'Back to the Future Day': Por que comemorar?

A trilogia ‘De Volta Para o Futuro’ começou em 1985, lá naquela época não havia nem um décimo das tecnologias que temos hoje, isso porque o salto de inovações nos últimos 10 ou 15 anos foi inacreditável.

Mas o que não tinha de tecnologia, os anos 1980 tinha de pessoas criativas, que conseguiam imaginar o futuro de forma bem peculiar. E apesar de acharmos que está muito longe de se concretizar, os carros voadores já fazem testes e até viagens espaciais turísticas são previstas.

A história da saga que arrecadou quase 1 bilhão de dólares no mundo todo talvez não seja tão conhecida entre os mais novos. Então vou fazer uma prévia aqui: Marty McFly (Michael J. Fox) faz muitas confusões quando viaja para diferentes períodos de tempo na máquina criada pelo cientista Dr. Emmett L. Brown (Christopher Lloyd).

Em suma, é isso, mas o que chama a atenção na trilogia, além de um enredo confortável para o expectador, são as previsões e o modo que o criador e diretor Robert Zemeckis via o futuro.

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Mas o que muitos se perguntam é: precisa de um dia para comemorar? Eu vou elencar curiosidades que justificam essa celebração que acontece todo o dia 21 de outubro, marcada por ser uma das datas que a dupla viajou durante o segundo longa.

Motivos para comemorar o 'Back to the Future Day'

• O primeiro filme já mostra que resiliência é o lema, pois o roteiro foi rejeitado por 40 vezes.
• Os carros voadores já são uma realidade, mas ainda não atravessam o tempo, e nem nos leva ao passado e muito menos ao futuro. Mas existem algumas tecnologias que Zemeckis acertou em cheio: o facetime, o reconhecimento de voz e a impressão digital.
• O videogame controlado por pensamento não temos, mas por movimentos já é uma realidade faz um tempo. Porém, se a gente passar essa invenção pra área da saúde, as pesquisas das próteses controladas por pensamento já estão bem adiantadas. Casas Inteligentes, televisão de tela plana e drones também estavam na lista do mundo futurístico do diretor.
• Nos bastidores também tem tecnologia: o sistema de controle de movimento VistaGlide. Trata-se de uma câmera operada por um computador que mostrava todas as cenas ao próprio Michael J. Fox. O software foi desenvolvido especialmente para o filme, que revolucionou a indústria cinematográfica.
• Algumas previsões se tornaram até piada, como a continuação de Tubarão, que era prevista para chegar na 19ª edição. A Universal chegou a tirar um sarro da ideia quando produziu um trailer da versão.
• Até na responsabilidade com o expectador o diretor pensou. De início a máquina do tempo seria feita com uma geladeira, mas para não correr o risco que as crianças brincassem com o eletrodoméstico da mãe e até mesmo ficassem presas, a escolha foi o DeLorean.
• Easter Eggs: adoramos filmes que trazem referências, não? E a saga trouxe algumas, como: o número CRM 114 que aparece no amplificador de McFly, que é o mesmo decodificador que aparece em ‘Doutor Fantástico’ e o código de exploração de Júpiter em ‘2001 – Uma Odisseia no Espaço’, esta homenagem é para Kubrick. Spielberg também não ficou de fora, quando seus filmes ‘A Boys Life’ e ‘Watch the Skies’ aparecem em um cartaz no shopping a que o personagem chega.
• Até Tony Hawk deu o ar da graça, uma vez que skate não era muito comum na época e eles precisavam de um profissional.
• Por fim, se você assistir ao filme 88 vezes seguidas, vai viajar 10.208 minutos no futuro. Quanto tempo você já viajou ao futuro?

Realmente a trilogia deve ser comemorada, afinal, foram tantas ideias para os cientistas tecnológicos testarem. Além de todas essas curiosidades importantes e que nos fazem amar a saga ‘De Volta Para o Futuro’, o dia deve ser celebrado para termos uma desculpa para assistir o longa pela milionésima vez.

Sobre o autor

O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos.

Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.