O que é melhor: ser autoritária ou a melhor amiga dos seus filhos?
Anamaria
Muitas vezes, é difícil definir qual papel você deseja assumir como mãe: figura de autoridade ou melhor amiga. A primeira remonta a uma imagem mais arcaica, na qual há pouco espaço para troca. A segunda se refere a uma imagem ligada a uma relação mais afetuosa e próxima.
Especialistas em educação e desenvolvimento defendem uma figura intermediária, que permite criar um vínculo de amizade, mas sem brechas para o desrespeito e a inversão de papéis. E essa amizade deve ser construída com bases assentadas na flexibilidade e no diálogo. Assim é possível aproximar-se do filho, mostrar-se como uma pessoa aberta a conversar sobre todos os assuntos e a trocar experiências.
Como reflexo, a criança/adolescente não temerá recorrer a você quando necessitar de ajuda, e saberá que poderá expressar-se sem medo.
ESPAÇO
Cada um precisa ter seu espaço e o respeito deve ser mútuo. Seu filho deve entender que não é função de mãe estar permanentemente disponível, porque a mãe também é mulher, esposa, amiga etc. Por sua vez, você deve ser capaz de estimular seu filho a relacionar-se com pessoas de sua idade e viver experiências fora do círculo familiar, que são fundamentais para o desenvolvimento de sua personalidade.
HIERARQUIA
Por mais que haja diálogo e troca, é saudável e recomendável manter a hierarquia na relação mãe-filho. Tendo o cuidado de não abusar da autoridade e ser intransigente, uma mãe jamais deve abrir mão de ser líder e educadora, colocando limites sempre que preciso. Não ter essa figura durante seu desenvolvimento pode ser uma perda irreparável para um filho.
EXEMPLO
Todos precisamos de exemplos a seguir e, como mãe, você tem a responsabilidade de ser um dos primeiros referenciais da vida da criança/ adolescente. Use sua sabedoria para manter posturas que despertem a admiração do seu filho, sendo sincera a seus princípios e valores. E estimule a confiança, imprescindível para que esta amizade positiva perdure.
SABER OUVIR FAZ TODA A DIFERENÇA!
Você e seu filho precisam aprender a ouvir um ao outro. Se não fizerem isso, ele vai achar que não faz diferença dar atenção às pessoas – também esteja ciente de que as crianças sabem quando os pais não estão realmente ouvindo o que elas dizem, e não é uma sensação boa, porque elas se sentem diminuídas. Para ouvir, pare o que estiver fazendo e olhe para ele. Faça contato visual enquanto ouve. Para mostrar que está dando atenção, faça as perguntas que surgirem em sua mente.
Além disso, parafraseie. Parafrasear é reafirmar algo com suas próprias palavras. Diga, por exemplo: “Então, você está dizendo que xxxxxxxx?” ou “Você quer dizer que xxxxxxx?”, para que possa esclarecer o que seu filho acabou de dizer. Ouça o que ele quer fazer. Por exemplo, se seu filho quer ir ao cinema, não diga “não” de cara. Veja o que você pode fazer; os filmes que estão em cartaz ou pergunte que filme quer assistir. Você pode não querer fazer isso, mas, de vez em quando, precisa deixá-lo andar com as próprias pernas.
BEM PRA VIDA TODA
Segundo a psicóloga Ana Carolina Monteiro Grasso, desenvolver uma boa relação com a mãe tem inúmeros impactos positivos ao longo da nossa trajetória. “A atenção da mãe é de extrema importância para o desenvolvimento psicológico. A mãe é quem oferece o cuidado, o carinho, o aconchego, o acolhimento e a atenção às necessidades do bebê. Com uma mãe cuidadosa, o adulto se torna mais cuidadoso com sua saúde física e mental. São pessoas que se valorizam, pois foram valorizados, conseguem amar, pois foram amados”.
COLHENDO OS FRUTOS NA ADOLESCÊNCIA
Os adolescentes que estão próximos de suas mães se envolvem em comportamentos menos arriscados. Há muito se sabe que uma boa comunicação entre pais e filhos pode ajudar a lição sobre a influência da pressão negativa dos colegas. Mas uma nova pesquisa mostra que a mãe é a mais influente quando se trata de tomar decisões sobre o álcool, as drogas e o sexo do filho.