Odyssey G6: monitor curvo da Samsung vale a pena em 2024? Veja review
Tecmundo
Escolher um monitor não costuma ser uma tarefa fácil, que se tornou ainda mais complicada com tantas opções acessíveis no mercado. Para diferentes usos, há alternativas de tamanho, formato, tecnologia e recursos em diversas faixas de preço. No caso dos gamers, a preferência considera especificidades bastante comuns, mas que facilmente podem ser mal implementadas — sendo algo que pesa bastante na hora da escolha.
De modo geral, muitas fabricantes costumam sacrificar certos padrões de qualidade para entregar maior acessibilidade de recursos, por vezes, também barateando o preço final dos monitores. Entre alguns exemplos famosos, nesse contexto, estão a baixa fidelidade na exibição de cores, rastros de pixel e baixo ângulo de visão, todos resultantes do uso de painéis mais modestos.
Com um orçamento mais generoso, fica a dúvida: há algum modelo que não ‘corta caminhos’ e ainda entrega uma boa relação de custo-benefício? Bom, o Odyssey G6, monitor de painel curvo da Samsung, pode ser uma das respostas a essa pergunta.
Imagem do Odyssey G6.
Com novas versões dessa linha chegando ao mercado, o Odyssey G6 já pode ser encontrado por valores bem mais acessíveis e competitivos — mas será que o monitor premium ‘de entrada’ vale o investimento em 2024? Testamos o modelo e trazemos todos os detalhes sobre, logo a seguir, na análise completa do Voxel!
Antes de mais nada, vale lembrar que esta publicação não foi patrocinada pela Samsung, que apenas nos enviou o Odyssey G6 para a análise. O período de teste foi de 14 dias, sendo voltado para avaliar a usabilidade do modelo — devolvido ao fim do processo. Ou seja, vale a pena levar em consideração que tivemos um curto período de tempo para testar o produto para review, o que não representa a experiência de uso contínua por meses do dispositivo.
Para quem já está familiarizado com as novas Smart TVs da Samsung, a experiência de “desembalar” o Odyssey G6 não será novidade. O modelo chega em uma caixa bege, sem muitos alardes, que também inclui outros itens: um cabo Display Port, um controle remoto, a fonte de alimentação, manual de uso e ferramentas para montagem.
Mesmo com a construção em plástico, o modelo é robusto e possui um perfil demasiado “espesso”, que pode ocupar bastante espaço em mesas ou bancadas menores — atrapalhando no uso de mouses, considerando os pés da base. Isso se dá, curiosamente, pela curvatura do acabamento traseiro, que não poupa volume para abrigar os componentes.
Parte traseira do Odyssey G6, espessa e espaçosa.
Para deixá-lo pronto para uso, o usuário poderá escolher montá-lo na base inclusa na caixa ou em um suporte VESA tradicional, no formato 100x100 — por aqui, optamos pela montagem padrão, livre da parede. Logo a princípio, ao tirá-lo da caixa, é possível conferir a presença imponente do Odyssey G6. Simples, o processo de montagem exigiu apenas montar a base, depois parafusá-la ao monitor, finalizando com um acabamento para as luzes LED em RGB — que, claro, não poderia faltar.
Com o monitor na mesa, é possível conferir o sistema de ajustes de altura, inclinação e até mesmo rotação. Apesar de parecer “solto”, o recurso funciona muito bem e não exige esforço, ou trava: basta escolher a altura desejada e começar a usar. No quesito estético, há destaque para as bordas finas, com exceção da parte inferior, mais larga, que abriga os botões e dois pontos de iluminação RGB ajustáveis.
Níveis de ajuste e inclinação do Odyssey G6.
Tratando das entradas, todas estão abrigadas confortavelmente na parte traseira. Nela, há bastante espaço para manusear os encaixes e cabos, que ainda podem ser escondidos na canaleta embutida na base. A solução muito agrada, e evita problemas de acesso causados pelos perfis mais finos de monitores e TVs.
Confira a lista de entradas disponíveis e imagem:
Parte traseira do Odyssey G6 conta com RGB, espaço de sobra para manuseio de cabos e canela organizadora.
À primeira vista, o Odyssey G6 impressiona com sua imponência e dimensão, mas não chega a surpreender com a qualidade de imagem. Embora seu painel VA com resolução QHD (2560x1140p) faça um excelente trabalho na reprodução de cores, com 95% de cobertura no padrão DCI, o modelo deixa uma certa expectativa em aberto no quesito do contraste — com a modesta proporção de 2500:1, mas ainda superior à maioria dos modelos IPS no mercado.
Com a crescente popularização dos painéis OLED e similares, monitores em VA acabam “empalidecendo” frente ao profundo contraste em cenas escuras possibilitado pelo uso da tecnologia — uma vantagem que, por sua vez, também conta com pontos negativos além do maior custo. Nesse quesito, o Odyssey G6 ainda oferece suporte ao HDR para compensar, com certificação do selo VESA DisplayHDR 600 e brilho máximo de tímidos 600 nits. Em teoria, o recurso deveria trazer maior imersão em conteúdos compatíveis, melhorando a dinâmica entre os tons mais escuros e claros em cada cena.
