Procon notifica Eventim para explicar sobre problemas na venda de ingressos online
Tecmundo
O Procon-SP notificou, nesta sexta-feira (11), a Eventim para que ela explique sobre problemas na venda de ingressos. Segundo a entidade de defesa do consumidor, há muita reclamação de clientes sobre dificuldades para adquirir entradas para shows internacionais na capital paulista.
De acordo com o Procon, a ação se refere principalmente às apresentações da banda RBD, Coldplay e do Paul Paul McCartney, cuja abertura na venda dos ingressos aconteceu ontem (10).
A instituição de defesa do consumidor solicitou ainda que a empresa informe a quantidade de ingressos comercializados na pré-venda e ao público geral via internet e bilheterias. Além disso, a companhia terá que especificar sobre as modalidades inteira e meia-entrada, os setores e os respectivos valores cobrados em cada um dos shows.
A Eventim vendeu ingressos para shows da banda RBD em várias cidades brasileiras. (Imagem: Jeff Daly/Getty Images)
“O Procon-SP também quer explicações sobre o tempo decorrido entre o início das vendas e o esgotamento dos ingressos disponíveis, em cada um dos eventos, considerando que há relatos de consumidores de que em 3 minutos já não havia mais ingressos disponíveis”, diz trecho da nota do Procon.
A Eventim terá que se manifestar ainda sobre questões como se há imposição de limites para a compra dos ingressos ao público consumidor em geral, como há ingressos à venda em plataformas digitais de terceiros acima dos preços oficiais e quais mecanismos estão sendo adotados para evitar os ingressos nas mãos dos cambistas.
Nas redes sociais , chovem reclamações sobre dificuldades para garantir ingressos de shows internacionais que são vendidos pela Eventim. Além do esgotamento das entradas em questão de minutos, os fãs reclamam sobre questões técnicas no site da empresa.
“Comprar ingresso pela Eventim é uma experiência TERRÍVEL. A empresa favorece cambistas com bots de compra”, afirmou um usuário do X (antigo Twitter). “Tentar comprar ingresso pela Eventim é sempre uma humilhação”, escreveu uma jovem.
Confira, abaixo, algumas publicações sobre o assunto:
Tentar comprar ingresso pela Eventim é sempre uma humilhação
pic.twitter.com/z0PV5N9eJs
Comprar ingresso pela Eventim é uma experiência TERRÍVEL. A empresa favorece cambistas com bots de compra.
Esqueçam comprar ingresso legitimamente para Paul McCartney ou qualquer show. pic.twitter.com/GJzD1YT8BS
O Eventim é provavelmente o pior site de comprar ingresso de todos, cara. Que absurdo kkkkkk
Sou a favor da CPI dos ingressos e investigarem a Eventim. O que eles fazem é muita maldade com os fãs dos artistas. Tenho certeza que os cambistas já tem os ingressos para o show do Paul McCartney.
não aguento mais ser humilhado pela eventim pic.twitter.com/W8Hh2SWjsc
#Eventim lixo. Sempre uma dor de cabeça. Impossível comprar ingressos pro show do #PaulMcCartney .
12h abrem as vendas. 12h05 esgotados.
Aí você entra num #ViaGoGo da vida e já tem os ingressos a venda por 5x o valor de compra.
Ridículo. Uma pena isso acontecer. pic.twitter.com/ZlFS4NhI0X
O CEO da Eventim, Jorge Reis, falou sobre alguns dos questionamentos do Procon-SP e dos clientes na última segunda-feira (7). Em entrevista ao jornalista José Norberto Flesch, o executivo citou o caso do show do RBD, em que muita gente reclamou de não ter conseguido as entradas.
“A gente teve mais de 700 mil pessoas querendo comprar e tínhamos na primeira venda [primeiro lote] 110 mil ingressos, sendo que 55 mil pessoas compraram. Então você tem automaticamente 645 mil pessoas frustradas. Isso é da natureza da relação oferta e demanda. E a gente não controla essa oferta”, justificou.
Questionado sobre se a possibilidade de emitir ingressos nominais, o que diminuiria a chance de revenda por cambistas, Reis comentou que essa é uma possibilidade que pode ser adotada pela marca. Contudo, ele fez ressalvas sobre a medida.
Perguntei para o CEO da Eventim sobre a venda dos ingressos dos shows do RBD no Brasil. pic.twitter.com/hT7mjLg7zz
“Fica difícil em um grande evento você ficar conferindo o nome das pessoas na entrada. Muitas vezes você tem um estádio de 60 mil pessoas e dependendo se o show for em dia de semana, a gente tem um fluxo de 60%, 70% das pessoas entrando em um período muito curto. Então tem uma questão de segurança e operacional”, argumentou.
Sobre a relação com órgãos de defesa do consumidor como o Procon, Jorge Reis afirmou que todas as solicitações foram respondidas e que a Eventim não tem nenhum processo. "Nossa ideia é sempre passar informações de maneira transparente. Problemas podem ocorrer? Podem, mas a gente tenta resolver tudo. Temos uma relação muito boa com o Procon-SP", defendeu.
O TecMundo tentou, sem sucesso, entrar em contato com a Eventim. Caso a empresa se manifeste, esta matéria será atualizada com um posicionamento.