O Senhor dos Anéis: conheça a animação esquecida da franquia
Tecmundo
Durante muitos anos, o escritor J.R.R. Tolkien relutou em vender os direitos de O Senhor dos Anéis para companhias de cinema. Contudo, no final dos anos 1960, o escritor voltou atrás em sua decisão e aceitou uma proposta da United Artists. Dessa forma, a primeira adaptação da franquia foi produzida e lançada em 1978 pelas mãos do animador Ralph Bakshi.
Sim! Muitos não sabem, mas bem antes de Peter Jackson lançar sua tão celebrada trilogia, outros filmes baseados em O Senhor dos Anéis chegaram aos cinemas. Repleta de controvérsias, a animação em questão se tornou um clássico cult entre os fãs com o passar do tempo.
(United Artists/Reprodução)
Com um orçamento de US$ 4 milhões, Bakshi iniciou a produção de um filme animado , no qual utilizou diversas técnicas para compor as principais cenas já lidas por milhares de pessoas no mundo inteiro. Uma das mais evidentes no filme é a da rotoscopia, que redesenha os quadros filmados anteriormente com livre atuação e os anima a partir desses movimentos.
Nesse sentido, ao assistir o longa-metragem, é perceptível como a expressão dos personagens é bem elaborada e explorada, bem como sua própria articulação. No entanto, em muitas cenas, essa técnica foi apenas inserida gratuitamente, sem um trabalho de ilustração mais minucioso, algo que resultou em figuras um pouco estranhas para os espectadores.
(United Artists/Reprodução)
Dentro desse contexto, é válido também citar a narrativa, que se torna bastante apressada em algumas passagens. A ideia inicial de Bakshi era de contar a história inteira de A Sociedade do Anel e metade de As Duas Torres. Assim, condensar todos os eventos importantes desses dois livros se tornou um desafio grandioso para o cineasta, que, certamente, precisou cortar muitas coisas na fase de montagem.
Sua esperança inicial era poder lançar uma segunda parte, sobretudo para concluir os eventos explorados em As Duas Torres junto ainda de O Retorno do Rei. Mesmo que a animação tenha feito grande sucesso com o público, rendendo cerca de US$ 30,5 milhões na época, e recebido críticas mistas, entre várias positivas e negativas, o estúdio não autorizou a nova produção.
Apesar disso, o filme deixou um legado importante para os fãs de Tolkien , influenciando, inclusive, na trilogia de Peter Jackson em vários aspectos. Para citar algumas similaridades, é preciso dizer que o personagem Tom Bombadil não está presente na animação , assim como não aparece em nenhum dos três filmes dos anos 2000.
(United Artists/Reprodução)
Outra cena icônica que não está no livro, mas que Jackson referenciou a partir do filme de Bakshi, acontece logo nos instantes iniciais, quando um dos Nove de Nazgul fareja os hobbits Frodo, Sam, Pippin e Merry escondidos no vão de uma árvore a caminho de Bri.
Embora não seja tão celebrado e lembrado, é um trabalho honesto e impactante sobre a obra do escritor e merece ser assistida por todos os fãs!