Da Lua fujona ao Sol de dieta: confira as 6 mudanças ocorridas no Universo em 2023
Tecmundo
Quem observa o céu noturno à noite, mesmo por meio de instrumentos ópticos, não tem ideia de como o Universo evolui a taxas contínuas e impressionantes, a cada ano. Em 2023 não foi diferente, eventos cósmicos se sucederam, e bilhões de interações entre planetas, luas e galáxias ocorreram, a maioria deles ainda incompreensível para nós. Confira as mais marcantes abaixo!
O movimento anual de afastamento da Lua se chama recessão lunar.
Nossa colega celestial mais próxima, a Lua, ficou mais distante de nós 3,78 cm em 2023. Esse distanciamento gradual, que ocorre todos os anos, é chamado de recessão lunar e tem como causa principal a transferência da energia rotacional da Terra para o satélite devido às marés oceânicas.
Para os olhos humanos, esse movimento é quase imperceptível, mas, a longo prazo, algumas implicações começam a ser notadas, como a duração do dia, a intensidade das marés e até mesmo o ângulo de inclinação do eixo da Terra.
Em 2023, nossos dias ficaram cerca de 0,017 milissegundo mais longos.
A rotação da Terra está desacelerando justamente pelo mesmo motivo que a Lua se afasta de nós, ou seja, a transferência de momento angular para o nosso satélite natural através das forças de maré. Isso significa que a energia que transferimos para a Lua diminui a rotação da Terra em cerca de 1,7 milissegundos por século, o que aumentou a duração dos nossos dias em 0,017 milissegundo em 2023.
Para se ter uma ideia do que isso representa na escala de tempo geológica, basta lembrar que, quando os dinossauros surgiram no Triássico, há cerca de 230 milhões de anos, o dia terrestre durava só 22 horas e 40 minutos.
O aumento da órbita da Terra em milhões de anos é chamado de recessão orbital.
Para matar de inveja quem está tentando perder peso após as festas de fim de ano, o Sol perdeu, somente no ano passado, cerca de 174 trilhões da sua massa, devido à fusão termonuclear do hidrogênio em hélio, liberada sob forma de luz.
Logicamente, à medida que o Sol “emagrece”, a sua influência gravitacional sobre os planetas enfraquece levemente. Portanto, a expansão gradual da órbita terrestre resulta da redução da interação gravitacional com o Sol, mas a quantidade é mínima e ocorre em escalas de tempos astronômicas.
Estrelas nascidas na nuvem de gás Rho Ophiuchi são semelhantes ao nosso Sol.
Todos os dias, milhões de estrelas nascem no Universo, tornando o cosmos mais luminoso. Particularmente em 2023, aconteceram algumas descobertas significativas, como seis galáxias gigantescas formadas entre 500 milhões a 700 milhões de anos após o Big Bang.
Também no ano passado, o Telescópio Espacial James Webb mostrou imagens de nascimento de estrelas parecidas com o nosso Sol na nuvem de gás Rho Ophiuchi, a 290 milhões de anos-luz da Terra. Nas fotos, é possível observar uma região, com cerca de 50 estrelas jovens.
Andrômeda está se deslocando velozmente em nossa direção, mas o encontro ainda demora.
A galáxia de Andrômeda, nossa vizinha em espiral mais próxima, está em rota de colisão com a Via Láctea, onde a Terra está hospedada, a uma velocidade estimada de 110 quilômetros por segundo. Como as estrelas de ambas são muito espaçadas, é possível que, mesmo em caso de uma fusão, as estrelas individuais não colidam entre si.
A má notícia é que a interação entre as duas galáxias, que poderá dar origem a uma mega galáxia elíptica gigante, afetará as estruturas de todos os atores, podendo resultar em catástrofes. A boa notícia é que temos entre quatro a cinco bilhões de anos para pensar em uma solução.
A cada 3,26 milhões de anos-luz, o Universo se expande 67 ou 74 km por segundo.
A expansão do Universo, que ocorre de forma contínua, é um fenômeno previsto na cosmologia moderna. Em 2023, isso não foi diferente, seguindo uma taxa de expansão, conhecida como constante de Hubble, e impulsionado pela misteriosa energia escura que “estica” o espaço.
No entanto, é importante notar que a expansão do Universo é um conceito que se aplica em escalas muito grandes, bem além das distâncias entre galáxias individuais. Em escalas menores, como dentro de grupos e aglomerados de galáxias, a gravidade domina e impede que elas se afastem entre si.
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