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Street Fighter: conhecendo o lado mais íntimo de Chun-Li (especial)
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Street Fighter: conhecendo o lado mais íntimo de Chun-Li (especial)

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Tecmundo
19/06/2023 18h45
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Dispensando apresentações, Chun-Li é a primeira-dama dos jogos de luta. Ela abriu portas para várias outras personagens icônica no mundo dos jogos, mas não foi só isso. Oficial da Interpol, a lutadora agregou vários detalhes importantes na história de Street Fighter, além de apresentar recursos de jogabilidade eventualmente copiados por outras franquias.

Contudo, os bastidores de sua criação, bem como as consequências disso, possuem muitos fatos surpreendentes — como brigas, polêmicas e até fetiches. Por exemplo: você sabia que cada jogo de Street Fighter tem versões alternativas por culpa da Chun-Li? Ou que ela tem ligação com certos famosos de Hollywood e de Animes? 

Muito além de apenas curiosidades, vamos conhecer informações raras sobre a Chun-Li, incluindo desde artes conceituais até entrevistas. Confira tudo sobre uma das lutadoras mais queridas de Street Fighter neste especial do Voxel!

Esboço original do conceito de Chun-Li e outros personagens de Street Fighter 2Esboço original do conceito de Chun-Li e outros personagens de Street Fighter 2

Por coincidência, a ideia inicial para a concepção de Chun-li deu-se pela falta de conhecimento de um de seus criadores sobre a história dos jogos de luta. Quando Street Fighter 2 estava no começo da produção, o gênio Akira Nishitani, designer de vários jogos e personagens icônicos da Capcom, afirmou que gostaria de apresentar, pela primeira vez, uma lutadora jogável em títulos do tipo.

Porém, a ideia não era novidade, já que a Taito havia lançado Typhoon Gal ainda em 1985, trazendo uma lutadora como protagonista. Não fosse pelo acaso, Chun-li poderia não ter sido criada para Street Fighter 2.

Akira "Akiman" Yasuda, chefe criativo de Street Fighter 2, revelou ao documentário High Score GDLK que o foco conceitual do título era que todos os personagens fossem exagerados, priorizando o mercado ocidental. E isso fica claro quando se vê uma das ideias originais para a lutadora.

A revista EGN, em seu especial sobre Street Fighter 2 em 1992, mostra que Chun-Li seria uma mulher militar, parecida com a Soldado Vasquez do filme Aliens, o Resgate. A ideia chegou a ser adaptada e melhorada, mas não foi pra frente, somente sendo possível conferi-la em um dos finais da personagem. O conceito militar foi usado pouco depois em outra lutadora bastante popular na franquia, a Cammy.

Um dos primeiros concept arts de Chun-LiUm dos primeiros concept arts de Chun-Li

Final da Chun-Li no modo arcadeFinal da Chun-Li no modo arcade

Após apresentar a ideia dos personagens e decidir pelo conceito de viagem pelo mundo, com quase todos os lutadores representando nacionalidades diferentes, foi definido que a personagem feminina seria oriúnda da China.

O conceito da Chun-li, como é conhecido atualmente, começou a nascer quando Nishitani recrutou Akiman, seu colega de trablho em Final Fight e Forgotten Worlds. O objetivo era criar uma personagem feminina forte e diferente das encontradas nos jogos da época, que praticamente só estrelavam princesas e donzelas em perigo. Akiman adorou a proposta, pois isso poderia atrair o público feminino para a franquia.

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Só que, durante os dois anos de desenvolvimento de Street Fighter 2, a criação da lutadora foi adiada ao máximo. Em um esforço para fazer dar certo, Akiman levou apenas cinco semanas para criar e implementar a “garota chinesa”, como ela era chamada pela equipe, diferente dos 10 meses que outros personagens levaram nas mãos de outros artistas.  Naturalmente, o feito alavancou a carreira de Akiman na Capcom quase que imediatamente.

Segundo o site oficial da franquia Marvel vs Capcom, Chun-Li e seu estilo de luta com as pernas foi originalmente inspirado em Tong Pooh, uma das vilãs da série Strider, também da Capcom. Porém, Akiman tanto já negou o caso quanto o confirmou algumas vezes, em outras entrevistas. Suas habilidades também foram inspiradas nos filmes de kung-fu que faziam muito sucesso na época, principalmente na China, mas foram atualizadas para o Kempô chinês e suas variações com o tempo — como o Tai-Chi.

