Transformação digital exige uma evolução educacional que começa a acontecer
Tecmundo
Há alguns anos, vivemos a chamada Revolução Industrial 4.0. As mudanças tecnológicas das últimas décadas, o foco na automação e sistematização de processos e a integração entre on e off são alguns exemplos do que o mundo está experienciando.
Muito se fala sobre a transformação digital na vida pessoal e profissional, de modo que é importante compreendê-la como parte de um movimento maior, na qual as pessoas e companhias estão se adaptando às novas tecnologias e ao mesmo tempo descobrindo-as, aprimorando-as e as utilizando dentro do seu contexto.
Entretanto, algo está em descompasso com todas essas mudanças: a educação. Como as novidades que vivenciamos estão ocorrendo em uma velocidade nunca antes observada na humanidade, muitas pessoas não estão conseguindo acompanhar as novidades. Isso pode ser visto no dia a dia, nos senhores e senhoras com dificuldades para pagar uma conta no seu celular, nas pessoas confusas em restaurantes de fast-food tentando operar o guichê de pedido automático ou com dificuldade para mudar o sinal da TV para o Netflix.
Agora, algumas instituições educacionais estão andando em ritmo acelerado para prover talentos e capacitar profissionais – do júnior ao sênior – para este novo momento. Estes negócios geralmente são capitaneados por empreendedores e especialistas “mão na massa”, com vasta experiência na construção da nova economia, e às vezes com pouca ou nenhuma bagagem acadêmica.
Por exemplo, temos a G4 Educação, edtech fundada por Tallis Gomes, Alfredo Soares e Bruno Nardon, três grandes nomes dos negócios no Brasil, afinal Talis fundou a Easy Taxi, Alfredo vendeu sua startup para o VTEX e Nardon é co-fundador do Rappi. A G4 é um ecossistema de cursos, tanto presenciais quanto online, com foco em gestores e seus times, com educação corporativa prática e inovadora. É uma alternativa às escolas de negócios tradicionais, indo além dos fundamentos e ensinando com ajuda dos principais empreendedores do país.
Dentro de um segmento específico, temos a Imersão Logística, fundada por Patrick Rocha, João Cristofolini e Luiz Vergueiro, todos altamente experientes no ramo. O contexto é o seguinte: com a revolução do e-commerce, inovações em logística se tornaram o centro estratégico das principais empresas do planeta e o foco de M&As e disputas milionárias envolvendo grandes corporações e fundos de investimento.
A razão é muito simples: tudo que é vendido pela Internet (ou seja, qualquer coisa!), tem que ser entregue rápido – roupa, sapato, comida, livro, geladeira, televisão, cartão do banco, seja lá o que for. E se o produto demorar ou chegar em mau estado, o cliente reclama e até desiste da compra. Além disso, em muitos casos, o entregador é o único contato físico que o cliente tem com a marca.
Nesse sentido , todo o segmento vem atravessando disrupções que vieram para ficar. Da porta para dentro dos galpões, robôs e toda sorte de automação dão conta de roteirizar milhões de encomendas em minutos. Da porta para fora, pontos de retirada, lockers e uma série de reorganizações garantem que a compra chegue até o cliente em poucos dias ou horas.
As mudanças envolvem ainda setores antes desconectados , mas que agora estão intimamente integrados à logística, como RH, práticas de ESG, Customer Experience, Compliance, entre outros. Portanto, cada vez mais a logística não se destina somente para quem já é da área: profissionais de qualquer segmento que, direta ou indiretamente, comercializam produtos online, passam a ter a necessidade de conhecer as melhores práticas e inovações do segmento.
Temos ainda a Sirius, a primeira neouniversidade do Brasil, fundada por Arnóbio Morelix e Felipe Matos. Nomeada como uma das 15 startups mais promissoras da América Latina pela Forbes Magazine, a Sirius é especializada na formação e capacitação na área de tecnologia, com foco em Ciência de Dados e Inteligência Artificial. O diferencial, além dos cursos inteiramente online, é o ensino focado na prática, flexibilidade e conexão direta com grandes empresas empregadoras. Inclusive, o índice de empregabilidade dos alunos da instituição é de 97%.
Cada um dessas iniciativas está revolucionando a educação ao preparar mais e mais pessoas para os desafios do presente e do futuro.
O Arnobio, da Sirius, cita uma frase que acho genial: “Toda revolução industrial precisa de uma revolução educacional”. Cristofolini, do Imersão Logística, também traz uma definição interessante para seu novo negócio: “A educação do mercado de logística não acompanhou a velocidade das entregas”.
Talvez seja a hora de aceitarmos o novo e aprender com aqueles que estão capitaneando esse novo momento.