Cenas de revirar o estômago: 5 dos filmes mais perturbadores da História
Aventuras Na História
Representações de violência em filmes são comuns. Cenas de luta épicas, batalhas entre super-heróis e vilões e mesmo cenas do Tom perseguindo o Jerry são frequentes nos mais diversos tipos de produções, normalmente obedecendo a uma lógica de classificação indicativa, mostrando tipos diferentes de violência de acordo com o público do filme.
Na História do cinema, alguns diretores decidiram não só chegar na marca de "+ 18" como foram além, mostrando com a câmera algumas das cenas mais perturbadoras já gravadas, expondo os espectadores aos extremos da violência e começando debates sobre o que a arte deve ou não retratar.
Conheça 5 dos filmes mais perturbadores da História do cinema, mas só assista se tiver estômago:
1. Men Behind the Sun (1988)
Dirigido por Mou Tun-fei, o filme mostra os horrores da Segunda Guerra Mundial cometidos contra prisioneiros chineses e soviéticos em um laboratório japonês de experimentos com armas biológicas. O gore (representação gráfica extrema de sangue e violência) do filme não é a única coisa perturbadora, visto que o filme usa as perturbações visuais para falar de temas psicológicos fortes.
A obra do diretor chinês se propõe a mostrar a guerra como o inferno que é, usando para isso a forma artística de um filme de terror. Segundo o site Collider, "Men Behind the Sun" trata de temas políticos como os limites do patriotismo e os exageros do nacionalismo.
2. Irreversível (2002)
O diretor franco-argentino Gaspar Noé já fez filmes sobre drogas psicodélicas e é conhecido por não ter medo de mostrar cenas de sexo explícitas em suas obras. Talvez a obra mais perturbadora e divisiva de Noé seja "Irreversível", seu segundo longa-metragem.
O filme, que é narrado de forma cronológica inversa, ou seja, começando pelo final, conta uma história de busca por vingança por causa de um estupro. Esse ato de violência sexual é mostrado em uma cena excruciante de 9 minutos, sem nenhum movimento de câmera. "Irreversível" dividiu as plateias entre aqueles que acharam o filme genial e aqueles que acreditam que odiaram, criticando Noé pela cena de estupro explícita.
3. A Serbian Film (2010)
Dirigido por Srđan Spasojević, o filme acompanha um ator pornô aposentado, interpretado por Srđan Todorović, que precisa voltar ao trabalho para ajudar conseguir cuidar financeiramente de sua família. Cenas de revirar o estômago que mostram o horror da indústria pornográfica abusam da mistura de violência extrema com sexo explícito.
"A Serbian Film" foi lançado em 2010 e já acabou virando um dos filmes mais polêmicos da História do cinema. O comentário crítico sobre a sociedade sérvia não foi o suficiente para convencer alguns dos espectadores do propósito da violência mostrada na tela.
4. Holocausto Canibal (1980)
Esse terror italiano inspirou muitos filmes depois por causa de seu uso de "found footage", ou seja, gravações em câmeras simples que estariam sendo usadas pelos personagens. "Holocausto Canibal" se passa na Floresta Amazônica, e narra a história de um grupo de antropólogos que viaja até um vilarejo na região para procurar uma equipe de cinegrafistas. Deles, só encontram os rolos de filme.
Nesses materiais de gravação estão cenas sinistras de canibalismo e crueldade animal que levaram "Holocausto Canibal" a ser banido em alguns países e seu diretor, Ruggero Deodato, a ser preso na Itália até provar que as cenas eram todas construídas com efeitos especiais, não sendo verdadeiras. Se você aguentar o horror puro do filme, pode encontrar uma crítica ao colonialismo e à ideia do "salvador branco".
5. Salò ou os 120 Dias de Sodoma (1975)
"Sadismo", a palavra para uma patologia psicológica caracterizada pelo prazer sexual decorrente de observar o sofrimento ou a humilhação de um terceiro, vem do nome Marquês de Sade, um nobre francês que, em 1785, escreveu um livro chamado "120 Dias de Sodoma", no qual explora diversos tipos de violência e abuso sexual.
O livro, descrito pelo próprio autor como "a história mais impura que já foi contada desde o início do mundo", serviu de inspiração para "Salò ou 120 Dias de Sodoma", um filme que mostra violência, tortura, abuso e assédio em níveis extremos para explorar temas como capitalismo, autoritarismo e fascismo.
O filme se passa durante a Segunda Guerra Mundial, e seu título se refere à República Social Italiana, o governo fascista de Benito Mussolini que também era conhecido como República de Salò. A obra perturbadora foi o último filme de Pasolini, que morreu assassinado três semanas antes de seu lançamento.