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Pokémon Scarlet e Violet traz grandes inovações e voa muito perto do sol
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Pokémon Scarlet e Violet traz grandes inovações e voa muito perto do sol

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Tecmundo
28/01/2023 09h00
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Quem conheceu a franquia Pokémon antes de 2022 já deve ter pensado em algum momento como seria maravilhoso sair da linearidade que os games principais da série possuem desde 1996. Dá para dizer que isso se concretizou com Pokémon Legends Arceus no início de 2022, mas o jogo é tão diferente dos moldes tradicionais que ainda ficamos no gostinho de quero mais. O verdadeiro sonho prometia se concretizar com Pokémon Scarlet e Violet , em que seria possível explorar qualquer lugar do mapa, encontrar os monstrinhos andando livremente e ainda aproveitar os outros pilares que sempre amamos nos jogos passados.

Quando o game chegou ao Switch no final de outubro do mesmo ano, duas coisas ficaram muito claras bem rápido: as promessas de inovação e quebra de fórmula realmente foram cumpridas, mas a performance e otimização eram pavorosas no pequeno console híbrido da Nintendo. É claro que não culpamos o console, que apesar de ter um hardware mais antigo, ainda aguenta jogos pesados ou de mundo aberto como Skyrim , Breath of the Wild , Xenoblade Chronicles 3 e Monster Hunter Rise sem grandes problemas, por exemplo.

O interessante é que as opiniões dos fãs e dos críticos especializados se dividiram bastante, afinal, estamos falando de um jogo muito divertido e que tem o potencial de ser um dos favoritos da franquia de muita gente, mas que claramente chegou ao público antes da hora. Como recebemos a cópia do jogo logo após o lançamento, tivemos a oportunidade de conferir seu conteúdo com calma e ainda aproveitar um tempo extra com o primeiro update que a Game Freak disponibilizou para resolver alguns de seus problemas. O resultado, você confere na nossa análise logo abaixo!

Antes de falar sobre qualquer coisa que o jogo tenha a oferecer, é melhor focar um pouco nos problemas técnicos que você pode encontrar em sua jogatina com Pokémon Scarlet e Violet. Afinal, já imaginamos que esse é um dos pontos que ainda deixa os jogadores com mais dúvidas se o game vale a pena ou não, mesmo depois de dois meses desde que ele chegou às lojas. Quando começamos a jogar na versão ainda sem sua primeira atualização, era notável que o jogo não contava com o cuidado e a otimização que esperamos de um título pertencente a uma franquia tão grande e com tantos recursos à sua disposição como Pokémon.

A experiência foi bem parecida com muitos dos vídeos e memes que apareceram nas redes sociais nos primeiros dias após o lançamento. A taxa de quadros era instável em diversos momentos, especialmente na movimentação e animação de NPCs, monstrinhos e objetos espalhados pelo cenário. Além disso, havia muitos bugs visuais, com personagens e alguns Pokémon aparecendo e desaparecendo da tela rapidamente ou até paredes e o chão sumindo da nossa visão durante as batalhas.

É claro que não há como listar todos os problemas ou bugs que encontramos no início da nossa jornada Pokémon, mas é suficiente dizer que não foi uma experiência muito agradável. A sensação que eu tive é que sempre que eu esquecia dessa parte técnica e começava a me animar com as novidades, algum probleminha voltava a surgir e, inevitavelmente, me lembrava do estado do game novamente.

No início de dezembro, a primeira (e por enquanto, a única) atualização do jogo foi disponibilizada aos jogadores. De acordo com as notas do patch, alguns bugs foram resolvidos, mas ainda não dá para afirmar que tive uma experiência perceptivelmente mais fluida. No estado atual, você ainda pode esperar uma performance que deixa a desejar, mas que não necessariamente estraga o jogo em si. Infelizmente, isso talvez só seja resolvido em updates lançados ao longo de 2023, mas nem disso temos certeza, já que a Game Freak e a Nintendo continuam caladas sobre o assunto.

Saindo do tópico de aspectos técnicos, podemos falar mais sobre o jogo em si. Ele começa de forma similar com seus antecessores: nosso protagonista escolhe seu monstrinho inicial e conhece alguns dos NPCs importantes, incluindo Nemona, a nossa rival carismática. Diferente de rivais passados, a garota já é uma campeã da Liga Pokémon da região de Paldea e presidente do conselho estudantil da academia em que começamos nossos estudos no início desta jornada. Seu objetivo não é nos ultrapassar, mas torcer para que fiquemos tão fortes quanto ela até o final do game, o que fica bem óbvio pela paixão por batalhas que Nemona demonstra a todo momento.

Já que mencionei a escola, vale mencionar que a Academia (chamada da Uva em Violet e Naranja em Scarlet) é bem interessante e oferece uma primeira quebra de como encaramos nossa aventura. Em vez de só seguir por vários ginásios, podemos aproveitar o comecinho da trama do título por lá, além de ver algumas cutscenes e assistir aulas que te ensinam conceitos e mecânicas do game ou sobre o lore de Paldea. Isso é algo bem fácil de ignorar quando você está se aventurando por horas na região, mas aconselhamos que assista às aulas enquanto faz seus outros objetivos, já que é algo bem divertido e fora do comum.

