O papel das mutações genéticas na evolução humana
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Tecmundo
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Não saímos de uma fase pulpar para adquirir belas asas, contudo, Raul Seixas foi sábio em dizer que preferia ser “uma metamorfose ambulante”. A capacidade de gerar mutações genéticas têm papel essencial para a evolução humana. Aliás, esse é um fator imprescindível não apenas para a humanidade, mas para que todas as formas de vida na Terra possam se manter estáveis e existindo.
Desde o primeiro sopro de vida sobre este planeta, temos gerado combinações infinitas de DNA que nos tornaram quem somos atualmente como espécie, realizando a famosa seleção natural, onde as mutações ‘benéficas’ oportunizaram melhor adaptação e chances de sobrevivência em um mundo escasso. Aplicativos de entrega de comida nem sempre existiram.
Assim, mudar e evoluir são uma necessidade desde tempos imemoriais. Saiba mais sobre mutações genéticas e o papel delas na variabilidade genética e seu papel na capacidade de evolução humana e de todas as espécies.
![imagem-de-uma-estrutura-de-DNA](https://timnews.com.br/tagger/images?url=https%3A%2F%2Ftm.ibxk.com.br%2F2025%2F02%2F11%2F11160436347056.jpg)
Se mutações genéticas acontecem, então somos X-Men?
De certo modo, sim. Todos os seres vivos compartilham de uma “receita para existência” a qual damos o nome de DNA. Geralmente essa combinação segue os mesmos padrões para gerar espécies específicas, dando a todos os sujeitos daquele conjunto características físicas e fisiológicas semelhantes.
Perceba que eu disse ‘semelhantes’ e não ‘iguais’. Com uma rápida olhadela nas suas redes sociais pode perceber que mesmo a maioria das pessoas compartilhe traços que as distinguem como humanas, todas são diferentes, mesmo casais de gêmeos.
Essa diferença se encontra na capacidade que o DNA possui de se reorganizar e mudar, gerando novos seres. Mas essa mudança tem que ser algo ordenado, pois alterações muito drásticas nessa receita primordial podem trazer mutações indesejadas que impedem que a vida aconteça.
![dois-meninos-gêmeos.jpg](https://timnews.com.br/tagger/images?url=https%3A%2F%2Ftm.ibxk.com.br%2F2025%2F02%2F12%2F12082841521006.jpg)
Sabemos que nosso DNA é formado por bases nitrogenadas, organizadas em sequências. Se uma dessas sequências sofre uma alteração em uma parte crítica, todo conjunto pode ficar comprometido, mudando como as proteínas e as células irão se comportar.
Em uma comparação simples, palavras homônimas homófonas são vocábulos que por possuírem uma letra diferente em sua composição, mudam totalmente de sentido. Exemplo, conserto e concerto, sendo que a palavra escrita com ‘S’ denomina o ato de reparar algo, enquanto sua variante com ‘C’ se refere a apresentações musicais.
Se alterações semelhantes ocorrem no nosso DNA, as proteínas e células resultantes dessa mutação podem gerar agravos de saúde, ou ainda, em um ‘golpe de sorte’ uma variação que o fortalece e apto para evoluir.
E lá no começo da humanidade, foram essas variações que nos permitiram chegar até aqui. Mesmo que nos primórdios da humanidade mutação e variabilidade genética não fosse assunto nos papos em volta das fogueiras.
Mutar é necessário para evoluir
Em uma Era onde caçar era necessário para sobreviver, aqueles capazes de pensar estrategicamente e com maior qualidade muscular (os marombas das cavernas), em teoria estariam mais aptos a passar seus genes para frente em relações de reprodução.
Contudo, digamos que eles possuíam uma alteração genética que os tornavam mais sensíveis ao frio. Na primeira neve, adivinha quem sobrava para perpetuar a espécie? Pois bem, é assim que a seleção natural funciona e a evolução acontece.
