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Sabia que escapes de urina pode ser um dos sintomas da menopausa?
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Sabia que escapes de urina pode ser um dos sintomas da menopausa?

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Anamaria
16/03/2023 21h00
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©Pixabay/ Patricia Moraleda
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A menopausa pode dar causar cerca de 30 sintomas, entre os quais a incontinência urinária, que é considerada um tabu, conforme o estudo “Menopausa e Incontinência Urinária”, encomendada pela empresa TENA e realizada pelo Instituto Data8, com apoio da No Pausa. Além da vergonha, essas mulheres acreditam que ter “escape de xixi” é um problema pessoal, que acontece apenas com elas.

No entanto, segundo dados do Study Kitchen, mais de 40% das mulheres na menopausa apresentam este indício. Segundo a ginecologista Joele Lerípio, a incontinência urinária é qualquer perda de urina que não foi planejada, seja ela grande ou pequena. No entanto, a pesquisa mostra que muitas não encaram os “escapes de xixi” como incontinência. Há diversos motivos para isso:

  • Desinformação: as pessoas não sabem o que é a incontinência urinária, quais os sintomas, causas, como tratar e, muito menos, como prevenir;
  • Associada à velhice: julgam os escapes de urina como “coisa de idoso, de quem faz xixi nas calças”, ideia reforçada por algumas campanhas publicitárias que mostram fraldas geriátricas, seus consumidores “velhinhos” e com grande volume de urina;
  • Associado às mães, tias e avós: aquelas que conhecem o assunto, geralmente têm algum parente que passa por isso;
  • É um problema pessoal/individual: muitas acham que os escapes eventuais é algo pessoal, um problema que só acontece com elas, e não fazem ideia do número de mulheres que também têm escape;
  • Menos problemático que outros sintomas: comparada com outros sintomas do climatério ou da pós-menopausa, os escapes de urina não configuram um grande problema. Elas dão seus jeitinhos, é algo muito eventual, que pode até ser visto como “normal”. Não incomoda tanto e não acham que aquilo pode piorar e virar uma “incontinência maior”. Algumas sequer pensam em levar como queixa ao médico.

Pesquisas mostram que 47% das mulheres que estão na menopausa se sentem desinformadas sobre o impacto que essa condição tem sobre seu corpo e no seu dia-a-dia. Essa falta de conhecimento é um claro alerta de que estão inseguras sobre os múltiplos sintomas que podem experimentar, além dos mais conhecidos, como suores noturnos e oscilações de humor.

No Brasil, aproximadamente 29 milhões de mulheres passam por esta fase. “A expectativa de vida feminina é de 80,1 anos, de acordo com dados do IBGE de 2022. Vivemos mais de ⅓ da vida na menopausa”, diz Joele Lerípio, reforçando que mulheres mais preparadas para lidar com a menopausa sofrem menos durante este período. “Sem dúvida, é um assunto a ser aberto para a melhoria da qualidade de vida das mulheres maduras”, opina Cléa Klouri, sócia-fundadora do Data8.

RELATOS DE MENOPAUSA E INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Kloburi explica que o estudo ouviu seis grupos de mulheres localizadas em diversos estados do Brasil, com apoio da base de dados da No Pausa. “A dinâmica dos grupos nos possibilitou desenvolver um diálogo profundo sobre o tema com nossas entrevistadas. E ficou claro que quebrar o tabu da incontinência urinária poderá ajudar as mulheres em geral a terem maior qualidade de vida, procurando meios de prevenir e cuidar da situação”, diz.

A pesquisadora revela que, ao contar para as entrevistadas que mais de 1/3 das mulheres com 45 anos ou mais têm escapes, elas começam a se soltar e revelar suas próprias experiências.

“Algumas usam protetor diário e vão trocando ao longo do dia ou quando têm escapes; poucas usam calcinha descartável quando vão ficar mais tempo fora de casa, sem acesso fácil a banheiros, e algumas evitam beber muita água antes de sair e dormir, indo ao banheiro com mais frequência”, revela ela sobre algumas maneiras que elas lidam com a incontinência urinária.

Apesar de terem sua própria maneira de lidar com o problema, comentar sobre ele não parece ser comum. A maioria das mulheres só conversam com amigas próximas ou que já passaram por isso. Outra estratégia é obter informação através das redes sociais, onde acompanham influencers - médicos e leigos -, participam de comunidades e assistem lives sobre o assunto. No entanto, poucas conversam com a família e com seus médicos.

Mulher falando com sua médica
Mulheres não costumam abordar a incontinência urinária com seus médicos - Unsplash

“UM MAL FEMININO”

A médica Joele Lerípio informa que a incontinência urinária pode ser considerada “um mal feminino”, já que quase não acomete homens. Já entre as mulheres, apresenta uma alta incidência: 7% das mulheres até os 30 anos; 15% das que estão no início do climatério (fase em que os hormônios femininos vão diminuindo); e 40% na pós-menopausa (última menstruação).

Ela é mais frequente entre mulheres por fatores biológicos e pela anatomia feminina, que é bem diferente da masculina. Além disso, alguns fatores fazem com que a incontinência se torne mais plausível, como: idade, obesidade, número de partos, diabete e menopausa.

Entre os principais tipos de incontinência urinária, estão:

  • Esforço: mais frequente na pós-menopausa; ocorre quando uma mulher tosse, espirra ou pula, por exemplo;
  • Urgência: mais comum nas mulheres pré-menopausa; quando a bexiga contrai independente da idade;
  • Mista: esforço e urgência;
  • Transbordamento: quando segura demais a urina e a bexiga chega na capacidade máxima, e não consegue mais segurar; pode ocorrer nas mulheres pós-menopausa pela manhã, após acordar.

A médica destaca o impacto que a doença pode ter entre as mulheres, principalmente relacionada à autoestima delas. Isso porque muitas sentem insegurança para sair de casa, medo de cheiro, implicação na vida sexual e na saúde - tanto pelo fato da incontinência urinária ser uma doença, quanto pela questão da saúde mental, já que a mulher se limita a fazer algumas atividades.

TRATAMENTO

Apesar de ser muito comum entre mulheres, a incontinência urinária tem diversos tratamentos possíveis, como fisioterapia, exercícios kegel/pompoarismo, radiofrequência, laser, medicações, associações entre tratamentos, paliativos e cirurgia.

Sobre o procedimento cirúrgico, a ginecologista explica que é a última opção adotada pelos médicos, quando os demais métodos não são mais eficientes. E, apesar de não ser tão necessária na teoria, na prática “acaba sendo frequente por não valorizar a pequena perda de urina”.

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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