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Dólar pausa altas e cai seguindo exterior e com inflação no radar
Reuters Brasil
12/01/2021 13h16
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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caía ante o real nesta terça-feira, com o mercado de câmbio seguindo o respiro visto no exterior, conforme investidores avaliavam o cenário da pandemia e aguardavam a safra de balanços nos Estados Unidos. Às 9h56, o dólar à vista cedia 0,53%, a 5,4738 reais na venda. Na véspera, a cotação saltou 1,60%, a 5,5033 reais na venda, maior nível desde 5 de novembro (5,5455 reais). No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de divisas tinha variação negativa de 0,06%, após alta de 0,48% na segunda-feira. De forma geral, as preocupações com a pandemia seguiam, mas o que vem ganhando espaço nas discussões de analistas é a abertura das taxas dos Treasuries, títulos do Tesouro dos Estados Unidos, movimento que no geral aumenta o apelo do dólar frente a rivais. "Vale observar, entretanto, que, no Brasil, a preocupação fiscal segue como principal fator que mantém o real depreciado e continuará como um dos temas principais em 2021", disse a Rico em relatório. A casa ainda estima dólar a 4,90 reais ao fim do ano e com potencial de apreciação adicional se o cenário global continuar a sugerir o dólar mais fraco ante moedas emergentes. O ano mal começou e o real já perde 5% ante o dólar, pior desempenho global. Com o descolamento do câmbio, o Banco Central voltou a fazer ofertas líquidas de moeda estrangeira nos últimos dias, com venda de 500 milhões de dólares apenas na véspera. A piora relativa do real é associada também ao nível de juros, com a Selic na mínima histórica de 2% deixando a moeda brasileira como opção barata para hedge ou mesmo como fonte de financiamento. Uma das discussões no mercado doméstico é se o Banco Central poderia ser forçado a antecipar a normalização da política monetária, cujo início está previsto atualmente para agosto, num contexto em que a inflação surpreende para cima. O IPCA terminou 2020 com alta acumulada de 4,52%, a maior taxa em quatro anos e acima da meta de 4%, embora dentro do intervalo de tolerância (entre 2,5% e 5,5%). (Por José de Castro)
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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