Vestíveis e Edge Computing: uma revolução invisível na área da Saúde
Tecmundo
Por Júlio Martins.
No cenário dinâmico de saúde digital, os dispositivos vestíveis (wearables, em inglês) emergem como catalisadores da transformação, prometendo revolucionar como monitoramos e abordamos nossa saúde. De smartwatches que monitoram a atividade física a dispositivos que rastreiam os sinais vitais, a promessa de uma saúde mais conectada e personalizada parece tangível .
Contudo, à medida que exploramos os limites da inovação dos vestíveis, surge uma questão crucial: até que ponto estes dispositivos podem verdadeiramente revolucionar a saúde sem que haja por trás uma estrutura robusta de conectividade?
O Edge Computing auxilia, principalmente, na transmissão de respostas que podem salvar a vida de um paciente.
Imagine um cenário onde um smartwatch monitora os sinais vitais de um paciente, compartilhando informações valiosas sobre sua saúde diretamente com uma equipe médica. Todos os dados são coletados instantaneamente, diversas vezes por segundo, e em seguida são transmitidos para um servidor central localizado em algum lugar nos confins da Internet. Lá, estes dados são agrupados e processados, devolvendo para a equipe médica informações relevantes sobre a saúde do paciente.
Caso este paciente esteja prestes a ter uma crise hipoglicêmica – usando as leituras em tempo real e o histórico médico – um algoritmo de IA poderia prever rapidamente a iminente crise e alertar tanto o paciente quanto a equipe médica, muito antes de que houvesse a confusão mental ou perda de consciência.
Porém, neste modelo de processamento centralizado as informações seriam primeiramente transmitidas para então serem analisadas na nuvem. O tempo entre a transmissão dos dados e o recebimento do alerta passa, então, a ser um ponto crucial para determinar se o atendimento foi efetivo ou um desastre.
Neste ponto, a promessa de uma saúde mais inteligente com a ajuda dos vestíveis torna-se um problema sem o suporte invisível do Edge Computing, podendo ser prejudicada pela lacuna entre a coleta de dados e ação instantânea. É esse vazio que o Edge Computing preenche, elevando os vestíveis de instrumentos promissores a verdadeiros agentes de transformação na saúde digital.
Ao transferir o processamento de dados para a borda da rede, o Edge Computing supera os desafios de latência e da dependência de uma conectividade robusta. Esta abordagem descentralizada não apenas aprimora a eficiência dos vestíveis, mas também abre portas para diagnósticos instantâneos, tratamentos personalizados e uma verdadeira revolução na entrega de cuidados de saúde.
Os dispositivos vestíveis, quando potencializados pelo Edge Computing, não se limitam a oferecer percepções momentâneas; eles se tornam veículos para análises em tempo real, identificação precoce de padrões e previsões mais precisas.