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The Devil in Me pode ser assustador, mas ainda tem seus pecados
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The Devil in Me pode ser assustador, mas ainda tem seus pecados

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Tecmundo
03/12/2022 13h00
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Quando o primeiro trailer de anúncio de The Devil in Me foi revelado no final de House of Ashes, já despertou minha curiosidade com seu bizarro cadáver animatrônico e um discurso que apontava fortes inspirações no mundo dos assassinos em série.

Desde então, a Supermassive Games foi revelando gradualmente mais detalhes sobre o jogo que marcaria o final da primeira temporada de The Dark Pictures Anthology, deixando os fãs de terror e de true crime ansiosos para conferir essa jornada narrativa sinistra baseada em H.H. Holmes, o primeiro e um dos mais notórios serial killers dos Estados Unidos.

E agora que o jogo já está disponível, será que realmente é tão assustador e violento quanto divulgado pela desenvolvedora? Bem, apague as luzes e venha conferir nossa análise dessa aventura!

Depois de uma rápida introdução no passado sobre a figura infame central do game envolvendo recém-casados extremamente desafortunados, somos transportados ao presente para conhecer os cinco funcionários da Lonnit Entertainment: o diretor Charlie, a apresentadora Kate, o cinegrafista Mark, a técnica elétrica Jamie e a estagiária Erin.

Trabalhando no episódio final da primeira temporada de seu seriado sobre serial killers, Arquitetos do Assassinato, a equipe se vê em problemas, afinal, precisa criar algo incrível para conseguir a renovação da série, mas o assunto da vez, H.H. Holmes, já foi tão explorado que nada do que eles gravam parece bom o bastante para causar o impacto necessário.

E é nesse momento que Charlie recebe um telefonema de Graham Du’Met, um ricaço com gostos exóticos que promete ser a salvação do projeto, dando ao grupo a chance de conhecer uma herança bem peculiar deixada por sua família: um hotel com recriações exatas e memorabilia de nada menos que o próprio Castelo da Morte de Holmes.

A oferta é tão promissora para o programa e problemas financeiros do estúdio que o dono da Lonnit Entertainment aceita de imediato, ignorando vários detalhes básicos como o fato da construção ficar em uma ilha isolada, a urgência do homem para a equipe ir no mesmo dia, a necessidade de entregarem seus celulares e, acima de tudo, como Du’Met sabia qual era o tema do episódio em primeiro lugar?

Porém, a determinação do diretor em busca do sucesso vence qualquer raciocínio lógico, mesmo quando as coisas começam a ficar bem suspeitas na ilha quase deserta, com o anfitrião partindo as pressas sem falar com ninguém e situações sinistras começando a acontecer.

Sozinhos, isolados e sem forma de se comunicar com o mundo externo, nossos protagonistas rapidamente se dão conta que o preço da fama pode ser alto demais, com suas vidas e sanidade sendo colocadas constantemente em risco em uma noite repleta de jogos psicóticos em um hotel que é uma armadilha mortal.

A história de The Devil in Me é muito interessante, mas para solucionar seu mistério, é preciso conferir todas as pistas e prestar muita atenção. Em alguns momentos, jornais e gravações ativam cenas ligadas a outro serial killer além de Holmes, e essas informações serão essenciais para compreender a história, sendo apresentadas de uma forma interativa muito melhor do que uma leitura extensa ou ficar simplesmente parado do lado de um gravador esperando o áudio terminar.

Além de inspirações evidentes no universo de true crime e na famosa série de filmes Jogos Mortais, o game também tem toques de outras obras icônicas de terror, como O Iluminado, Psicose e até mesmo Halloween.

O nervosismo é quase uma constante ao longo do gameplay, seja por momentos no qual a vida de seus personagens favoritos está seriamente ameaçada, ou por escolhas tão idiotas que parece até que ninguém nunca viu um filme de terror na vida. Porém, o título se apoiou um pouco demais na utilização de jumpscares, um recurso desnecessário quando a própria trama já consegue despertar muita inquietação.

Nessa noite cheia de trauma e armadilhas sanguinárias, as escolhas dos jogadores são de extrema importância. Com um grupo com relações um tanto instáveis e muita bagagem emocional, fica em nossas mãos ajudá-los a superar as diferenças e encontrar uma forma de trabalhar em equipe, ou simplesmente abandonar nossos desafetos para um fim extremamente violento.

Porém, é sempre bom ter em mente que a morte de um deles pode impactar o destino de todos, então, quanto menos sobreviverem, talvez menor seja a chance dos seus preferidos terem um final feliz...

Além das mecânicas básicas presentes nos outros jogos da franquia, como escolhas de respostas, pressionar botões no momento certo e controle de batimentos cardíacos, The Devil in Me trouxe novas formas de movimentações para seus protagonistas, que agora podem se escalar, pular, se esgueirar por beiradas, e mover objetos para alcançar áreas mais altas.