No meio dos estudos, você vai receber o desafio de sair por Paldea em busca do seu grande tesouro, que pode ser praticamente qualquer coisa que quiser. Neste caso, nosso protagonista recebe três grandes missões: enfrentar os ginásios e se tornar o campeão da Liga, acabar com a malvada Team Star ou procurar as Herbas Mystica, que substituem os HMs e oferecem habilidades para um Pokémon específico. A maneira que o game explica isso pode te fazer acreditar que é necessário escolher apenas um desses caminhos, mas o melhor é fazer todos eles de forma quase simultânea. Essencialmente, são as três coisas que você já fazia nos jogos antigos, mas tudo é melhor implementado aqui

Todas as missões possuem suas vantagens e, ao completar as três, você poderá seguir com a parte final da trama principal de Pokémon Scarlet e Violet. O bom é todas elas se espalham muito bem pelo mapa de Paldea, então é natural se deparar com a próxima parte de cada objetivo enquanto você explora novos lugares e cidades em seu caminho. A maior reclamação que tenho com isso é que, por ser um jogo tão aberto, alguns desafios contam com lutas bem fracas e fáceis em certos momentos. Sabemos que pode ser difícil de balancear isso se o jogo não tem um caminho linear a ser seguido, mas era só configurar o game para que as batalhas se ajustassem ao nível dos monstrinhos em nossa party para que isso fosse resolvido.

Falando em falta de linearidade, sabemos que muita gente ficou em dúvida se Pokémon Scarlet/Violet conseguiria acertar a sua primeira real experiência de mundo aberto. Pokémon Arceus tinha uma região semi aberta bem interessante, então nossas esperanças eram bem altas para esse título mais tradicional da franquia. Felizmente, esse é um dos grandes acertos do game, já que você realmente se sente totalmente livre e cheio de possibilidades em Paldea.

Além dos três grandes objetivos, da trama principal, da escola e dos NPCs que encontramos no caminho, ainda há muitas cidades cativantes, áreas naturais cheias de segredos e, é claro, muitos Pokémon a serem capturados em todos os lugares possíveis. É quase impossível largar Scarlet/Violet quando se começa a encontrar coisas diferentes no mapa. Você sempre se vê no ciclo de encontrar um novo tipo de Pokémon, monumento, cidade, área ou objetivo e sentir que precisa ir atrás daquilo antes de parar de jogar. O problema é que as coisas novas continuam aparecendo e você continua querendo ir atrás delas.

Talvez o que mais sabote essa experiência seja exatamente o que causou parte dos problemas técnicos: falta de tempo ou recursos aplicados em certas áreas. Isso fica óbvio em alguns detalhes que vão se somando ao longo do game, incluindo o quão feios e preguiçosos alguns cenários são, o quão básicas são algumas texturas e o fato de que tantas lojas nas cidades não são ambientes reais. Em todos os outros games da série, eu adorava entrar em todas as casas e lojas e conversar com todos os NPCs, mas eu perdi totalmente a vontade de fazer isso em Scarlet/Violet após algumas horas.

Praticamente não há nada de interessante sendo dito pelos NPCs, possivelmente porque há muito mais deles agora, mas o que mais chateou foi o fato de que ao entrar em várias lojas, eu simplesmente me deparei com menus com as opções de compra em vez de um ambiente modelado. O pior é que não dá pra mudar o uniforme escolar, apenas alguns acessórios, como mochilas e meias. Pode parecer algo bobo, mas isso tira muito do charme que games anteriores tinham para mim. Desta forma, o mundo é maior, mais populoso, cheio de prédios e, em muitas ocasiões, parece mais morto do que nunca.

Olhando para Pokémon Scarlet e Violet puramente pela essência do jogo, é muito difícil de não recomendá-lo para fãs da franquia. Esse é um game muito divertido, cheio de boas ideias, novidades interessantes e um grande potencial no geral. Infelizmente, não dá para ver o game apenas nesta ótica, já que os problemas técnicos e de otimização continuam a assombrá-lo e não há previsão de quando isso será resolvido, mesmo dois meses após seu lançamento. 

Considerando que a versão digital do título custa 300 reais na eShop brasileira (lembrando que não há localização em nosso idioma), podemos entender o motivo de muitos fãs ainda estarem cautelosos e com dúvidas se ele vale a pena ou não. Afinal, pode ser muito decepcionante pagar tão caro por um jogo que, em muitos aspectos, parece inacabado ou que não teve o cuidado necessário durante o desenvolvimento. É uma situação frustrante, então só podemos recomendar que compre o título atualmente se estiver ciente dos problemas e com vontade de experimentá-lo apesar disso. 

Se conseguir deixar isso de lado durante sua jogatina, garantimos que esse será um dos melhores títulos da franquia até agora. Caso os problemas relatados por nós ou por tantos jogadores  na internet nesses dois meses te incomodem demais, nossa dica é realmente esperar uma boa promoção ou que a Game Freak libere mais atualizações para aprimorar o jogo, seja lá qual for a situação mais possível de realmente acontecer.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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