E se alguém roubasse a sua sequência de DNA? Veja os riscos
Tecmundo
Depois que a empresa de testes genéticos 23andMe anunciou recentemente que quase 7 milhões de pessoas foram vítimas de uma violação de segurança, muitos usuários ficaram preocupados. Afinal, o que hackers poderiam fazer com as informações dos seus testes de ancestralidade de DNA ?
A princípio, uma sequência de DNA é apenas uma série de letras (A, C, G e T) que representam a estrutura primária de uma molécula ou cadeia de Ácido Desoxirribonucleico, com a capacidade de carregar informações sobre um indivíduo. As sequências vêm normalmente impressas lado a lado, de cinco a três e sem espaços. Algo como AAAGTCTGAC, por exemplo.
Apesar de não ter sido relatado qualquer vazamento de registro de DNA , o assunto preocupa, pois, nos casos em que usuários têm expostos seus dados de endereço, telefone e cartão de crédito, sempre há a possibilidade de alterar rapidamente essas informações. Mas, como mudar a sequência do seu material genético sem destruir parte dele?
Para identificar uma pessoa, são necessárias outras informações além do DNA.
Embora seja muito difícil identificar uma pessoa somente a partir das suas informações genéticas , o risco é quando essas informações vêm acompanhadas de outros dados, como histórico médico, data de nascimento ou CEP, que são normalmente os dados solicitados por essas empresas de testes genéticos em domicílio.
De acordo com o diretor do Centro de Direito e Biociências da Escola de Medicina de Stanford, Hank Greely, "se for acompanhado de informações de saúde, podemos dizer que se trata de uma mulher de 39 anos do condado de Westchester, com 1,75 m de altura, olhos azuis e fibrose cística — não seria tão difícil. para que alguém encontre você”. afirmou em entrevista à NBC News.
O primeiro desafio para os hackers é interpretar corretamente os dados genéticos.
Parece que a grande questão aqui é: por que alguém fora das áreas da saúde e pesquisa se interessaria pelo seu DNA? Descontados os intrometidos de plantão, talvez os grandes candidatos a essas informações genéticas sejam companhias de seguros e empregadores inescrupulosos.
Dentro dessa linha de raciocínio, uma seguradora poderia, teoricamente, rejeitar a sua adesão a um plano de seguro saúde se o seu perfil genético indicar um potencial risco para doenças cardíacas. Mas mesmo esse caso é protegido por lei, pelo menos nos EUA, onde existe, desde 2008, uma Lei de Não-Discriminação de Informação Genética.
É lógico que leis podem ser mudadas, principalmente para proteger as grandes corporações, sem contar que os testes genéticos tendem a ser cada vez mais avançados. Mas, nos dias de hoje, além dos contratempos legais, um voyeur de DNA ainda teria dois desafios: primeiro saber realmente o que aquelas informações dizem sobre você, e depois descobrir como obter dinheiro, ou alguma vantagem, com isso.
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