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O Aprendiz: Veja os pontos polêmicos no filme que irritou Trump
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O Aprendiz: Veja os pontos polêmicos no filme que irritou Trump

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Aventuras Na História
16/10/2024 22h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16373523/original/open-uri20241016-18-lkfcet?1729116363
©Getty Images / Reprodução/Diamond Films
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Nesta quinta-feira, 17, chega aos cinemas brasileiros a nova e polêmica cinebiografia 'O Aprendiz'. Dirigida por Ali Abbasi, a produção se baseia no início da trajetória de Donald Trump como empresário, antes de tornar-se presidente dos Estados Unidos, e nos mostra um homem bastante controverso e de moral questionável.

Parte da polêmica em torno do novo filme está no fato de que o ex-presidente o acusou de ser "falso" e "difamatório", sendo apenas uma tentativa de atrapalhar sua campanha presidencial, que será decidida em novembro.

É um trabalho barato, difamatório e politicamente nojento, lançado logo antes da Eleição Presidencial de 2024, para tentar machucar o maior movimento político na história do nosso país, 'MAKE AMERICA GREAT AGAIN'", publicou Trump em sua conta na Truth Social.

E a razão para Trump se revoltar com o lançamento de sua própria cinebiografia se deve às polêmicas que a obra atribui ao ex-presidente, incluindo um episódio em que ele teria violentado sexualmente sua primeira esposa, Ivana. Em resposta ao lançamento, o diretor de comunicação da campanha de Trump, Steven Cheung, disse à AFP que o filme é um "lixo" e que "é pura ficção, que sensacionaliza mentiras que há muito foram desmascaradas".

Mas afinal, o que existe de tão polêmico nos eventos retratados em 'O Aprendiz'? Confira!

Relação com Roy Cohn

Uma figura fundamental no filme e na carreira de Trump é o advogado RoyCohn (interpretado por Jeremy Strong), um homem gay enrustido que ensinou basicamente tudo o que Trump precisava para conquistar o sucesso que obteve.

Conforme relata o filme, eles se conheceram em 1973, em um clube exclusivo para membros em Manhattan. Após uma conversa, Cohn concorda em representar a família Trump em um processo.

Assim, os dois se tornaram praticamente inseparáveis, com Trump ficando sob a proteção de Cohn, com quem aprendeu todos os métodos cruéis que empregava no setor imobiliário.

"Havia claramente uma dinâmica de pai e filho no relacionamento deles", afirma ao USA Today o jornalista político Gabriel Sherman, que escreveu o roteiro, e cobriu a eleição presidencial de Trump em 2016.

"(...) Uma das coisas que descobri na minha pesquisa é que muitos dos amantes de Roy eram homens jovens, loiros e de olhos azuis, que tinham uma notável semelhança com o jovem Donald".

Roy Cohn e Donald Trump em 'O Aprendiz' / Crédito: Reprodução/Diamond Films

 

Ivana e filhos

Donald Trump e a modelo tcheca Ivana Zelníčková, que se tornaria sua esposa, se conheceram em Nova York em 1976, e se casaram já no ano seguinte. No filme, é possível ver como ela possui grande conhecimento de mídia, e como se tornou o rosto de muitos empreendimentos proeminentes da Organização Trump, sem contar que também era parceira de negócios do marido, gerindo o cassino dele em Atlantic City e com importante papel na companhia.

Porém, o sucesso de Ivana não agradou tanto a Donald Trump, pois, "eles estavam se tornando rivais", segundo Sherman. Além disso, vale destacar uma cena em que Donald luta para tentar fazer seu primeiro filho parar de chorar, e diz ser "terrível com bebês".

Segundo Sherman, isso se baseia em uma entrevista que o empresário deu, em que ele admitiu nunca trocar fraldas dos filhos, e que não brincava com os filhos. "Ele realmente não se conectou com seus filhos até que eles tivessem idade suficiente para começar a trabalhar em seu negócio".

Ivana e Donald Trump em 1985 / Crédito: Getty Images

 

Estupro

Em uma das cenas mais revoltantes do filme, Donald diz à sua esposa, Ivana, que não se sente mais atraído por ela, ao passo que ela retruca, o chamando de "gordo" e "careca". Revoltado, ele então a joga no chão e a agride sexualmente, enquanto ela grita para que ele pare.

