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Como a rainha Elizabeth II contornou a fúria do povo após a morte de Diana
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Como a rainha Elizabeth II contornou a fúria do povo após a morte de Diana

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Aventuras Na História
16/11/2023 19h53
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©Reprodução/Vídeo/Youtube e Divulgação/Netflix
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Foi adicionado ao catálogo da Netflix a nova temporada de 'The Crown', premiada série que acompanha o reinado de Elizabeth II. Na sexta e última temporada, teremos a oportunidade de acompanhar um dos momentos mais comoventes e conturbados da realeza: a morte da princesa Diana.

+ The Crown: Entenda como serão divididos os últimos episódios

Era noite de 31 de agosto de 1997 quando acontecia, nas ruas de Paris, um acidente que mudaria para sempre a família real britânica. Isso porque foi nesta ocasião que a princesa Diana Spencer, ex-esposa do então príncipe e futuro herdeiro do trono Charles, faleceu, aos 36 anos, com o namorado, o produtor cinematográfico egípcio Dodi Al-Fayed.

Com isso, aquela que era provavelmente uma das figuras mais populares da família real, chamada por alguns até mesmo de "a princesa do povo", deixou dois filhos: William e Harry, na época com 15 e 12 anos, respectivamente. E não só isso, grande comoção pública correu por todo o Reino Unido, que durante as cerimônias fúnebres se mobilizou para várias homenagens à finada princesa.

Princesa Diana durante entrevista
Princesa Diana durante entrevista / Crédito: Reprodução/Vídeo

No entanto, em meio às multidões que choravam nas ruas, abraçavam estranhos em busca de conforto e deixavam inúmeras flores em frente aos palácios reais, outro sentimento também surgiu: à medida que os dias passavam sem nenhum pronunciamento ou demonstração de luto da rainha, a raiva crescia entre os súditos, que até mesmo questionavam se a Grã-Bretanha precisava realmente de um monarca.

Após a trágica morte da ex-nora, a monarca optou por permanecer na Escócia, com os seus netos, os príncipes William e Harry. Assim, ela enfrentou críticas por não retornar rapidamente à Londres. 

Em entrevista à Cosmpolitan UK, a biógrafa, historiadora e radialista Sarah Gristwood reflete sobre os passos da rainha após a morte de Diana. Embora a família real quisesse proteger os filhos do então príncipe Charles do assédio midiático, se tornou um problema a rainha se distanciar do povo.

“Você pode ver com certeza por que eles [a família real] disseram que sentiam que sua primeira responsabilidade era apoiar os filhos de Diana, mantê-los o mais protegidos possível da intrusão da mídia, de ter que testemunhar as cenas de luto em Londres", no entanto, ficou claro que "não era necessariamente a decisão certa, não necessariamente tão simples" para a monarca se ausentar. "Olhando para trás, podemos nos perguntar por que, talvez, a Rainha não pudesse ter voado para o Sul nem por um dia, talvez deixando os meninos em segurança em Balmoral. Não é como se ela tivesse que ir ao aeroporto de Edimburgo e ficar na fila da EasyJet", explicou a escritora.

Gristwood também reflete sobre como a realeza encarou as críticas a respeito do 'silêncio' em torno da morte de Diana, que por muito tempo flertou com a popularidade da própria Elizabeth.

"Acho que [a família real] ficou bastante chocada com o quão longe foi o grau de hostilidade", afirmou a historiadora ao veículo. "É possível que se a morte de Diana tivesse ocorrido num momento em que a família real não estava em Balmoral, quando eles estavam em Londres, Windsor, seja lá o que for, eles estariam um pouco menos fora de contato com o que estava acontecendo. Quando estão lá, acho que ficam bastante desligados da realidade". 

Rainha dura

Um detalhe que nem todos se lembram sobre a chegada da rainha Elizabeth ao trono é que ela tinha apenas 25 anos quando passou a ocupar a posição a qual nasceu destinada, após a morte do seu pai, Jorge VI, em 1952.

Rainha Elizabeth II na época de sua coroação como rainha do Reino Unido
Elizabeth II na época de sua coroação como rainha do Reino Unido / Crédito: Foto por BiblioArchives / LibraryArchives pelo Wikimedia Commons

Esse evento, vale destacar, ocorreu em plena Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e por isso, tentando apenas "manter a calma e seguir em frente", conforme narra o The Washington Post, ela permaneceu serena durante todo o tempo.

No entanto, a época em que Diana morreu, décadas depois, era diferente, e o próprio povo britânico clamava por alguma reação de Elizabeth

Quebra de protocolos

Quando a rainha foi até Londres para os cortejos fúnebres de Diana, para a surpresa de muitos, ela protagonizou uma série de quebra de protocolos.

O primeiro foi que, em vez de o carro que levava a rainha entrar no Palácio de Buckingham, parou na frente, para que a monarca descesse e caminhasse, entre flores e a multidão, até a entrada da residência real.

+ A princesa do povo: Veja 6 regras da família real quebradas por Diana;

Naquela mesma noite, Elizabeth protagonizou outro desvio de protocolo: fez um discurso ao vivo na televisão, para falar sobre a morte de alguém que sequer detinha de um cargo oficial entre a família real britânica. E em mais uma cena rara, ela aparentava nervosismo enquanto prestava homenagem, ao mesmo tempo que encarava a raiva pública pelo seu silêncio e estoicismo.

Todos nós temos tentado lidar com a situação de diferentes maneiras", disse na época. "Não é fácil expressar um sentimento de perda, uma vez que o choque inicial é, muitas vezes, sucedido por uma mistura de outros sentimentos: descrença, incompreensão, raiva — e preocupação por aqueles que permanecem."

No entanto, foi no funeral que ocorreu a maior e mais emblemática quebra de protocolo da rainha Elizabeth. Ao lado de toda a sua família, quando o corpo da ex-nora passou à sua frente, aquela que cresceu acostumada a receber reverências de todo o mundo abaixou sua cabeça, e honrou a princesa.

O simples gesto foi suficiente para que a raiva efervescente contra a rainha se acalmasse entre os britânicos. E assim, Diana, que levou à quebra de vários protocolos seculares da realeza, marcou para sempre a história do Reino Unido, sendo ainda hoje lembrada como "a princesa do povo".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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