Veja propostas de Lula e Bolsonaro para trabalhadores de apps
Tecmundo
Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cerca de 1,5 milhão de brasileiros trabalham em aplicativos de transporte ou entrega de produtos e mercadoria, como Uber, 99 e iFood. Enquanto a legislação trabalhista envolvendo as plataformas é pauta em São Paulo na CPI dos aplicativos, o assunto também ganha a atenção dos eleitores durante as Eleições 2022.
Recentemente, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de um podcast online e comentou sobre o assunto, o que levantou a pauta em redes sociais. A pauta reverberou ainda mais após Mario Frias, apoiador do também candidato Jair Messias Bolsonaro (PL), compartilhar o trecho do programa.
Com o segundo turno das eleições se aproximando, o TecMundo buscou as propostas de Lula e Bolsonaro voltadas para quem trabalha com aplicativos. Confira mais detalhes abaixo — as informações foram obtidas no plano de governo, divulgado pelo TSE, e declarações em plataformas oficiais dos candidatos.
Propostas de Lula
O candidato do Partido dos Trabalhadores deixa claro em seu plano de governo que pretende discutir mudanças para regulamentar o trabalho feito por intermédio de aplicativos. Segundo o 13° ponto do plano de governo, o presidente pretende fazer mudanças no regime atual por meio de “um amplo debate e negociação.”
“O novo governo irá propor, a partir de um amplo debate e negociação, uma nova legislação trabalhista de extensa proteção social a todas as formas de ocupação, de emprego e de relação de trabalho, com especial atenção aos autônomos, aos que trabalham por conta própria, trabalhadores e trabalhadoras domésticas, teletrabalho e trabalhadores em home office, mediados por aplicativos e plataformas, revogando os marcos regressivos da atual legislação trabalhista, agravados pela última reforma e reestabelecendo o acesso gratuito à justiça do trabalho.”, diz o plano de governo.
Recentemente, o site do PT também realizou uma publicação dizendo que “trabalhadores de aplicativos terão remuneração e jornada justas”, destacando uma fala de Lula prometendo que vai buscar direitos “como Natal e Ano Novo”, para quem atua com aplicativos. O post também destaca a “importância de colocar na mesma mesa empresários e representantes das centrais sindicais para que busquem uma solução que não precisa ser volta ao passado, mas que tenha em vista a necessidade de os trabalhadores terem direitos básicos assegurados.”
Você pode conferir o plano de governo completo de Lula neste link .
Propostas de Bolsonaro
O plano de governo de Jair Bolsonaro também prevê regulamentações voltadas para trabalhadores de aplicativos. Em sua documentação, o atual presidente ressalta que vai lutar para reduzir a burocracia e dará foco na “formalização dos trabalhadores informais”, o que inclui quem atua por meio de aplicativos.
Para diminuir a taxa de aproximadamente 40% de informalidade no país, o governo de Bolsonaro pretende atuar com “contratos de trabalho específicos para esta população e que permitam a oferta de trabalho formal em estados onde a informalidade ainda é dominante“. Mencionando quem vive do trabalho em apps, o plano aponta que a estratégia vai contemplar "alternativas contratuais inteligentes e que reconheçam a realidade desses trabalhadores nas regiões em que vivem".
O plano de governo de Bolsonaro também inclui uma passagem dizendo que o governo continuará defendendo que os trabalhadores sejam “livres para realizar trocas entre si, livres de coerção”. A proposta de Bolsonaro ainda ressalta que os trabalhadores devem ter direito de greve e sindicalização, e que essa liberdade “não deve ser apoiada por legislações e normas que incentivem práticas monopolistas".
Você pode conferir o plano de governo completo de Bolsonaro neste link.
Segundo turno das eleições
A votação do segundo turno das eleições acontece em 30 de outubro em todo o Brasil — alguns estados também contarão com a decisão para o cargo de governador. Até lá, os candidatos à presidência podem se encontrar pelo menos mais uma vez para um debate.