Moe Howard inspirou comediantes e ganhou o mundo sem uma única palavra
Aventuras Na História
Nascido no Brooklyn, em Nova York, em uma família de quatro irmãos, Moses Harry Horwitz tinha memória fotográfica e uma inteligência bastante peculiar e que se tornou um dos motivos de bullying. Sim, ele era nerd.
Apesar da insistência de sua mãe em deixar seu cabelo até o ombro, Horwitz se cansou das risadas das outras crianças e decidiu que o cortaria sozinho. O resultado, o penteado tigelinha, mal ele poderia esperar, se tornaria icônico, bem como sua marca registrada.
Na infância ficou cego! Ao ser atropelado por uma carroça em alta velocidade (sim, uma carroça), o acidente resultou em um nariz torto e, apesar do membro ficar intacto, a cirurgia o deixou sem ver por 11 meses, fruto do pouco avanço da medicina na época.
Empreendedor desde menino, caçava sapos para vender na feira, por o equivalente a 15 centavos. Uma parte da grana arrecadada ia para ajudar sua mãe em casa e, a outra e menor parcela, ele gastava com peças de teatro, e em 2 anos já tinha assistido a 70 delas.
Cinemaníacos
Aos 11 anos, Moe percebeu que gostaria de ser ator, mas a trilha que seguiu foi bastante original e nada fácil. Primeiro conseguiu um emprego de garoto de recados no Brooklyn Vitagraph Studios, e sem pedir gorjetas chamou atenção.
Foi então que Maurice Costello, artista do estúdio insistiu em um papel para ele no “We Must Do Our Best”, do diretor Van Dyke Brooke, em que fazia um mine terrorista de orfanato. E então, sua carreira começou.
Você nem imagina, mas até acrobata das águas ele foi, com bolas de papel no lugar dos peitos, juntou-se ao Ted Healy, que viria a ser um dos primeiros integrantes dos Três Patetas, e juntos apresentaram por um verão inteiro o espetáculo aquático.
Ele e Ted continuaram suas jornadas de apresentações por bares e centros culturais nos Estados Unidos. Em meio às apresentações viu potencial em seu irmão mais velho, Shemp e começaram o espetáculo “Howard e Howard”, em que uma única pessoa se empolgou, aplaudiu de pé e emocionado, era seu irmão menor, o Jerry.
Agora, o início da carreira de Moe como “Stooges” (pateta), foi quando os três (ele, Ted e Shemp), se uniram no grupo Ted Healey and His Stooges, que durou 10 anos, com algumas pausas, mas conciso.
Depois disso, Moe decidiu parar a sua vida profissional por conta da família, depois voltou e fez o grupo junto ao Larry Fine, que o acompanhou até o fim de sua carreira. Realizaram uma peça da Broadway, a “A Night in Venice” e até fecharam contrato com a Fox Films, em que o grupo fez a primeira aparição no cinema com “Soup to Nuts”.
Sucesso implacável
Moe, Larry e Shemp deixaram Healy se destacaram de Ted e criaram o "Howard, Fine & Howard", estreando até no L.A.'s Paramount Theatre. E, depois de um tempo ele voltou, já sem Shemp, o número 1 dos patetas chamou seu irmão Jerry (nome artístico: Curly) para fazer parte. Juntos, alcançaram até a MGM que deu a ideia ao fujão de sair novamente do grupo. No fim ficou Moe, Lary e Curly. Que confusão, não?
Mas esse entra e sai deu origem aos Três Patetas, pois o que sobrou e o que ninguém imaginava, era que o sucesso seria implacável. Assinado o contrato com a Columbia produziram 190 curtas de comédia. Ganharam até indicação ao Oscar com o “Men in Black” para Melhor Curta Metragem de Comédia.
No início da Segunda Guerra Mundial, o trio lançou algumas sátiras como o You Nazty Spy! e I'll Never Heil Again, em que Moe interpretou um personagem paródia de Aldof Hitler.
À época, os Estados Unidos ainda tinham um posicionamento neutro, portanto, foi mais fácil ser o primeiro americano a caricaturar o gênio do mal, lançado nove meses antes do The Great Dictator, de Charlie Chaplin.
Depois do acidente cerebral que deixou seu irmão Curly impossibilitado de atuar, Moe não via mais sentido, mas mesmo assim aceitou a volta de Shemp. Logo, eles também fizeram sua passagem. O criador de os Três Patetas nos deixou em 1975, vítima de um câncer no pulmão, aos 77 anos.
Antes de morrer, Moe escreveu parte de sua autobiografia intitulada I Stooged to Conquer, concluída por sua filha e publicada com o nome de Moe Howard and the Three Stooges.
Sobre o cineasta
O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.