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The Game Awards: Conheça os concorrentes para inovação em acessibilidade
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The Game Awards: Conheça os concorrentes para inovação em acessibilidade

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Tecmundo
07/12/2023 21h15
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Assim como a Black Friday e panetone, certas tradições já se tornaram rotina no fim de ano. Para a galera que curte jogos, o The Game Awards marca o encerramento de mais um ano extraordinário para a indústria, com os indicados das principais categorias  da premiação tomando o holofote.

Porém, a discussão que proponho nesta coluna é sobre uma categoria recente da premiação: estou me referindo ao prêmio de inovação em acessibilidade. Realizado pela primeira vez no ano de 2020, com The Last of Us Part 2 tendo levado a taça da vitória para casa, o prêmio visa reconhecer o game que mais inovou na criação de ferramentas de acessibilidade para que pessoas com tipos variados de deficiências possam jogar videogame.

Os concorrentes a inovação em acessibilidade no TGA 2023 são: 

Eu tive a oportunidade de jogar todos os jogos da lista e cobri a acessibilidade da maioria deles aqui no site. Nesta matéria, vamos conhecer as características de cada um com o objetivo de apontar as inovações em acessibilidade que cada game apresenta. 

Lembrando que o prêmio é direcionado aos jogos mais inovadores em recursos de acessibilidade e não tem a intenção de tentar definir qual o jogo mais acessível do ano. Afinal, todos os concorrentes nessa lista são jogos com ferramentas excelentes que podem dependendo do jogo abranger públicos diferentes e específicos. 

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Ressalto que temos análises de acessibilidade aprofundadas sobre a maioria desses jogos. Se você tiver interesse em algum deles, dê uma olhada no site para ver se já não fizemos uma cobertura completa do jogo em questão!

O mais recente lançamento da Blizzard trouxe uma ampla variedade de opções de acessibilidade. O jogo inclui filtros para pessoas com algum grau de daltonismo, a possibilidade de alterar o tamanho das fontes dos textos do jogo, cores customizáveis para destacar itens e inimigos, entre várias outras opções de acessibilidade.

Porém, estamos falando de inovação aqui e, no caso de Diablo 4, o recurso mais inovador foi seu leitor de tela. Essa ferramenta não é nenhuma novidade na indústria de jogos, porém a forma que ele foi implementado nesse jogo é bem impressionante.

A customização da ferramenta é bem completa, indo desde a possibilidade de alterar a velocidade e tom da fala até a escolha de quais aspectos do jogo serão lidos e quais serão ignorados. O leitor executa a narração dos nomes, nomes dos inimigos em combate, inventários, documentos, habilidades entre vários outros.

Porém, como é um número excessivo de informações o tempo todo, por se tratar de um RPG, é muito interessante ter a possibilidade de decidir em quais instâncias do jogo o narrador estará ligado ou desligado. 

O jogo de corrida da Microsoft chegou trazendo 69 diferentes ferramentas de acessibilidade dos mais diversos tipos, mas com certeza a mais inovadora foi o modo Blind Assistant. A ferramenta sonoriza todos os aspectos do game, transformando informações visuais em áudio e permitindo que jogadores cegos consigam se manter na pista durante as corridas.  

A função cria um palco sonoro que indica com bips, auxílios narrados para curvas e o centro da pista onde o jogador deve permanecer utilizando o áudio 3D como referência. O som do motor de carro se move para a esquerda e direita, indicando onde o traçado do centro da pista se encontra.

Eu nunca tinha visto algo parecido antes, e com certeza essa função demonstra que é possível adaptar qualquer jogo utilizando criatividade e vontade de desenvolver. Ao mesmo tempo em que o recurso auxilia o jogador, ele não tira a experiência e o desafio de estar nas pistas. Não é necessário abdicar de imersão para ter inclusão, algo que não é fácil de alcançar e merece reconhecimento. 

O jogo de pancadaria musical traz uma variedade de opções de acessibilidade bem surpreendente, principalmente por não se encaixar no escopo de jogos que a indústria costuma chamar de AAA, sendo um game de médio orçamento. Nesse tipo de projeto, é de se esperar que a grana seja limitada em alguns setores do desenvolvimento do jogo, e normalmente a acessibilidade é uma das primeiras a serem riscadas da lista de prioridades.

