Estrela 'Kaiju' pode ajudar a explicar mais sobre a matéria escura
Tecmundo
De acordo com um estudo publicado na revista de pré-impressão ArVix, uma equipe de cientistas encontrou uma estrela 'Kaiju' nos confins do nosso universo, um objeto cósmico que pode ajudar a responder alguns dos mistérios sobre a matéria escura . Nomeada de Mothra, a estrela foi batizada em homenagem aos monstros gigantes da cultura japonesa, como o Godzilla, conhecidos como Kaiju.
Segundo os dados coletados, a luz da estrela pode estar sendo desviada pela matéria escura. Até o momento, a ciência compreende apenas de 5% da composição do universo. O resto ainda é um grande mistério: 25% é composto por matéria escura, enquanto os outros 70% são de energia escura.
Os cientistas explicam que só conseguiram visualizar o par de estrelas por conta de duas lentes gravitacionais: uma causada pelo aglomerado de galáxias MACS0416, entre a Terra e a estrela; e outra por algo mais misterioso. Inclusive, Mothra só foi descoberta por conta das lentes gravitacionais observadas durante a pesquisa.
Para descobrir a estrela Kaiju e a possível característica de matéria escura, os cientistas compararam dados coletados pelos telescópios espaciais James Webb e Hubble.
Em observações anteriores, os pesquisadores nomearam outro objeto cósmico gigante de Godzilla — considerado o ‘primeiro Kaiju do espaço’.
“A semelhança entre a fonte discutida neste artigo e Godzilla reside no fato de que ambas são estrelas extremamente luminosas, ambas são consideradas variáveis intrínsecas e ambas são altamente ampliadas por uma subestrutura escura que não é detectada diretamente e com uma massa na gama de galáxias anãs”, os pesquisadores descrevem no estudo.
Durante o estudo, a equipe analisou dados de 12 estrelas distantes que só eram visíveis por conta de lentes gravitacionais, contudo, apenas Mothra foi considerada semelhante suficiente à Godzilla, pois ambas estão em galáxias com desvio para o vermelho e a aproximadamente 15 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Apesar de o nome elegante, a estrela foi oficialmente nomeada de EMO J041608.8-240358.
O Redshift, ou desvio para o vermelho em português, é a medida de luz vermelha em objetos espaciais distantes, como galáxias. Quanto mais distante no espaço, mais a luz é 'esticada' e faz o desvio para o vermelho. Por isso, os instrumentos infravermelhos do telescópio James Webb são tão poderosos e podem capturar imagens de objetos cósmicos a bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Ao analisar mais profundamente, os cientistas perceberam que Mothra é um sistema binário composto por uma estrela vermelha que brilha até 50 mil sóis e uma estrela azul com poder luminoso de até 125 mil sóis. A partir de agora, os cientistas devem intensificar seus estudos para compreender se uma das lentes gravitacionais está de fato sendo ocasionada pela presença da matéria escura — e assim, descobrir mais sobre a matéria escura.
“A existência desta descoberta é totalmente consistente com as expectativas do modelo padrão de matéria escura fria. Por outro lado, a existência de uma subestrutura tão pequena em um ambiente de aglomerado tem implicações para outros modelos de matéria escura”, explica o astrofísico do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha, José Diego, líder do estudo.
Mantenha-se atualizado sobre as novidades da astronomia aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para ver também a estranha galáxia sem matéria escura .