O universo na era das trevas e a cosmologia
Tecmundo
Há 14 bilhões de anos, uma explosão deu início ao que conhecemos como universo. Partículas elementares, calor, pressão, velocidades assombrosas e uma grande quantidade de nada foi, ao poucos, criando tudo.
Como moradores da periferia do mundo, ainda pouco sabemos sobre quais fatores desencadearam o Big Bang e os eventos posteriores a explosão que gerou o que chamamos hoje de lar.
Mas graças a cosmologia e aos avanços tecnológicos, podemos começar a vislumbrar detalhes do passado, no que é conhecido com era das trevas do universo. Conheça mais sobre cosmologia e quais podem ter sido os primeiros passos do mundo rumo à luz.
No nosso imaginário, após o Big Bang só haveria destruição e estilhaços de mundos por todas as partes, mas, na verdade, o que pode ter se originado dessa expansão rápida do universo é a receita para a criação .
Apesar de sempre utilizarmos o termo "explosão" para caracterizar o Big Bang, ele, na verdade, é uma forma expansão de um ponto muito denso.
De acordo com estudos, após a expansão houve a separação entre as forças universais (gravidade, eletromagnetismo, forças nucleares fraca e forte), que poderiam estar unificadas. A interação entre essas forças estimularam a interação entre partículas fundamentais como elétrons, prótons, quarks, entre outras, a se expandir, fundir e até se anularem.
Ao se unirem, as partículas foram formando elementos como hidrogênio e hélio. A fusão dessas partículas geraram os elementos mais abundantes em todo o universo: hidrogênio e hélio, entre outros que compõem a cartela das receitas para novos mundos.
No entanto, nesse furor de formação, os fótons, as partículas da luz não conseguiam escapar e se irradiar livremente pelo espaço. A interação entre eles e elétrons livres fazia com que o universo se mantivesse opaco, gerando o termo era das trevas. Com o passar de centenas de milhares de séculos, 380 mil anos, de acordo com alguns estudiosos, o calor e as interações foram se estabilizando.
De um ponto concentrado a expansão constante. O Big Bang é uma das teorias mais estudadas como explicação para origem do cosmos.
Os elementos foram cedendo a força gravitacional massiva e se reunindo, formando os primeiros berços de estrelas e protogaláxias. Neste ponto, os fótons começaram a circular livremente a partir do coração dos seus aglomerados e a dar luz à criação.
Todavia, esse foi apenas o começo da história. A era das trevas do universo não se rompeu tão facilmente. Mas como podemos ter essas informações se tudo isso aconteceu há mais de 14 bilhões de anos?
Existe um ramo de estudo do universo chamado de cosmologia. Essa ciência estuda a gênese do mundo, sua estrutura, composição e como vem se expandindo desde sua criação.
Através do estudo de imagens de telescópios no espaço como James Webb e Hubble, além de telescópios em solo que fazem captação de radiação vinda direto do espaço profundo , a cosmologia vai aos poucos unindo as peças do quebra-cabeça.
Dos primórdios aos dias atuais, a cosmologia é um passeio pela história do mundo.
A cosmologia faz um passeio pela história ao olhar para o passado, diretamente do presente. Quando estamos olhando para a luz das estrelas, estamos fazendo uma viagem ao passado, você sabia? A luz das estrelas leva um certo tempo para nos alcançar. Mesmo o Sol, tem um "atraso" de oito minutos até sua luz chegar a nós.
Quando os cosmólogos observam os confins do espaço e estudam suas emissões, estão se aproximando da receita primordial dos momentos pós-Big Bang. Eles procuram e observam se há a presença de elementos esperados para esse momento de criação universal e a cosmologia tem encontrado resultados bastante promissores.
Para isso eles usam diferentes ferramentas que identificam elementos químicos, comprimentos de ondas, distâncias e diferentes tipo de radiações. Imagens como as do Telescópio Espacial James Webb trouxeram novas pistas sobre como as coisas podem ter acontecido, assim como levantaram outros questionamentos.
Entender como as coisas aconteceram na era das trevas auxilia para podermos desvendar outros mistérios do cosmos, como, por exemplo, a matéria e a energia escuras , além disso, orienta para onde podemos apontar nossos telescópios em busca de novos mundos que podem ser, quem sabe, habitáveis.
Você gosta de astronomia é que saber mais sobre o assunto? Então saiba mais como as impressões digitais das primeiras estrelas do Universo são encontradas e para mais conteúdo sobre ciência, continue acompanhando o TecMundo!