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Problema de privacidade: por que países querem proibir o ChatGPT?
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Problema de privacidade: por que países querem proibir o ChatGPT?

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Tecmundo
01/04/2023 12h30
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Em apenas dois meses, o ChatGPT teve uma adesão surpreendente de mais de 100 milhões de usuários. O público ficou fascinado pelas respostas da inteligência artificial que alimenta o chatbot, mas problemas de privacidade começaram a aparecer. Com isso, autoridades de regulação de diversos países apertem o certo em torno da OpenAI.

Em 20 de março, um bug resultou no vazamento de dados , como nomes, e-mails, endereços e dados de cartão de crédito de 1,2% dos assinantes do ChatGPT Plus. Os históricos de conversas de usuários também foram expostos. A vulnerabilidade durou nove horas e só foi descoberta quatro dias depois pela empresa de cybersegurança Greynoise.

Isso fez com que a autoridade de proteção de dados da Itália questionasse a transparência na coleta de dados dos usuários e solicitasse um bloqueio temporário da IA. Caso a medida seja descumprida, a OpenAI deve pagar uma multa de 20 milhões de euros. Além disso, outros 30 países não contam com os serviços do chatbot.

ChatGPT afirmou que vai cumprir decisão de suspender os serviços para usuários italianos. ChatGPT afirmou que vai cumprir decisão de suspender os serviços para usuários italianos. 

O ChatGPT usa um banco de dados com mais de 300 bilhões de palavras, coletadas da internet de livros, artigos, sites e postagens, para elaborar textos a partir de um algoritmo. Isso torna possível que o chatbot responda perguntas sobre praticamente qualquer tema com um conteúdo muito próximo da linguagem humana.

Em sua política de privacidade, a OpenAI esclarece que são coletados dados pessoais do usuário, conteúdo utilizado na plataforma, informações de redes sociais, registros de navegação de forma automatizada, entre outros. O objetivo, segundo a empresa, é “desenvolver novos programas e serviços”, evitar fraudes e cumprir obrigações legais.

Os dados coletados podem ser fornecidos, sem aviso prévio, para empresas afiliadas, fornecedores de serviços e parceiros de negócios da OpenAI, além de cumprimento de medidas judiciais. Segundo a companhia, as informações são retidas apenas pelo tempo necessário para seus objetivos comerciais e podem ser anonimizadas para pesquisas.

A política de privacidade do ChatGPT menciona os direitos de usuários do Espaço Comum Europeu, Reino Unido, Suíça e da Califórnia, mas falha em fornecer informações básicas sobre o processamento de dados pessoais, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais do Brasil e o Regulamento Geral sobre Proteção de Dados da Europa.

A OpenAI não esclarece de forma precisa, por exemplo, a duração do armazenamento das informações e nem em quais países elas são utilizadas. O chatbot não determina com exatidão como os usuários podem revogar as permissões para o uso de seus dados pessoais e nem deixa transparente como essas informações são processadas.

Além disso, existem preocupações sobre direitos autorais. A OpenAI deve faturar mais de US$ 1 bilhão em 2024, mas não paga para usar as informações coletadas na internet que foram geradas por terceiros. Embora comprovar o plágio em textos seja difícil, já existem processos contra modelo generativo de imagens , como Stability AI e Midjourney.

O ChatGPT contribui para elevar a produtividade na produção de conteúdo e parar de utilizá-lo parece não ser uma opção. Contudo, é necessário tomar cuidado com as informações compartilhadas , especialmente se pediram sigilo pessoal ou comercial, pois há um grande risco de serem usadas sem o consentimento expresso do usuário.

 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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