![a-evolução-humana-sendo-desenhada-em-um-quadro](https://timnews.com.br/tagger/images?url=https%3A%2F%2Ftm.ibxk.com.br%2F2025%2F02%2F12%2F12083741043011.jpg)
Para que pudéssemos evoluir como humanidade, os genes disponíveis deveriam ser compatíveis com o ambiente onde eles se expressavam, ou seja, aqueles indivíduos geneticamente mais resistentes ao calor, frio, com melhor visão, saúde e capacidade de cognição teriam maiores chances de passar os dados do seu DNA para frente, formando novos indivíduos.
A conjunção entre pares compatíveis tende geneticamente a gerar uma prole saudável e igualmente capacitada para dar continuidade na linhagem. Mas, os arranjos do DNA são bastante maleáveis, sofrendo alterações constantemente, então, dessa união fortuita, uma nova mutação pode ter sido originada.
Ao longo dos séculos, essas constantes mutações genéticas oportunizaram mudanças físicas e cognitivas. Sabe-se, por exemplo, que nosso cérebro é menor, porém, mais especializado sinapticamente do que o cérebro de ancestrais como os Neandertais.
Há inclusive indícios de que carregamos algum DNA resultante do encontro entre esse grupo e os “humanos modernos”, que pode gerar interferência na saúde física e no neurodesenvolvimento.
Mas há alguns segredos para que essas mutações genéticas possam ser benéficas ao invés de causar problemas. É desejado que haja variabilidade, diminuindo as chances de causar erros no DNA e que essas variações negativas sejam levadas adiante.
Um exemplo famoso de erros ocasionados por baixa variabilidade genética, são os casamentos consanguíneos da família russa Romanov. Essa linhagem possuía um gene defeituoso que impedia a coagulação do sangue.
A doença ocasionada por esse erro genético é chamada de Hemofilia, que se manifesta principalmente nos homens. Graças a isso, grande parte dos filhos gerados nessas relações não chegaram à vida adulta, assim, a oportunidade de gerar novos descendentes foi muito reduzida. Porém, quando incluímos indivíduos externos, podemos diminuir as chances de que tais erros genéticos ocorram ou se perpetuem.
![vidro-de-exame-de-sangue-com-uma-estrutura-de-dna](https://timnews.com.br/tagger/images?url=https%3A%2F%2Ftm.ibxk.com.br%2F2025%2F02%2F12%2F12084408232016.jpg)
Se compararmos os genes às bolinhas de uma piscina de bolinhas, é como se o casamento dos Romanov só permitisse que houvesse bolas nas cores azul e amarelo, mas se alguém da linhagem se casasse com alguém de outra família, a piscina ganharia mais cores, garantindo variabilidade.
Sabendo do histórico de doenças genéticas hereditárias, há famílias atualmente que optam pela realização de exames de rastreio com intuito de conhecer quais as chances de transmitir genes disfuncionais para seus filhos, como famílias onde há presença de casos de Fibrose Cística, que afeta principalmente os pulmões.
A caixa misteriosa da genética
As mutações genéticas são necessárias para que a vida possa evoluir, possibilitando sujeitos mais aptos a adaptações e capazes de gerar descendentes, contudo, os novos arranjos nem sempre são benéficos.
Mesmo que combinações conscientes possam ser formadas, como unir pessoas com características específicas, o resultado tem boas chances de ser diferente do desejado, afinal,as combinações genéticas são mais similares a uma caixa de mágico, de onde não sabemos se sairá um pombo ou uma longa fileira de lenços, do que uma receita de bolo, e mesmo o bolo pode embatumar.
Ainda há um longo caminho até que possamos entender de forma completa como esses arranjos mutagênicos ocorrem e ocasionaram nos humanos que somos hoje, e talvez, nos humanos que seremos no futuro.
![imagem-de-uma-hélice-de-DNA](https://timnews.com.br/tagger/images?url=https%3A%2F%2Ftm.ibxk.com.br%2F2025%2F02%2F12%2F12085154728024.jpg)
Olhar retrospectivamente para nossos ancestrais ao menos nos dão uma pista de como as mutações genéticas podem ter contribuído para o ponto em que estamos hoje, contudo, sabemos apenas da história dos mais aptos. Será que podemos repetir o histórico existencial daqueles que não sobreviveram para perpetuar seus genes?
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