Em geral, os movimentos são bem fluídos e tornam a exploração mais interessante do que só andar de um lado para o outro em busca de pistas, permitindo procurar novas rotas para chegar aos seus objetivos.

Outro recurso inédito do final da primeira temporada de The Dark Pictures Anthology foi a capacidade de cada personagem realizar ações diferentes baseadas em sua função dentro da Lonnit Entertainment.

Charlie pode usar seu cartão de visitas para abrir gavetas fechadas, o microfone de Erin permite que ela escute através das paredes, Mark pode usar seu tripé para alcançar objetos em locais altos, Jamie usa seu multímetro para religar fuzis e Kate tem um lápis que ajuda a revelar segredos.

Essa adição parecia ter muito potencial quando foi anunciada, porém, não recebeu a exploração necessária dentro do gameplay. Alguns itens acima só foram utilizados uma vez, e a bombinha para a asma de Erin, que parecia ser um artigo de extrema importância para a sobrevivência da jovem quando apresentada, é rapidamente esquecida.

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No fim, os recursos mais utilizados foram aqueles que os protagonistas carregavam como fontes de iluminação, e a própria câmera de Mark, que segundo os desenvolvedores ajudaria a coletar evidências dos crimes realizados na ilha, não afetou em nada o desenrolar ou o desfecho da trama.

Seguindo seus antecessores, esse título apresenta a morte permanente dos seus personagens, diferente de The Quarry, outro drama interativo de horror lançado pela Supermassive este ano, no qual os jogadores tinham algumas chances de voltarem a cena para tentar salvar uma vida.

Cada um dos protagonistas pode encontrar uma morte trágica de várias formas diferentes, seja através dos jogos psicóticos do serial killer ou simplesmente perdendo o equilíbrio ao tentar atravessar uma tábua através de um penhasco. Por isso, é essencial tomar muito cuidado e prestar atenção para reagir na hora certa dentro da aventura para não perder ninguém por bobeira, precisando então aceitar a morte ou ter que voltar e refazer uma parte inteira através do menu Seleção de Cena.

E para quem gosta de conteúdo adicional, além das famosas premonições presentes desde Until Dawn, The Devil in Me também conta com cinco cartões de visitas de Du’Met espalhados pelas áreas, e os óbolos, moedas antigas que podem ser encontradas em muitas partes dos mapas e utilizadas para desbloquear conteúdos adicionais.

Tirando alguns bugs pontuais de movimentação e ângulos das câmeras, talvez o maior incômodo do game esteja ligado aos recursos especiais, que prometiam novos ares para o gameplay da antologia, mas acabaram sendo um tanto engessados e mal explorados.

E embora a trama seja intrigante, pode ficar confusa em determinados momentos, sendo preciso juntar as peças do quebra-cabeça com muito cuidado para compreender as origens e motivos do antagonista.

Por mais que a qualidade gráfica tenha melhorado muito, alguns momentos ainda deixam a desejar nas expressões faciais, principalmente quando as três mulheres do grupo acabam em uma sala com uma luz vermelha, que deixa o rosto de Kate com uma expressão vidrada e quase maníaca.

Além disso, alguns momentos são escuros demais, e quando ocorrem com personagens com fontes de luz não muito confiáveis, como Mark, é meio complicado localizar seu caminho e ainda explorar as áreas atrás de segredos.

Entre todos os títulos lançados em The Dark Pictures Anthology, The Devil in Me se tornou um dos meus grandes favoritos, abordando muito bem a temática dos horrores que um humano levado ao limite pode causar, trazendo cenas bizarras e momentos recheados de tensão.

O jogo tem de longe um dos gráficos mais bonitos da franquia, com os detalhes dos ambientes, personagens, manequins e animatrônicos espalhados pelo hotel ajudando na imersão dos jogadores nessa jornada pavorosa em busca da sobrevivência.

Por mais que seu gameplay seja maior do que de seus antecessores, ele ainda é relativamente curto, podendo ser concluído em cerca de seis horas, e com um bom valor de repetição, caso você queria ver todas as mortes disponíveis e possíveis fins para os funcionários da Lonnit Entertainment.

Ele ainda tem seus problemas, é claro, mas mostrou os esforços da Supermassive Games em melhorar seus projetos com base nos feedbacks da comunidade, e talvez servirá para abrir caminho para inovações bem interessantes na segunda temporada da antologia.

Então, para quem adora uma história com assassinos em série e muito gore, vale sim a pena dar uma chance para The Devil in Me, e tentar dar o melhor de si para sobreviver às armadilhas mortais que irão surgir pelo caminho.

The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me foi gentilmente cedido pela Bandai NAMCO para a realização desta análise.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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