Shrek: A princesa que poderia ter frustrado os planos de Lord Farquaad
Recreio
O filme "Shrek", lançado em 2001 pela DreamWorks e dirigido por Andrew Adamson e Vicky Jenson, rapidamente se consolidou como um marco na animação, desafiando a hegemonia da Pixar ao conquistar o primeiro Oscar de Melhor Filme de Animação.
A narrativa transporta o público para um universo onde personagens de contos de fadas coexistem com criaturas fantásticas e seres humanos. O protagonista, Shrek, é um ogro que, após ter seu pântano invadido por criaturas mágicas exiladas por Lorde Farquaad, faz um acordo para resgatar a Princesa Fiona em troca de recuperar sua terra.
O enredo central do filme envolve a ambição de Lorde Farquaad de tornar-se rei, o que requer o casamento com uma princesa. Nesse contexto, o Espelho Mágico apresenta três candidatas: Cinderela, Branca de Neve e Fiona. No entanto, a inclusão de Cinderela nessa lista revela uma incoerência significativa. Ao contrário das outras, Cinderela ainda não era princesa naquele momento do conto — uma condição essencial para os planos de Farquaad.
Tradicionalmente, Cinderela alcança o status real somente após seu casamento com o príncipe, fato que a tornaria inadequada como opção para Farquaad. Apesar de algumas versões do conto sugerirem que seu pai era um nobre, isso não a qualificaria automaticamente como realeza aos olhos do ardiloso lorde. A representação dela pelo Espelho Mágico com vestimentas do baile sugere que sua inclusão se deu num momento entre o baile real e seu subsequente matrimônio — um período em que ela ainda não detinha título real.
Lorde Farquaad, motivado por desejo de poder e status, necessitava unir-se a uma verdadeira princesa para consolidar suas pretensões ao trono. Sua escolha por Fiona foi estratégica; ela era uma princesa por nascimento, alinhando-se assim perfeitamente aos seus planos. A alternativa seria Branca de Neve, outra personagem com origem real. Se tivesse optado por Cinderela antes de seu casamento com o príncipe, seus esforços seriam infrutíferos.
Por que o Lorde Farquaad odeia contos de fada?
Além do desejo de tornar Duloc um reino governado por ele, Lorde Farquaad é conhecido pelo seu ódio aos contos de fada. Isso porque, na trama ele decide exilar todas as criaturas mágicas que ali viviam, oferecendo recompensas a população para todos os que os entregassem aos cavaleiros de sua tropa.
Mas de onde vem isso? A resposta para essa enigmática pergunta pode ser encontrada no musical intitulado “Shrek The Musical”, de 2008, onde, durante o número "The Ballad of Farquaad", é explicado um pouco mais sobre a origem do personagem, que não é abordada no filme, e como surgiu seu ódio por contos de fada.
Na cena, descobrimos que Farquaad é filho de Zangado, de “Branca de Neve e os Sete Anões”, com a princesa do conto “A Princesa e a Ervilha”, do autor Hans Christian Andersen. A história explica que, para se casar com seu pai, sua mãe precisou abrir mão de sua coroa e, por ser tão sensível ao ponto de dormir em 25 colchões, certo dia ela acabou falecendo após rolar na cama e cair.
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