De Euclides da Cunha a Guimarães Rosa: 5 fatos pessoais pouco conhecidos sobre escritores brasileiros
Aventuras Na História
A literatura brasileira possui diversos fatos interessantes que não são muito falados a respeito, desde acontecimentos bizarros da vida pessoal de escritores famosos a marcos da trajetória literária nacional que simplesmente passam despercebidos até mesmo para quem se considera amante dos livros produzidos na terra do pau-brasil.
Conheça abaixo alguns desses eventos curiosos! As informações foram documentadas por uma reportagem de 2017 da Galileu, que foi escrita com informações Marcel Verrumo, que já lançou um livro sobre a literatura brasileira.
1. Pero Vaz de Caminha
Um dos primeiros documentos da história brasileira é a conhecida “Carta do Achamento do Brasil”, que foi redigida pelo escrivão Pero Vaz de Caminha (1450 - 1500) e detalha as primeiras impressões que o português teve das terras brasileiras e também dos nativos, assim nos fornecendo um pequeno mergulho na mentalidade dos europeus da época.
Um detalhe relativamente desconhecido desse acontecimento, todavia, é que Caminha não era o escrivão oficial da frota - o ocupante desse cargo, na verdade, era um homem chamado Gonçalo Gil Barbosa, que infelizmente faleceu durante a longa viagem através do oceano.
Ao tomar o lugar dele nessa tarefa, Pero aproveitou para incluir um pedido ao Rei Manuel, que receberia o documento: ele clamou pela libertação de seu genro, Jorge de Osório, que estava na prisão após assaltar uma igreja. O rei de Portugal até decidiu conceder esse favor, mas o fez apenas depois da morte de Caminha.
2. Nísia Floresta
Apesar de seu nome provavelmente não soar familiar para a maioria dos brasileiros, Nísia Floresta (1810 - 1885) foi parte de um dos grandes marcos de nossa literatura, ao se tornar a primeira mulher a publicar um livro no Brasil.
Um dos temas mais recorrentes das obras da brasileira, inclusive, foi justamente o machismo da sociedade brasileira. Nísia ainda abordou as injustiças sofridas por outras minorias, como os negros e os indígenas, destacando como o sofrimento que o colonialismo lhes impôs.
3. Olavo Bilac
Desenho de Olavo Bilac / Crédito: Wikimedia Commons
O poeta parnasiano Olavo Bilac (1865 - 1918), como a autora acima, também inaugurou algo que nunca havia sido feito por aqui, e não estamos falando do fenomenal legado literário dele, e sim de um fato curioso de sua vida pessoal: o escritor esteve envolvido no primeiro acidente de carro ocorrido no Brasil.
Ele estava dirigindo o carro de um colega jornalista quando, ao fazer uma curva, acabou batendo em uma árvore. Tanto Olavo quanto seu amigo saíram sem um arranhão, entretanto, o mesmo não pôde ser dito do veículo, que teve perda total.
4. Euclides da Cunha
Ilustração de Euclides da Cunha / Crédito: Wikimedia Commons
Mais conhecido por sua famosa obra “Os Sertões”, Euclides da Cunha (1866 - 1909) teve uma morte dramática: ele foi ferido fatalmente durante uma troca de tiros com o amante de sua esposa, que se chamava Dilermando. O autor havia procurado o homem para tentar vingar a traição que havia sofrido.
De maneira ainda mais trágica, o filho do escritor brasileiro, chamado Euclides da CunhaFilho, acabou sendo morto pelo mesmo homem, quando tentou vingar a morte do pai anos depois. Dilermando até tentou evitar o embate, mas ao ser encurralado em uma situação de vida ou morte, acabou desferindo outro disparo mortal.
5. Guimarães Rosa
Além de ter escrito “Sagarana”, “Grande Sertão: Veredas” e outros clássicos da literatura nacional, Guimarães Rosa (1908 - 1967) também foi um verdadeiro herói da vida real ao ajudar sua esposa a trazer para o Brasil quase uma centena de judeus presos na Alemanha nazista. Vale dizer ainda que, na época, o que eles estavam fazendo era considerado ilegal pelo governo Vargas.
O feito só foi possível porque Aracy Moebius de Carvalho, a esposa de Rosa, trabalhava na embaixada brasileira do país. A despeito dos riscos, ela conseguiu fazer com que seu chefe assinasse sem perceber documentos autorizando a viagem desses judeus para cá, enquanto o escritor ficou responsável por conseguir passaportes falsos para todos eles.