Reorganizar ou juntar também é inovar
Tecmundo
No contexto da produção do meu último livro – Ouvir, agir e encantar – o Diretor de Operações do Mercado Livre, Luiz Antônio Vergueiro, me contou que certa vez observou três caminhões de varejistas concorrentes na mesma rua e que todos os três operavam com menos da metade da sua capacidade.
Segundo ele, a inovação aqui seria esses três concorrentes utilizarem o mesmo caminhão para baratear e agilizar a operação de todos. De quebra, eles reduziriam a emissão de CO2, ajudariam a desafogar o trânsito, entre outros benefícios. Ou seja, seria bom para todo mundo.
João Cristofolini também teve uma percepção interessante em meados de 2016. A ideia dele foi usar comércios como pontos de retirada e coleta de e-commerces. Basicamente, ao invés de receber sua compra em casa, o consumidor passaria a poder escolher retirar sua encomenda em algum comércio credenciado.
A vantagem para o consumidor é pegar seu produto no seu melhor horário e em algum lugar que já é seu trajeto. Para o e-commerce, a solução reduz significativamente o insucesso de entregas. E, para o comércio, o ponto de retirada é uma forma de atrair clientes. Foi assim que nasceu a Pegaki , que cresceu, se consolidou e foi vendida para a gigante Intelipost. E tudo isso sem inventar a roda, simplesmente reorganizando o que já existe.
Inovar é colocar a criatividade para jogo
Para não ficar só no mundo da logística temos o exemplo do dr. consulta, que nasceu para oferecer atendimento médico de qualidade a preços populares. Um desafio gigantesco tendo em vista o contexto do setor: um sistema de saúde público ineficiente de um lado e planos de saúde caros e inacessíveis do outro. A solução?
Focar em saúde básica e procedimentos sem urgência, o que viabilizava preços menores e consultas com horário agendado. Para amarrar o modelo, doses cavalares de tecnologia e processo. Não à toa, o negócio cresceu exponencialmente ao longo dos últimos anos.