Vinho e comida no Cinema - Um Banquete Cinematográfico

Por Neely Swanson* para o Beverly Hills Courier

Comida no mínimo é sustento, mas no seu auge é uma sinfonia, uma obra-prima, algo pelo qual guerras foram travadas. Há uma longa lista de filmes centrados em comida e vinho; estes são os meus favoritos, em ordem alfabética.

1. “A Festa de Babete” (1987), um filme dinamarquês universalmente reverenciado, estrela a icônica atriz francesa Stéphane Audran como uma refugiada da guerra que se instala em uma vila isolada ao longo da costa rochosa da Jutlândia. Chegando no meio da noite na casa de duas irmãs piedosas, ela implora por um emprego. Elas não têm dinheiro para pagá-la, mas ela implora para trabalhar de graça. Grata pelos muitos anos felizes que passou com elas, ela pede para cozinhar um jantar francês em homenagem ao aniversário de seu falecido pai. E que banquete é esse, deliciosamente preparado com ingredientes exóticos, servido a aldeões abstêmios que temem que o prazer os exponha ao pecado da gula. Ah, a comida, o vinho, o serviço, as cores! Você definitivamente se lembrará daquele banquete. (Prime Video)

2. “A Grande Noite” (1996) é uma ode à culinária italiana cantada por Stanley Tucci (Secondo) e Tony Shalhoub (Primo). Não, não é um musical, mas é uma ópera de comida fina servida antes do seu tempo na Nova Jersey dos anos 1950. Secondo e Primo, irmãos, são imigrantes recentes da Itália que esperam trazer uma culinária elevada para a América. Infelizmente para eles, seu restaurante está localizado no mesmo quarteirão do extremamente popular Paradise, um restaurante de almôndegas e espaguete com toalha de mesa xadrez. Pascal, o dono do Paradise, não medirá esforços para atrair Primo para sua cozinha, acreditando que a única maneira de fazer isso é arruinar seu restaurante, elaborando um esquema elaborado baseado em uma mentira plausível que provará sua ruína. (Apple TV)

3. “Delicioso: Da Cozinha para o Mundo” (2021) se passa pouco antes da Revolução Francesa. A população faminta pode estar cantarolando uma melodia de revolta, mas ela cai nos ouvidos surdos do Duque de Chamfort, que elevou a culinária gourmet a um esporte competitivo. Seu talentoso chef, Manceron, será sua passagem para Versalhes e o Rei se seus convidados aprovarem o menu mais recente. Mas um deles não aprova e Manceron é banido, retornando às suas origens humildes, declarando que nunca mais cozinhará. Em sua vida entra Louise, que pede que ele a leve como aprendiz. Ambos florescem e a cozinha logo está borbulhando. Seus motivos, no entanto, não são o amor pela comida, mas o amor pela vingança contra Chamfort, que arruinou sua vida. No final das contas, ela obterá essa vingança, mas não da maneira que planejou originalmente. É a comida que estrela, toda emoldurada e suntuosamente fotografada como naturezas mortas dos séculos XVII e XVIII. (Prime Video)

4. “Como Água para Chocolate” (1992) é um romance de contos de fadas ambientado na classe média alta do México durante a era de Pancho Villa. Esta é a história de Cinderela de Tita, cujo romance com Pedro foi predestinado nas cartas por sua amada babá Nacha. Mas como Tita é a filha mais nova, a tradição determina que ela não pode se casar e deve permanecer em casa para cuidar de sua mãe Elena. Negado a mulher que ama, Pedro se casa com a irmã mais velha de Tita, Rosaura, apenas para ficar perto dela. O poderoso domínio de Tita na cozinha é sedutor, especialmente para Pedro e sua irmã Gertruda, que foge com um revolucionário. Paixão, amor não correspondido, uma bruxa boa (Nacha), uma bruxa má (Elena) e uma irmã egoísta (Rosaura), tudo é misturado em uma panela fervente de realismo mágico e a comida de dar água na boca que sai da cozinha de Tita. (Max)

