Alessandra Negrini já viveu polêmica no Carnaval e foi alvo de críticas; relembre
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O Carnaval de 2020 virou um verdadeiro caos para a atriz Alessandra Negrini (52), musa do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, em São Paulo. Na ocasião, a artista foi altamente criticada após aparecer na rua usando acessórios e pinturas que remetem aos povos indígenas.
Nas redes sociais, internautas não perdoaram e questionaram o motivo que levou Alessandra a se fantasiar de indígena. Muitos problematizaram e afirmaram que ela estaria se "apropriando culturalmente" das indumentárias para curtir o Carnaval.
Apesar da confusão que se instaurou na web, o visual escolhido por Alessandra não passava de um protesto. As pinturas e todo o visual, inclusive, foi pensado ao lado de um grupo de pessoas indígenas.
Naquele ano, a atriz aproveitou o momento em que estaria em destaque no Carnaval para fazer uma manifestação a favor dos direitos dos povos indígenas. No bloco, inclusive, Sônia Guajajara, hoje ministra dos Povos Indígenas do Brasil, estava presente e tirou fotos com Alessandra.
Em nota, lideranças indígenas se posicionaram e saíram em defesa da artista. "É preciso que façamos a discussão sobre apropriação cultural com responsabilidade, diferenciando quem quer se apropriar de fato das nossas culturas, ou ridiculariza-las, daqueles que colocam seu legado artístico e político à disposição da luta", dizia um texto postado pela própria atriz.
"Muita gente usa acessórios indígenas como fantasia. Isso a gente não concorda. Mas quando a pessoa usa de uma forma consciente, como um manifesto para amplificar as vozes indígenas, então tudo bem, é compreensível", declarou Guajajara.
Um ano depois, Alessandra deu uma entrevista ao podcast Novela das 9 e fez um balanço sobre o cancelamento relâmpago. A artista criticou o modo precipitado que as pessoas agiram e apontou problemáticas quanto ao assunto.
"Não sou a favor. Como diria Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra. Essas coisas precipitadas da internet levam a equívocos. O cancelamento surgiu como uma ferramenta importante de balizar as pessoas e falar: "Não, você não pode fazer isso, isso é horrível". Ele tem seu valor nesse sentido. Mas virou algo impositivo, virou um instrumento de violência. Então tem que ter sempre o diálogo dentro da própria narrativa. Você tem uma narrativa, mas tem que pensar os prós e os contras dentro da própria narrativa. Ou seja, você tem que parar para pensar. O que tem acontecido no cancelamento é que ninguém para para pensar. Eu acho meio fascista o processo do cancelamento, na verdade", disparou.