Imagem do Odyssey G6 é fiel, mas contraste e HDR não impressionam.
Contudo, somado à implementação problemática do recurso no Windows 11, o HDR do Odyssey G6 não se comportou muito bem, na prática. Quando ligado em jogos e filmes, foi possível notar transições abruptas na iluminação, causando uma certa estranheza com a variação de contraste.
Durante o uso cotidiano, esse problema impossibilitava digitar em documentos sem provocar um efeito brusco de iluminação, por exemplo, alternando entre modos altos e baixos de brilho. Assim, optamos por desativar a funcionalidade nas jogatinas seguintes.
Por outro lado, há de ser claro: essas observações específicas não tiram o mérito da bela apresentação do Odyssey G6 — muito pelo contrário! As comparações em relação aos painéis em OLED apenas atestam que o modelo, em suma, oferece uma fidelidade visual alta ao ponto de desafiar outra categoria, com algumas características sendo discutivelmente superiores. Notavelmente, as altas expectativas também são relacionadas à sua faixa de preço, mais elevada, conforme abordaremos adiante.
Vale lembrar que as pontuações acima são mais relacionadas ao perfil de consumo de mídia, enquanto a proposta deste modelo é voltada para os gamers, em especial, aqueles que preferem títulos mais competitivos. Nesse cenário, o monitor da Samsung se destaca com muita facilidade.
Odyssey G6 possui uma bela apresentação de imagem.
Além disso, a comparação não é para menos: ainda no último dia 3 de janeiro, a Samsung anunciou uma nova revisão do Odyssey G6 com um painel OLED. O modelo foi apresentado durante a CES 2024 e ainda não tem previsão de lançamento no mercado nacional. Isso apenas confirma o potencial do modelo base, sendo um upgrade muito bem-vindo.
Entre seu leque de recursos para gamers, por exemplo, o Odyssey G6 conta com um tempo de resposta de cinza-a-cinza de 1 ms, que garante maior nitidez em cenas com grande movimentação e previne o efeito de “ghosting” — nome dado ao rastro deixado pela movimentação de elementos na tela.
Como esperado, o modelo também conta com uma taxa de atualização de 240 Hz, que garante maior fluidez e menor atraso nos comandos. Para completar o pacote, há suporte para a tecnologia FreeSync Premium, que evita a sensação de “engasgos visuais” na jogatina.
Odyssey G6 se destaca em jogos competitivos, como o Valorant.
Mas possivelmente, o principal diferencial do Odyssey G6 é o sistema operacional idêntico ao presente nas TVs Samsung, com SMART Hub e Gaming Hub. Com isso, por exemplo, é possível assistir canais, conteúdos em streaming e até mesmo aproveitar serviços para jogar na nuvem — como o xCloud ou GeForce Now. Essa facilidade expande e muito os casos de uso do monitor, praticamente o transformando em um televisor tradicional sempre que desejado.
Junto disso, há funções ainda mais específicas para gamers, como uma “mira” configurável diretamente no monitor, que pode ser utilizada como apoio em jogos sem retícula. O recurso permite trocar estilo, cor, formato, e muito mais, além de não causar problemas de conflito ou banimento nos títulos.
Recursos Gamer Odyssey G6.
Por fim, mas não menos importante, algo a ser bastante elogiado é o sistema de som do Odyssey G6, que é alto, claro e sem distorções. Embora seja disposto em Estéreo, o conjunto de alto-falantes não decepciona, trazendo uma assinatura de áudio mais equilibrada, com acentos destacados nos graves. Para filmes e jogos casuais, a sonoridade do monitor não deixa nada a desejar.
Após chegar ao Brasil por mais de R$ 5.499, em dezembro de 2022, o Odyssey G6 já pode ser oficialmente encontrado no site da Samsung por R$ 3.999. Mesmo com suas funções, seria muito difícil recomendar o modelo como um bom investimento nessa faixa de preço, já que há alternativas com custos significativamente melhores.
No entanto, o modelo chegou à faixa de R$ 2.680 durante as últimas promoções do mês de novembro, sendo frequentemente comercializado no varejo na faixa de R$ 3.100, fora de promoções mais agressivas. Nesse intervalo de preços, o Odyssey G6 brilha como uma opção completa, segura e potente, entregando um conjunto de recursos muito variado.
Monitoramento de preços do Odyssey G6, ao longo de um ano, realizado pelo rastreador Zoom.
Ao fim dos testes, o Odyssey G6 deixa uma ótima impressão, atendendo dinamicamente tanto jogos competitivos quanto outros voltados para história. A montagem é fácil, os recursos de software são úteis para o gamer casual ou mais competitivo, e há muitas opções de ajustes finos para escolher.
Assim, caso seja um jogador ou usuário que esteja procurando um modelo que não sacrifica funções e faz de tudo um pouco, o monitor curvo da Samsung pode ser uma excelente aposta — especialmente em promoções na faixa dos R$ 2,5 mil a R$ 3,1 mil.
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