Sendo uma mistura de jogo de ação com jogo musical, a ideia aqui é executar os combos no ritmo da ótima trilha do game. Essa mecânica pode ser um grande desafio para jogadores com algum tipo de deficiência auditiva.

Por conta disso, o estúdio decidiu acessibilizar completamente a experiência para esse público específico trazendo indicadores visuais de ritmo. Assim, tanto o protagonista do jogo quanto o mundo ao seu redor se movem sempre no ritmo do rock and roll. Ao lado do herói, sempre temos a companhia de uma gatinha robô chamada 808, que se move no ritmo das batidas e sinaliza a todo momento em qual ritmo os golpes devem ser desferidos. 

A forma como a acessibilidade é implementada em Hi Fi Rush pode ser descrita como genial. Ao mesmo tempo em que possibilita a inclusão de jogadores com deficiência auditiva em um jogo musical, o título também aplica a acessibilidade direto no mundo do game. O recurso de auxílio é imersivo e não tira o jogador da dimensão estética e narrativa da aventura. 

Ter uma boa variedade de configurações de acessibilidade já está se tornando padrão nos jogos da Insomniac. A mais nova aventura dos cabeças de teia não é exceção, tendo uma ampla gama de ferramentas de incluir usuários PCDs na jogatina.

Dentro dessas várias opções, a grande inovação é a tradução de linguagem de sinais em voz. Assim, quando um personagem utiliza esse tipo de forma de comunicação, jogadores cegos ou com baixa visão não deixam de entender o que está sendo dito. A solução pode até parecer simples, mas eu nunca vi isso aplicado em jogos antes. Além disso, temos a promessa de mais funções de acessibilidade chegando ao jogo no futuro. 

Tradicionalmente, jogos de luta são muito populares entre pessoas cegas ou com baixa visão por conta da natureza da sua locomoção limitada normalmente ao 2D, evitando que o jogador se perca no cenário. Junto a esse aspecto também temos os sons característicos que indicam quais golpes estão sendo utilizados.

No entanto,a grande maioria desses jogos não tinham funções de acessibilidade pensadas para esse público. Isso mudou drasticamente em 2023 com a chegada de Mortal Kombat 1 e Street Fighter 6. 

Eu acabei colocando MK 1 e ST6 no mesmo tópico pois a função inovadora que gostaria de destacar está presente nos dois títulos. Estou falando da implementação dos auxílios auditivos para os combates.

As ferramentas indicam informações importantes ao jogador com bips e efeitos sonoros específicos para sinalizar detalhes visuais durante a luta. Ao usar o recurso, é possível receber sinais sonoros de elementos como a distância entre os oponentes, quantidade de vida, de energia para golpes especiais, entre muitas outras referências.

Os dois jogos variam em questão de implementação de recursos, porém essa função inovadora está presente nos dois títulos concorrentes de luta da atual geração de consoles. Eu nunca tinha visto nada parecido antes e, com o sucesso da implementação, a expectativa agora é que mais títulos adotem esse tipo de tecnologia.

A premiação de inovação em acessibilidade é bem recente no The Game Awards. Nas primeiras edições onde essa categoria esteve presente, era fácil indicar qual jogo ganharia o tão desejado prêmio.

No entanto, com o passar do tempo e o maior interesse dos estúdios na inclusão desse público, foi ficando cada vez mais difícil apontar qual será o ganhador. Afinal, a premiação é direcionada a criação de novas ferramentas e, nesse ano, tivemos uma boa quantidade de recursos inéditos no quesito acessibilidade.

É importante ressaltar que o prêmio não é de "jogo mais acessível", pois isso é muito relativo, como sempre indico aqui nas minhas reviews. No entanto, recompensar o desenvolvimento da inovação é algo que tem de ser aplaudido. Além de prestigiar desenvolvedores pelo trabalho, a premiação também serve como incentivo para mais estúdios utilizarem tais recursos em seus futuros games.

Para mim, os candidatos mais fortes são os dois jogos de luta, Mortal Kombat 1 e Street Fighter 6, pela implementação e adaptação dos combates completamente em forma de áudio. Forza Motorsport também merece destaque pelo mesmo motivo, ao adaptar um jogo de corrida completamente para pessoas cegas. 

Independente do ganhador do prêmio de inovação em acessibilidade, uma coisa é certa: a concorrência acirrada na categoria é uma grande vitória para o público PCD, pois garante que mais recursos de acessibilidade cheguem aos games.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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