Brasileiro atropelado pela van de Michael Jackson revela: ''Nunca fui indenizado''
Anamaria
O brasileiro Márcio Alberto de Paula abriu o jogo sobre o acidente que sofreu durante a passagem histórica de Michael Jackson pelo Brasil, em 1993. Em entrevista ao 'Aventuras da História', publicada em novembro de 2020, ele revelou que nunca foi indenizado pelo cantor. Na época, ele e a irmã, Renata, resolveram ver o motivo da movimentação em seu bairro, em Guarulhos.
É que, segundo reportagem da Folha de S.Paulo publicada na época, o astro decidiu aproveitar o tempo livre para visitar o setor infantil do Hospital Darcy Vargas. Mas, antes, foi até a fábrica de brinquedos Estrela, localizada na cidade do fã, para a compra de presentes.
“Os carros da comitiva dele passaram pela rua onde eu morava. Quando isso aconteceu, meus amigos da época disseram: “É o Michael Jackson... Vamos lá tentar vê-lo?”. Nesse embalo e empolgação típica de adolescentes, eu e minha irmã fomos por curiosidade”, relatou.
Ele, então, se aglomerou junto a alguns outros curiosos para ver o cantor internacional, só que a comitiva do artista não conseguiu encontrar a fábrica e perambulou pelas ruas do bairro em alta velocidade e de forma abrupta.
O ACIDENTE
Uma van passou estreitamente ao lado de uma viatura policial, justamente o lugar os onde os irmãos estavam apoiados. Márcio foi prensado e acabou sofrendo uma fratura no fêmur direito e, sem receber nenhum socorro do condutor do veículo, foi conduzindo ao hospital por uma ambulância.
Após o retorno de Michael ao hotel, a atenção da imprensa nacional se voltou para jovem, então com 15 anos. “Tinham muitos repórteres e fotógrafos na porta do hospital onde fiquei internado. Por conta dessa situação incomum para o lugar, para os profissionais e demais pacientes, o próprio hospital disponibilizou seguranças que ficaram na porta do meu quarto, no andar e na entrada do local", contou.
VISITANTE ILUSTRE
Na tarde do segundo dia de sua internação, porém, Márcio recebeu uma visita inesperada: o astro do pop subiu, sem avisar, ao quarto 123 e, além de exigir a saída da imprensa, ele ainda ficou 20 minutos no quarto com o jovem e seus familiares.
“Era a materialização de tudo o que eu via na TV, nas revistas... bem ali na minha frente. Não dava para acreditar. Achei ele bonito! Além disso, ele era bem perfumado e o cheiro dele permaneceu no quarto por um tempo”, relembrou.
Michael tirou fotos com todos, dançou e apresentou os filhos dos amigos, que o acompanhava, mas também demonstrou preocupação com a saúde do fã. “Teve também as perguntas (muitas!) sobre como eu estava me sentindo, se já tinha passado a dor, onde eu havia me machucado e, claro, o pedido de desculpas. Ele tinha um ‘ar’ de garoto, brincalhão, bagunceiro”, confidenciou.
NUNCA FOI INDENIZADO
Por conta do ocorrido, o brasileiro se tornou alvo do assédio pesado da imprensa: “O acidente, a fratura... tudo isso foi fácil de tratar. O difícil foi lidar com essa necessidade mórbida que alguns veículos da época tinham por esse caso. O assédio era pavoroso... o bullying, então. Nossa!”.
Por fim, ele contou que, ao contrário do que foi divulgado pela produtora que promovia o show, nunca recebeu indenização. “Nunca fui indenizado. Muita gente ainda pensa que isso aconteceu, mas, não! Eu tive todas as despesas do hospital pagas enquanto eu estive internado”.
Ainda conforme o Aventuras da História, o processo prosseguiu na justiça americana contra o próprio cantor, tendo a indenização negada em território americano, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo divulgadas em 2002. Ao ser retomada na justiça brasileira, a solicitação permaneceu de maneira inconclusiva.