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Pesquisas eleitorais: como são feitas e até que ponto são confiáveis?
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Pesquisas eleitorais: como são feitas e até que ponto são confiáveis?

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Tecmundo
29/09/2022 18h30
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As pesquisas de opinião ganham destaque na véspera de eleições . Os levantamentos da intenção de voto da população nos candidatos que concorrem aos cargos políticos ganham a imprensa com seus números, que também servem para que as campanhas orientem suas ações em busca de melhores resultados.

No meio de tantos números, publicados toda semana, é fácil se confundir, e parte do eleitorado vai pelo caminho mais fácil: desconfiar. Afinal, se cada pesquisa tem um resultado diferente, como saber qual está mais próxima da verdade?

título de eleitorPessoa exibe título de eleitor; documento pode ser usado também no formato digital durante as eleições (crédito: Shutterstock)

“As pesquisas eleitorais medem a intenção de voto no momento em que elas são realizadas. Existem vários fatores que podem fazer com que elas errem o resultado das urnas mesmo sendo bem-feitas”, afirma o estatístico Neale Ahmed El-Dash, desenvolvedor do Polling Data , site agregador de pesquisas.

“Se existem muitos indecisos na pesquisa, no dia da eleição, esses eleitores vão para algum lugar — podem votar ou não, mas não vão continuar na classificação de indecisos. Alguns pré-candidatos podem estar na pesquisa, mas não concorrerem no dia da eleição. Se a pesquisa é feita muito tempo antes da eleição, a chance de ela acertar o resultado também diminui, pois os acontecimentos durante a campanha podem alterar a intenção de voto”, explica El-Dash em entrevista ao TecMundo feita via WhatsApp.

No Brasil, mais de uma dezena de institutos fazem as pesquisas eleitorais. Fora do período de eleições, essas empresas se dedicam a diferentes tipos de levantamentos de opinião pública contratados por marcas, governos e outras organizações.

Embora os métodos de se fazer uma pesquisa eleitoral tenham pequenas variações — algumas são feitas presencialmente, enquanto outras são realizadas por telefone, por exemplo — em um aspecto todas precisam concordar: como não é possível entrevistar os mais de 156 milhões de eleitores brasileiros , a amostra (o grupo que vai ser entrevistado) deve refletir o todo do eleitorado nacional.

urna eletrônicaUrna eletrônica passa por teste de segurança antes das eleições (crédito: Shutterstock)

“Os entrevistados são selecionados de forma a cumprir as cotas definidas na amostra. As cotas são proporcionais às variáveis gênero, idade, escolaridade e condição de ocupação”, diz Márcia Cavallari Nunes, CEO do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), em entrevista ao TecMundo por email.

O Ipec foi fundado em 2021 por ex-executivos do Ibope após o fechamento deste último. Como o Ibope é bem conhecido da população brasileira, o Ipec é chamado muitas vezes na imprensa de ex-Ibope.

Mas como o instituto define quantas mulheres devem ser ouvidas, ou quantas pessoas com mais de 30 anos precisam ser entrevistadas, por exemplo? Nunes explica que o perfil da amostra é definido com base nos dados oficiais da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE) que é realizada anualmente. Também são considerados dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em casos extremos, a população tem se voltado para os pesquisadores dos institutos com violência. No dia 20 de setembro, um pesquisador do instituto DataFolha, um dos mais importantes do país, foi atacado com chutes e socos em Ariranha (cidade no interior de São Paulo) por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

Márcia Nunes, do Ipec, confirma o aumento nas agressões aos pesquisadores em campo. “Já tivemos casos de agressões verbais e até físicas, como empurrões. Antes não tínhamos esse tipo de episódios, eram mais raros, hoje são mais frequentes”, diz a CEO do instituto.

Pesquisas de opinião são indispensáveis para a elaboração de políticas públicas em uma democracia, ainda mais em países tão diversos como o Brasil. Embora possam ser questionadas, a população deve fazer suas contestações dentro da lei, exigindo maior transparência (quando for o caso) e rigidez metodológica para que os resultados sejam os mais confiáveis. 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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