Genômica nutricional: qual é a relação entre genes e nutrientes?

Embora o campo da genômica nutricional ainda esteja sendo descoberto, ele está se movendo de forma bastante rápida, já que o interesse nele é apoiado pela crescente conscientização sobre a influência da dieta na saúde humana e seu potencial em relação à minimização do risco de desenvolver várias doenças, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas e oncológicas.

Desde o lançamento do Projeto Genoma Humano na década de 1990 e o subsequente mapeamento do sequenciamento do DNA humano , a nutrigenômica vem crescendo com o potencial de estabelecer bases de abordagens nutricionais adaptadas aos indivíduos.

A ingestão de nutrientes afeta nossos genes, assim como também é afetada por eles. A capacidade do corpo de absorver nutrientes e usá-los de forma eficaz pode variar muito entre os indivíduos, assim como a nutrição também pode afetar como os genes se expressam, levando até mesmo a mudanças no fenótipo.

A interação entre nutrição, metabolismo e expressão genética é obrigatória para a manutenção da homeostase corporal. A variação genética é a principal base para a divergência de pessoa para pessoa em relação à dieta.

A Nutrigenômica é o estudo de como os genes e a dieta (nutrientes) interagem. Ela é uma das aplicações da genômica, que trata do estudo do efeito da nutrição nas vias metabólicas e na expressão gênica, girando em torno da compreensão da interação entre os genomas e os nutrientes no nível molecular para determinar como nutrientes específicos e o regime alimentar podem afetar a saúde humana.

Variantes genéticas podem prever como o corpo responde a alguns nutrientes

As variantes genéticas preveem como o corpo de um indivíduo responderá a certos nutrientes. Por exemplo, variantes no gene FTO afetam diretamente seu metabolismo, gasto de energia e balanço energético, bem como controle de peso. As variantes do gene FTO determinam como seu corpo metabolizará carboidratos, gorduras e proteínas.

Sabendo disso, é possível escolher um plano alimentar — com o auxílio de um profissional nutricionista — que funcione bem de acordo com sua genética. Os resultados dos testes nutrigenômicos ajudam para que decisões dietéticas sejam mais precisas com o tempo.

Em alguns indivíduos, a dieta pode ser um importante fator de risco para diversas doenças, como diabates ou doenças cardiovasculares. A nutrigenômica permite determinar quais partes da sua dieta afetam sua saúde e pode reduzir os riscos de tais doenças.

Os testes de nutrigenômica ajudam as pessoas a tomarem decisões dietéticas para uma melhor qualidade de vida, já que sua variante genética pode indicar que você tem mais probabilidade, por exemplo, de desenvolver pressão alta ou colesterol, podendo, assim, reduzir a ingestão de sódio e gordura saturada.

A nutrigenômica não pode eliminar todas as rotinas de tentativa de dietas, treinos e suplementação, mas o benefício é que ela oferece uma abordagem mais direcionada para determinar quais etapas você pode seguir para se sentir melhor.

É esperado por diversos cientistas que, no futuro, alguns tipos de doença sejam tratados com planejamento nutricional baseado no conhecimento de genomas individuais.

Como parte de uma abordagem de nutrição integrativa, a nutrigenômica pode esclarecer questões que um simples histórico de saúde não pode — desde predisposições a doenças cardíacas até o motivo pelo qual uma pessoa não está perdendo peso quando claramente já tentou de tudo.

Embora extensas pesquisas tenham sido realizadas no campo da nutrigenômica, ainda é um campo que está em seu começo, o que significa que ainda há muito para aprender.