O que as empresas devem fazer para preencher o gap na área de tecnologia?
Tecmundo
Faltam profissionais de tecnologia no mercado e cada vez mais pessoas sabem disso. Com o tempo, é provável que esse gap diminua consideravelmente, com estudantes que estão começando agora se formando futuramente.
Ainda assim, isso pode não ser o suficiente em alguns casos, dada as limitações de cada empresa. Considerando que muitas corporações estrangeiras estão atraindo talentos brasileiros por conta da diferença na valorização das moedas, é especialmente importante que empregadores nacionais considerem outros fatores durante a atração e retenção de profissionais.
Nas situações em que não é possível competir financeiramente para conseguir os melhores talentos, existem duas outras possibilidades que vêm se fortalecendo: a terceirização e a capacitação.
A terceirização funciona para empresas que precisam de serviços de TI pontuais, geralmente não muito complexos e sem criações tecnológicas internas. Ou seja, são soluções que mantêm o negócio rodando, mas não com a pretensão de inovar.
Se a ideia é trabalhar com base em tecnologia, focar em inovação ou ter mais controle sobre os processos, a capacitação pode ser o caminho ideal. Isso significa entender que a pessoa profissional contratada não terá tanta experiência, mas estará disposta a aprender e crescer com a empresa.
A capacitação, em alguns casos, pode ser realizada internamente, mas é preciso bastante investimento para garantir uma educação completa e que garanta resultados. Geralmente, as empresas escolhem efetuar parcerias com instituições que já oferecem cursos — nem sempre graduações — na área. Mesmo quando não se trata de uma parceria exatamente, é possível ficar de olho em alunos que estão sendo formados em diversas escolas e institutos e pensar na contratação em formato de estágio, com apoio de ao menos uma pessoa profissional sênior para ajudar no desenvolvimento.
Minha dica é buscar candidatos que apresentem um perfil determinado, prático e curioso. Essas costumam ser as pessoas mais inclinadas a se testar e descobrir novas possibilidades. É exatamente o tipo de perfil que fará o investimento em capacitação valer a pena.
Por fim, vale lembrar que a retenção de profissionais de tecnologia também é um desafio corporativo. Cuidado para não focar todas as atenções no recrutamento e esquecer que o mercado ainda está em polvorosa. Cuide dos talentos da casa, garanta um ambiente positivo e escute as demandas da equipe. São ações simples que podem fazer a diferença quando sua melhor pessoa profissional receber outra proposta — e não é nada difícil que receba.
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Arnobio Morelix é CEO da Sirius Educação e executivo da área de Ciência de Dados, com mais de 12 anos de experiência de atuação na área no Vale do Silício nos Estados Unidos. A Sirius é uma instituição de ensino superior que dá ênfase na prática e na experiência do aluno. Morelix, que também é executivo e cientista de dados, trabalha na interseção de tecnologia, políticas públicas e impacto social. Ao longo de sua carreira, ele liderou uma equipe global de PhDs, cientistas e consultores; aconselhou governos em mais de 35 países sobre suas políticas de inovação; e foi autor de pesquisas e análises com a Stanford University, o World Economic Forum, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Kauffman Foundation.