Energia nuclear é renovável?
Tecmundo
Nos últimos anos, energia nuclear tem sido um assunto muito comentado por cientistas, especialistas e entusiastas da área de energia renovável . Enquanto algumas pessoas se preocupam com a palavra 'nuclear' e imaginam bombas e desastres perigosos , outras sugerem que o formato ainda vai revolucionar o consumo de energia no planeta Terra.
A maior preocupação da população e dos governos são os materiais utilizados para produzir esse tipo de energia, pois são tóxicos e emitem radiação. Contudo, esse processo não utiliza combustíveis fósseis e, por isso, é apoiada por diversos especialistas e defensores do meio ambiente.
Será que a energia nuclear é realmente renovável?
A energia nuclear foi descoberta no final dos anos 1930, quando os cientistas Otto Hahn, Fritz Strassman e Lise Meitner, observaram a fissão nuclear em um teste de irradiação de urânio com nêutrons — até hoje, o elemento mais usado para a geração de energia nuclear é o urânio. Eles perceberam que uma enorme quantidade de energia foi liberada após a fissão, que pode ser aplicada em diferentes usos, como a geração de eletricidade.
A reação acontece quando átomos são organizados em um reator nuclear e divididos durante o processo de fissão, criando uma reação em cadeia controlada da divisão desses átomos. Ao gerar essa energia, os reatores conseguem converter o calor nuclear em eletricidade — o formato também pode ser usado para diferentes fins, como para o aquecimento de edifícios, dessalinização da água, produção de hidrogênio, entre outros usos.
“A energia nuclear é uma forma de energia liberada do núcleo, o núcleo dos átomos, formado por prótons e nêutrons. Essa fonte de energia pode ser produzida de duas formas: fissão – quando os núcleos dos átomos se dividem em várias partes – ou fusão – quando os núcleos se fundem”, descreve a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA).
Atualmente, existem mais de 400 usinas nucleares em todo o mundo que produzem energia nuclear comercial, mas o modelo ainda é controverso por conta da radiação e de outros perigos que podem surgir durante a produção. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de um quinto de toda a energia produzida é de usinas nucleares.
Um dos maiores diferenciais da reação nuclear é a possibilidade de produzir energia 24 horas por dia e, por isso, também é um dos assuntos mais debatidos da área. Mas essa energia não é exatamente renovável ou totalmente livre de dióxido de carbono (CO2), como a maioria das pessoas acredita.
Uma das discussões mais comuns sobre o uso da energia nuclear é a possibilidade de grandes acidentes, como o desastre de Chernobil.
A energia renovável, também conhecida como energia verde, é um formato de produção de energia sustentável que visa reduzir os impactos ambientais na natureza. Além de diminuir a produção de dióxido de carbono, a energia renovável também reduz os poluentes atmosféricos, a contaminação do solo e da água, o desmatamento, e mais — não é à toa que o investimento nessa área tem aumentado cada vez mais.
Comumente, as fontes renováveis podem produzir energia diariamente e utilizam equipamentos que não causam efeitos negativos na natureza. Existem diferentes tipos de produção de energia limpa, como a energia eólica, a hídrica, a geotérmica, a das ondas das águas, entre outras.
As usinas nucleares realizam uma série de processos para produzir a energia nuclear, também conhecida como energia atômica, por meio da fissão — na maioria das vezes, de urânio. A primeira etapa é a própria fissão, que libera calor e aquece a água do reator, transformando-a em vapor. Então, o vapor movimenta as turbinas e, por meio da energia cinética, produz a energia elétrica.
Não é renovável, mas o formato é considerado uma opção viável.
Contudo, a energia nuclear não é renovável, como muitas pessoas acreditam. A realidade é que ela não usa nenhum tipo de recurso reabastecido pela própria natureza, por meio do sol, ventos ou marés, para produzir energia elétrica. Em contrapartida, os defensores da energia nuclear argumentam que o processo de fissão não emite dióxido de carbono para a atmosfera e, por isso, não faz nenhuma contribuição negativa para o aquecimento global — mas isso não é exatamente verdade.
Apesar de o processo de fissão com o urânio emitir proporções praticamente nulas de CO2, ainda existem etapas da produção de energia nuclear que emitem dióxido de carbono. Por exemplo, algumas usinas usam combustíveis fósseis para a etapa de enriquecimento do urânio — outro problema comum é o lixo dessas usinas que, comumente, são nocivos e altamente tóxicos ao meio ambiente.
De qualquer forma, é importante destacar que não existe nenhum tipo de energia completamente limpa, já que qualquer processo de produção gera resíduos. Inclusive, a depender do formato de produção, a energia renovável pode ser mais ou menos 'suja'. Por exemplo, a produção centralizada, que acontece em usinas e parques, pode gerar mais impacto que a produção descentralizada de painéis solares, usados por cidadãos comuns.