5. “A Lancheira” (2013) é um filme delicioso da Índia que se aprofunda e se torna mais romântico à medida que se desenrola. Uma jovem mulher, que vive em um pequeno apartamento monótono em Mumbai, foi, para todos os efeitos, abandonada pelo marido, que perdeu o interesse nela. Uma excelente cozinheira, ela está determinada a reconquistá-lo com seu almoço favorito, tudo embalado elaboradamente e lindamente na lancheira de várias camadas que mantém cada prato separado, adicionando uma nota amorosa e sexy a cada caixa. Todos os dias, ele é enviado por um mensageiro de entrega de comida que o entrega incorretamente para outra pessoa, Saajan, um contador. Ele se diverte com as notas e adora o almoço, uma reação em cadeia que ele detesta abandonar. Quando ela finalmente percebe o erro de entrega, ela escreve uma nota para Saajan e ele responde; uma troca de cartas se desenvolve junto com a amizade deles. Ficando mais distante de seu marido infiel, ela é cada vez mais atraída por seu amigo por correspondência. É uma história de amor de fogo lento e profundidade maravilhosa. (Apple TV)

6. “O Menu” (2022) é o conto diabólico de um chef (Ralph Fiennes) que, cansado de cozinhar refeições sobrenaturais para pessoas ricas, superficiais e pouco apreciativas, planeja uma vingança diabólica contra um grupo de clientes escolhidos pessoalmente. “O Menu” serve arquétipos do que é intitulado e superficial e que são desconfortavelmente identificáveis. É somente quando ele interage com Margot (Anya Taylor-Joy), alguém que não deveria estar ali, que dicas do que ele está prestes a fazer são lançadas como migalhas de pão ao longo de uma trilha. A forma como eles interagem é deliciosa, como um jogo de xadrez entre mestres. Mas o melhor é guardado para o final, uma homenagem a um favorito da infância, um final que é gótico, incendiário e que fará você rir apesar do horror. (Disney+)

7. “Ratatouille” (2007) se passa em Paris. Remy é um rato com o sonho improvável de se tornar um chef. Parte de um clã de catadores, suas ambições mais elevadas são desprezadas por seus colegas. Remy faz amizade com um humilde trabalhador de copa, Linguini, na cozinha de um restaurante famoso e o ensina a cozinhar. Eles se unem e Remy se torna seu instrutor. Por meio de ataques e recomeços, vilões (o dono do restaurante e o inspetor de saúde) e um bando de ratos, Remy e Linguini unem forças, até mesmo conquistando o crítico gastronômico cruel, Ego, com sua ratatouille. E os mocinhos cozinham felizes para sempre. (Disney+)

8. “Sideways - Entre Umas e Outras” (2004) é o filme que mudou, pelo menos temporariamente, a trajetória do vinho Merlot e trouxe a merecida atenção aos atores Paul Giamatti (Miles) e Sandra Oh (Stephanie). Dois homens se aproximando da meia-idade, sem muito o que mostrar, fazem uma viagem de carro para a região vinícola de Santa Barbara. Miles, um aspirante a conhecedor de vinhos deprimido, quer mostrar seu conhecimento para seu amigo Jack (Thomas Haden Church), um ator agora reduzido a dublagens e comerciais. Miles os leva para um último passeio antes de Jack se casar. Jack, no entanto, está mais interessado em uma última aventura do que em um jantar requintado. O diálogo era nítido, famoso pela fala “Chega de Merlot f***” e pela briga de puxões de cabelo entre Jack e Stephanie. Apesar do fato de os personagens principais serem notavelmente antipáticos, o filme é charmoso, perspicaz e hilário. (Disney+)

9. “O Sabor da Vida” (2023), estrelado por Juliette Binoche e Benoît Magimel, é a metáfora por excelência da comida como amor. Ambientado no século XIX, Eugénie e Dodin trabalham lado a lado na cozinha de Dodin preparando pratos elaborados e sobrenaturais para servir aos seus amigos. Enquanto ela corta, mexe e prova, ele olha para ela com amor, reconhecendo sua beleza, mas principalmente sua habilidade inconsciente de produzir pratos acabados de gosto e elegância requintados. Eles dividem uma cama, mas ela tem relutado em compartilhar sua vida. Na cozinha, eles são iguais, cada um acrescentando às habilidades do outro em um exemplo impressionante de que o todo é mais do que a soma de suas partes. Trabalhar na cozinha juntos é uma sedução diária de degustação e desejo. Ela não desistirá de sua independência, e ele se sente menos do que completo sem ela. Verdadeiramente, a estrela do filme são os banquetes extraordinários que eles preparam, enquanto você vê os muitos passos necessários para fazer suas refeições complexas e de vários pratos, todas representando muito mais do que comida. (VOD)

Aproveite!

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