Entre 2013 e 2017 no Street Fighter IV de Xbox, o melhor jogador do mundo de Chun-Li em partidas online era Mike Begum. Ele cresceu com artrogripose, uma doença rara que impede o crescimento dos ossos e músculos dos braços e das pernas. Mesmo assim, ele não desistiu de jogar com sua personagem favorita.

Ele utiliza apenas a boca, bochecha e língua para controlar a lutadora, e conseguiu se adaptar bem, pois não só se tornou um dos melhores do mundo no competitivo com a Chun-Li, como participou de vários campeonatos. Segundo uma reportagem da ESPN americana em 2019, Mike não pensa em parar de competir, e só não se tornou profissional de fato viajando pelo mundo como outros competidores pois sua condição o impede disso.

Chun-Li é a segunda personagem de Street Fighter que mais apareceu em outros jogos, perdendo só para o protagonista e mascote da Capcom, Ryu, que tem literalmente mais de 200 aparições em games diferentes. Eles dois são os únicos personagens de Street Fighter a aparecer em todas as edições da série versus da Capcom. Da pra ver ela até em Mortal Kombat. A Filha da China também faz participações em animes como Hi Score Girl e Yuyu Hakusho e filmes de grande orçamento como Jogador Número 1 e Detona Ralph 1 e 2.

Chun-Li se tornou um sucesso instantâneo, causando um impacto cultural imediato e duradouro, além de uma referência sobre força e coragem feminina. Até hoje, cerca de 30 anos depois do lançamento de Street Fighter 2, em qualquer evento de games ou cultura nerd em geral você verá pelo menos um cosplay de Chun-Li. No entanto, isso não é nada comparado com os concursos que aconteciam no começo dos anos 90 em várias partes do mundo, principalmente Alemanha e Japão, que buscavam encontrar a mulher mais parecida com a lutadora. Em alguns concursos, algumas premiações eram carros zero como Nissan 300ZX e um Honda CR-X, entre vários outros itens.

Mas não foram só cosplayers que se vestiram de Chun-Li: várias celebridades japonesas já fizeram isso em eventos e programas de televisão, além disso existem alguns filme que surfaram na onda do sucesso da lutadora. Um dos principais exemplos disso é o lutador Jackie Chan vestido de Chun-Li no filme City Hunter. Outro exemplo é a banda Arctic Monkeys, que possui uma música em homenagem a lutadora chamada "Chun Li Flying Bird Kick”. Já a cantora Nicki Minaj tem um single chamado Chun-Li.

Em 2002, Chun-Li ganhou a votação popular de personagem favorito de Street Fighter, o mesmo aconteceu nas escolhas de revistas como GameDaily e a EGN, que premiaram ela também como a mais quente dos games em 1992. Já a GamesPro, a Complex e a IGN elegeram em suas premiações a Chun-Li como a maior personagem de jogos de luta de todos os tempos. Além disso Chun-Li apareceu em várias listas de personagem mais sexy da história e de melhores personagens em geral dos games de todos os tempos, vencendo na categoria feminina na Game Revolution e outras publicações. 

Com o sucesso da Garota Chinesa várias personagens em jogos de luta foram criadas similares a ela, como visto em Tekken, Virtua Fighter e Dead or Alive. Entre tretas, mudanças e adaptações, Chun-Li abriu as portas para várias outras personagens icônicas, como Sonya Blade, Mai Shiranui e Cammy.

Chun-Li mudou a forma como os jogadores e desenvolvedores viam as mulheres. Sem ela, com certeza a história de muitos games seria diferente. É graças a força, carisma, história e muita dedicação dos desenvolvedores da Capcom que Chun-Li pode falar que não apenas é a mulher mais forte do mundo, como uma das mais importantes também.

Continuando o legado de Chun-Li, Street Fighter 6 já está disponível para jogar no PC, PS4, PS5, Xbox Series S e X. Confira a análise do Voxel com o game!  

*Este texto contou também com ajuda de Bianca Freitas, a Bia Chun-Li

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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