Novo Devil May Cry para celular cobra até R$ 500 por Vergil e gera polêmica
Tecmundo
Conhecida e reverenciada por uma legião de fãs, a franquia Devil May Cry fez seu nome na era PS2 e marcou época como um dos hack 'n' slash mais importantes de todos os tempos. O último game da saga chegou aos consoles em 2019 e trouxe muitas revelações empolgantes. Já o título mais recente vai à contramão do tradicional e foi lançado para smartphones com sistemas iOS e Android na última quarta-feira (10).
Desenvolvido pelo estúdio chinês NebulaJoy, Devil May Cry: Peak of Combat é a adaptação da icônica franquia de jogos de ação da Capcom para os dispositivos móveis e trouxe toda a ação estilizada característica da série para os celulares. O game, que chegou na China em 2021, já se encontra disponível para download gratuito no ocidente — tanto no Google Play quanto na Apple Store .
Devil May Cry: Peak of Combat transporta os jogadores para o universo da famosa franquia DMC. A história do jogo mantém a tradição da série e foca nos conflitos entre os caçadores de demônios Dante e Vergil — além de outras forças do submundo.
A trama se desenrola em um mundo onde forças demoníacas ameaçam a estabilidade do universo. Dante, o protagonista, mais uma vez assume a missão de enfrentar as criaturas do inferno, desvendar mistérios obscuros e, claro, se exibir enquanto luta — algo bem característico do personagem desde os primórdios da franquia.
DMC: Peak of Combat tem gameplay bem divertido.
Com gráficos ok para a média de jogos de celular e mecânicas de combate ágeis, os jogadores podem esperar vivenciar os combates intensos que consagraram a franquia em outrora, desta vez nos celulares. Devil May Cry: Peak of Combat também permite que os fãs realizem combos estilosos e utilizem as habilidades especiais de quatro personagens icônicos da saga: Dante, Vergil, Lady e Nero.
Em suma, a campanha é uma experiência bem divertida, se você considerar a plataforma na qual está jogando. Claro, é bem diferente de um game lançado para consoles, por exemplo — mas ainda assim se sustenta e é satisfatório em sua proposta, embora não seja todo esse mar de rosas quando o assunto é progressão.
O real problema de Devil May Cry: Peak of Combat é ele ser um game que aposta forte no gacha — tipo de jogo onde você basicamente terá que gastar dinheiro real para progredir sem maiores dificuldades, tanto na campanha quanto em outros modos de jogo, como no PvP.
Valores para adquirir Devil Gems na loja de Devil May Cry: Peak of Combat.
Todo tipo de atributo, armas ou personagens precisam ser atualizados com Devil Gems, consumíveis que custam muito para o bolso do jogador. Honestamente, é uma bagunça de textos sem muitas explicações — um verdadeiro labirinto projetado para separar você do seu dinheiro.
No PvP, por exemplo, a prática acaba virando um pay to win (pague para vencer), criando uma vantagem desleal em cima dos oponentes. Em suma: quanto mais dinheiro investido, mais fácil triunfar para garantir uma boa posição no ranking do jogo. Isso sem mencionar outros problemas técnicos, como ping altíssimo e demora para encontrar partidas nos servidores Sul-americanos.
Há pacotes que custam até R$ 500 para desbloquear o Vergil em Devil May Cry: Peak of Combat.
A única maneira de desbloquear o Vergil, por exemplo, é através do sistema de gacha, que garante algumas invocações dele para o jogador durante o gameplay — no Brasil, inclusive, um pacote do personagem pode custar até R$ 500, embora haja outras opções mais viáveis. Claro, você até pode testá-lo em algum momento do gameplay, mas para tê-lo na lista é só comprando mesmo. Devil May Cry: Peak of Combat é free-to-play — mas nem tanto.
Em um extenso texto publicado no Reddit, um ex-moderador da comunidade de Devil May Cry: Peak of Combat no Discord relatou alguns problemas envolvendo tomadas de decisão da NebulaJoy. Ele, inclusive, teria sido desligado da função apenas por dizer que "o sistema de combate atual do jogo é ruim comparado ao antigo" (dos consoles, no caso).
Com base em uma série de prints de interação com desenvolvedores, o perfil "Routine-Rice-6597", ex-moderador que trabalhou por quatro meses no Discord do game, explica que o estúdio chinês mantém uma relação tóxica com seus funcionários. Além disso, também estaria supostamente usando o trabalho de criadores de conteúdo para promover o jogo sem dar os devidos créditos.
Trecho de gameplay de Devil May Cry: Peak of Combat.
Até o gerente de comunidades do estúdio é mencionado no texto, onde teria supostamente afirmado que "a NebulaJoy tem uma péssima reputação na China pela forma como trata e explora os funcionários".
"A NebulaJoy é uma empresa exploradora, abusiva, golpista e mentirosa que trata seus funcionários como lixo e depois os demitem sem motivo", relatou o ex-moderador. "Sua única intenção é sair por cima, e é por isso que modificam o jogo para que pessoas mais casuais joguem e gastem dinheiro em sua mecânica de gacha super cara. Eles não estão interessados em ler o seu feedback ou mudar o combate, porque isso os faria perder grana — e eles prefeririam ser odiados do que deixar de ganhar dinheiro", concluiu.
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