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Tomb Raider I-III Remastered é tributo afetuoso à trilogia original - Review
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Tomb Raider I-III Remastered é tributo afetuoso à trilogia original - Review

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Tecmundo
13/02/2024 18h00
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Como um entusiasta de Tomb Raider desde os tempos em que era preciso deixar o PlayStation de ponta-cabeça para fazer o disco funcionar, posso dizer que estive bem servido de Lara Croft nos últimos anos, sobretudo com o lançamento da excelente trilogia reboot – considerada superior à original por muitos fãs da heroína.

Infelizmente, o fluxo de novidades em relação à série diminuiu muito a partir do momento que a Crystal Dynamics foi adquirida pelo Embracer Group em 2022. As coisas ficaram conturbadas após o conglomerado sueco passar por reestruturações internas, cancelando projetos e encerrando as atividades de alguns de seus estúdios. Não é segredo para ninguém que as empresas de tecnologia enfrentam uma fase complicada devido à volatilidade do mercado, especialmente nos Estados Unidos e Europa.

O intervalo não foi nada curto, é verdade, mas enfim fomos agraciados com um novo jogo da arqueóloga mais icônica dos videogames, mesmo sendo só uma coletânea familiar. Isso mostra que, mesmo em meio à turbulência na indústria, Lara Croft ainda tem seu espaço no portfólio de franquias ativas da Embracer. Nada de Tomb Raider na geladeira, hein!

Destinada aos saudosistas de plantão, a compilação reúne as três primeiras jornadas de Lara nos tempos áureos do PC e PS1, coisa de anos 1990. Quando comparamos a premissa da saga antiga com a nova, pode-se notar mudanças consideráveis, a começar pelo tom. Eu havia me esquecido de como os jogos clássicos da heroína capturam parte da galhofa dos filmes da década de 1990.

Quem não se lembra da icônica batalha contra um tiranossauro no primeiro Tomb Raider? O confronto permanece intenso e apavorante até hoje, em especial se você se recusa a utilizar a estratégia de atirar e correr para a caverna.

Não estou dizendo que uns são melhores que os outros, não é isso, mas os títulos antigos se apegam à ficção e carregam mais elementos de misticismo, enquanto o reboot e suas sequências seguem por um caminho mais “pé no chão” e adotam uma abordagem mais, digamos, realista em sua proposta. 

Para os amantes de desafios, a trilogia inicial entrega um level design sublime, promovendo alguns dos enigmas mais engenhosos que eu já vi nos videogames, com obstáculos à frente de seu tempo, embora tenham sido projetados há quase três décadas. A coletânea, vale dizer, não traz facilitadores, então sentir-se perdido e desamparado faz parte da brincadeira. 

Não há mapas, elementos visuais ou dicas para indicar de maneira clara qual o seu próximo objetivo, o que preserva o ótimo senso de descoberta consolidado nos três primeiros volumes da história. Por outro lado, a falta de orientação pode desencorajar jogadores que estão experimentando as origens da exploradora de templos pela primeira vez – seguir guia acaba sendo uma boa ideia para contornar essa questão. 

Entre os três os títulos, Tomb Raider (1996) segue sendo o meu favorito, uma vez que mescla trechos de combate, exploração e puzzles com mais naturalidade, inclusive com uma dificuldade mais equilibrada. O som dos passos de Lara nas grutas ainda ecoa em minha memória e me leva num pulo à infância, a um período em que éramos totalmente dependentes de revistas especializadas em detonados.

Além dos quebra-cabeças criativos, as aventuras old-school propõem obstáculos de plataforma meticulosos, que exigem precisão milimétrica ao se executar as piruetas acrobáticas de Lara. Metódico, o gameplay requer que o jogador se posicione em ângulos muito específicos para realizar as manobras. 

Aprender a esquivar e atirar são ações que demandam tempo para serem completamente dominadas. Pelo fato de os desenvolvedores terem trabalhado com o código-fonte e a engine originais, é compreensível que muita coisa permaneça inalterada na coleção atual em termos de jogabilidade.