Conforme repercute o The Sun, esse episódio foi tirado de um depoimento judicial "que Ivana prestou sob juramento durante seu divórcio em 1990", conta Sherman. "Na verdade, a cena que ela descreveu nos papéis do divórcio foi muito mais gráfica e brutal do que aquela que dramatizamos no filme".

Vale mencionar que, em 2015, ela retratou a alegação de estupro, durante a primeira campanha presidencial de Trump, e ela morreu em 2022, com 73 anos.

Donald e Ivana Trump em 2014 / Crédito: Getty Images

 

Com a cena, o próprio Trump ameaçou os responsáveis pelo filme de impedir seu lançamento, mas Sherman insistiu para que a cena fosse mantida, devido às inúmeras acusações de má conduta sexual contra o ex-presidente americano, que ele nega.

"Eu não poderia apoiar um filme que não explorasse a misoginia de Trump", explicou Sherman ao The Sun. "Eu precisava que o filme se envolvesse com isso, e essa cena é a forma mais poderosa e visceral. Agredir sexualmente alguém que você ama é uma grande transgressão. Dramaticamente, mostrou até que ponto Donald Trump havia afundado naquele ponto da história".

Morte do irmão

Em setembro de 1981, Trump sofreu um grande revés, depois que seu irmão mais velho, Fred Jr. — que lutava contra o alcoolismo e era ignorado pelo pai — sofreu um ataque cardíaco e morreu, com apenas 42 anos. Após isso, Donald caiu em uma profunda depressão, uma "interpretação dramática" de Sebastian Stan como Donald Trump, nas palavras de Sherman.

"Aquilo foi um verdadeiro golpe para ele quando Freddy morreu", acrescenta o jornalista. "Esse é um momento do roteiro em que Donald Trump realmente perde alguns dos últimos pedaços de sua humanidade. Ele nunca mais foi o mesmo depois disso; ele enterra muitas de suas emoções e as reprime".

Traição

Após sofrer com complicações da AIDS, Roy Cohn morreu em 2 de agosto de 1986, aos 59 anos. Porém, fato é que, pouco antes de sua morte, Trump o convidou para um jantar de despedida em sua residência, ocasião em que o presenteou com abotoaduras de diamantes falsos. E por mais que isso pareça bastante absurdo, Sherman garante que "isso é tudo verdade".

Roy Cohn e Donald Trump em 1983 / Crédito: Getty Images

 

Porém, por mais que Cohn tenha conseguido observar o sucesso de seu "aprendiz", no fim de sua vida ele demonstrou remorso por ser mentor de Trump. "Wayne Barrett, um repórter investigativo de longa data do Village Voice, citou Roy dizendo como se sentiu traído", conta Sherman.

Trump se distanciou de Roy quando ele estava morrendo de AIDS, e Wayne citou Roy dizendo: ‘Não posso acreditar que ele está fazendo isso comigo. Donald mija água gelada.’ Quando li isso, congelei. Eu sabia que tinha o final do meu filme", brinca Sherman. "Se um cara brutal como Roy Cohn pôde se sentir traído por Trump, o que isso diz sobre Donald?”

Procedimentos estéticos

Durante um depoimento de divórcio, Ivana relatou que Donald teve "um ataque de raiva" por sentir muita dor após um procedimento de redução do couro cabeludo em 1989, para corrigir a calvície. A operação, que Trump nega, teria sido realizada pelo Dr. Steven Hoefflin, que Ivana afirmou também ter feito lipoaspiração no queixo e na cintura do ex-marido.

Ivana e Donald Trump em 'O Aprendiz' / Crédito: Reprodução/Diamond Films

 

No filme, é possível ver Donald Trump passando pelos dois procedimentos no fim do filme, sendo esta "uma metáfora visual do monstro Frankenstein: a peça final do monstro que está sendo feito", diz Sherman. "Também é a primeira vez em todo o filme que Sebastian parece, age e fala como um Donald Trump dos dias de hoje. A lipoaspiração e o transplante capilar são a manifestação física do Trump que conhecemos agora".

'O Aprendiz' chega nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 17 de outubro.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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