Condenado por abuso sexual, Bill Cosby tem pena anulada: “Sempre mantive minha inocência”
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Na tarde de ontem, 30, o comediante Bill Cosby, 83 anos, se manifestou pela primeira vez desde que deixou a prisão nos Estados Unidos. Após cumprir mais de dois anos da sentença — que era de três a 10 anos de reclusão —, a Suprema Corte da Pensilvânia anulou a condenação. As informações são da AFP.
"Nunca mudei a minha postura nem a minha história. Sempre mantive minha inocência. Obrigado a todos os meus fãs, apoiadores e amigos que me deram suporte ao longo de toda essa provação. Um agradecimento especial para a Suprema Corte da Pensilvânia por defender o Estado de direito", declarou Cosby em sua página oficial do Twitter.
Em 2018, o comediante havia sido condenado por ter abusado de Andrea Constand, em 2004. Ela era ex-funcionária da Universidade de Temple — onde ele estudou. Porém, para o juiz David Wecht, o promotor que investigou o caso, Bruce Castro, induziu Bill a se incriminar quando testemunhou em um processo civil. Porém, lhe dissera que aquilo não seria usado para acusá-lo criminalmente.
Na época, depois disso, outro promotor, Kevin Steele, acabou 'quebrando o acordo' — o que, conforme explica a AFP, fere a Quinta Emenda da Constituição, que diz que uma pessoa não é obrigada a produzir provas contra si mesma.
Dessa forma, a Corte Suprema entendeu que a palavra deveria ser cumprida. Para os juízes, anular a condenação e barrar qualquer nova acusação "é o único remédio que atende às expectativas razoáveis da nossa sociedade em relação a seus promotores eleitos e nosso sistema de justiça criminal".
Além disso, a Corte entendeu que as acusações de outras cinco mulheres ajudaram a ‘contaminar’ o julgamento original, apesar da Corte inferior entender que o que elas disseram ajudava a traçar um padrão no comportamento do comediante: que drogava e depois abusava sexualmente de suas vítimas.
Ainda não se sabe se os promotores recorrerão da decisão. Segundo a AFP, além de Constand, mais de 60 mulheres acusam Bill Cosby por abusos cometidos entre os anos 1960 e 2000.