Lara se move ao estilo "tanque", mas é possível ativar os controles modernos a qualquer momento no menu, permitindo que a arqueóloga tenha mais mobilidade e controle total da câmera, algo nos moldes de Legend e Underworld. Brigar um pouco com os controles era, à época, um dos encantos dos jogos 3D do PlayStation, por mais estranho que isso possa parecer nos dias de hoje. Portanto, sim, Lara ainda opera movimentos erráticos ao mirar.

Para não dizer que não houve acréscimo ao combate, a interface ganhou um medidor para indicar a vida dos chefes, um recurso bastante útil para que saibamos a hora certa de trocar as pistolas, por exemplo, por uma opção mais poderosa. Cá entre nós, isso facilita muito o gerenciamento da munição, uma vez que você consegue se planejar de forma mais eficiente, tendo ao menos uma estimativa de quando a batalha termina. 

Dentro do papel de uma remasterização, Tomb Raider I-III Remastered entrega o que se espera, nem mais nem menos, de modo a conservar os principais atributos dos três games, incluindo sua estética noventista que, a meu ver, é um pedaço de arte. 

Entre as novidades, destaca-se uma Lara Croft renovada, agora com um visual mais refinado e curvas suavizadas em sua silhueta. Até mesmo as skins foram redesenhadas, e o jogador pode equipá-las conforme sua preferência.

Cenários e inimigos também foram reconstruídos para as versões atuais, embora mantenham o estilo de arte poligonal característico da era do primeiro PlayStation. O sistema de iluminação, por sua vez, desempenha um papel crucial na modernização do mundo, preservando sua essência enquanto revitaliza ambientes familiares.

A magia reside na possibilidade de transitar entre a aparência clássica e a nova com o simples apertar de um botão. Isso nos permite constatar, em tempo real, o quão mais imersivo o remaster se tornou ao aplicar soluções inteligentes para texturas, sombras e reflexos, sem que os elementos pareçam muito artificiais. 

Tomb Raider I-III Remastered não se resume apenas às melhorias técnicas. O conjunto é generoso e oferta as lendárias expansões de cada um dos títulos, podendo ser jogadas à parte, em saves individuais, isto é, sem estarem vinculadas às campanhas principais. Fiquei positivamente surpreso e mais que satisfeito com o conteúdo oferecido. 

Além disso, o modo foto proporciona a liberdade que os fãs antigos de Tomb Raider sempre desejaram para registrar seus melhores momentos, e os mais de 200 troféus/conquistas a serem coletados estão aí para nos estimular a desvendar todos os segredos das três aventuras – e há muitos, aliás, considerando a grande quantidade de colecionáveis disponíveis.

Apesar de não serem jogos com diálogos extensos, todo trabalho de localização para o português do Brasil deve sempre ser valorizado e apreciado. Dos menus às cutscenes, todos os textos presentes na compilação foram bem adaptados ao nosso idioma. 

Mesmo sem ditar grandes mudanças, Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft cumpre o seu propósito de restaurar, com máximo respeito ao material de origem, três dos jogos de ação mais influentes da indústria. O pacote remasterizado agrada em conteúdo e enverniza os gráficos com refinamentos técnicos bem-vindos, dando nova vida às expedições de Lara. 

Entretanto, não há muitos ajustes para melhorar a qualidade de vida da experiência, tampouco existem recursos para tornar esses títulos mais acessíveis a novos públicos. Mesmo assim, a coletânea é capaz de derrubar a soberania dos games originais, tornando-se a opção mais viável e satisfatória de apresentar a heroína a outras gerações. 

Pontos positivos (prós):

Pontos negativos (contras):

Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft foi gentilmente cedido pela Aspyr para o propósito de análise no PS5. O jogo possui versões para PS4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X e Series S, bem como PC.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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