japão, Coreia do Sul, China e Alemanha investiram pesado ao longo dos anos na formação de cientistas, engenheiros, professores e técnicos.
As iniciativas pública e privada se uniram para educar e reter mentes com conhecimento especializado em seus territórios. A consequência? Diversificação dos investimentos nos países e aumento na comercialização de produtos com valor agregado.
Saiba mais sobre a evolução da tecnologia no Brasil, identificando as áreas em que o país se destaca e entendendo o que é preciso fazer para alcançarmos a promessa de sermos um grande exportador de tecnologia no futuro.
A evolução da tecnologia no Brasil carrega a herança do colonialismo. Por um lado, o país aprendeu a extrair seus recursos naturais e há décadas lidera a exportação mundial de commodities, matérias-primas produzidas em grande quantidade como café, soja, açúcar, petróleo e minérios.
Por outro lado, a economia brasileira tem grande dependência desse tipo de comércio, tornando-se refém dos preços das commodities no mercado internacional.
Além disso, a falta de infraestrutura e investimentos em pesquisa e desenvolvimento compromete a conservação das reservas naturais, que se esgotam e comprometem a segurança da população brasileira.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja.
O crescimento no setor de tecnologia no Brasil é um caminho que pode equilibrar essa balança. Um marco importante foi a criação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS) em 2005.
Esse programa incentivava a manutenção de empresas que produziam dispositivos semicondutores ou displays, desde a concepção até a fabricação, e atração de investimentos estrangeiros.
O governo brasileiro também lançou outras iniciativas para promover a inovação e o empreendedorismo, como a criação de parques tecnológicos e incubadoras de empresas.
Foto aérea do Parque Tecnológico do Rio.
O desenvolvimento de aplicativos e serviços online no país também abriu novas oportunidades para empreendedores e startups brasileiras.
Contudo, a política de investimento em ciência e tecnologia não é constante e suficiente para que o Brasil cresça expressivamente nesse setor.
Um relatório do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) aponta que o Brasil investiu 1,21% do PIB de 2019. Japão, Alemanha e Estados Unidos investiram mais de 3% do PIB nesse mesmo período.
O Brasil tem se destacado em diversas áreas quando se trata de tecnologia. Alguns setores que podemos destacar são:
Para que o Brasil possa exportar tecnologia e se destacar nessa área, é necessário desenvolver estratégias que permitam a entrada no mercado global. Vejamos exemplos de táticas a seguir!
O governo pode fornecer incentivos fiscais e financiamento para projetos de P&D, estimulando a criação de novas tecnologias.
O Brasil pode investir na criação de um ambiente favorável para startups, fornecendo suporte financeiro e jurídico, facilitando o acesso a capital de risco e promovendo parcerias com empresas internacionais.
Fortalecer a educação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) é uma forma de incentivar a formação e permanência no país de profissionais altamente qualificados nas áreas de ponta.
Acordos bilaterais e programas de intercâmbio podem facilitar a transferência de tecnologia e conhecimento entre países, abrindo portas para a exportação de tecnologia brasileira.
Para ser competitivo no mercado global, o Brasil precisa entender as necessidades dos clientes globais, adaptar os produtos às suas preferências e garantir qualidade e inovação.
Em resumo, o Brasil tem a faca e o queijo na mão para se posicionar como um centro de inovação e exportação de tecnologia.
Dizer adeus à mentalidade colonial de concentração de terras e exploração irresponsável dos recursos naturais é o mesmo que abrir portas para um ambiente favorável à tecnologia e ao desenvolvimento socioeconômico.