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Pobres Criaturas: a beleza e a bizarrice da autodescoberta (crítica)
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Pobres Criaturas: a beleza e a bizarrice da autodescoberta (crítica)

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Tecmundo
14/02/2024 20h00
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Yorgos Lanthimos é presença marcada no Oscar 2024 pelo filme Pobres Criaturas, que após uma longa espera finalmente chegou aos cinemas brasileiros. Estrelado por Emma Stone, Mark Ruffalo e Willem Dafoe, o longa vem causando sensações diversas no público.

A exploração do bizarro já é característica marcante de Lanthimos, diretor de origem grega que também assina filmes como A Lagosta, A Favorita e O Sacrifício do Cervo Sagrado . Em Pobres Criaturas, ele atinge o ápice do estranho, com um toque de comédia e muita profundidade.

Classificado por muitos como um "Frankestein sexualizado", o filme Pobres Criaturas acompanha a fascinante personagem Bella, interpretada pela já vencedora do Oscar Emma Stone . Na trama, vemos o seu surgimento e desenvolvimento ao longo de seus primeiros dias de existência.

Bella tem o corpo de uma mulher que já não existe mais, pois seu cérebro foi removido para dar lugar a outro. No caso, seu próprio filho. Essa desconhecida tentou suicídio, mas foi salva pelo assustador médico Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe).

O médico já é de uma estranheza por si só, e vemos isso logo no início do filme com seu arroto em forma de bolha, que por sua vez é o resultado da manipulação do seu suco gástrico. Modificar o corpo humano é o que Baxter faz de melhor.

Voltando ao corpo que seria de Bella, vemos que ele foi modificado por Baxter ao descobrir que ela estava grávida. Então, ele tirou o cérebro do bebê, que ainda não estava completamente desenvolvido, e colocou no crânio da mulher, descartando o anterior.

Logo, Bella precisa aprender a andar direito, se comportar socialmente e conhecer o seu corpo. Sem nenhuma bagagem emocional e social, acompanhamos o nascimento de uma criatura pura e encantadora.

Lanthimos deixa muito clara a mensagem do controle sobre as mulheres em Pobres Criaturas , o que acontece com os três homens da vida de Bella. Godwin Baxter não só a criou, como a mantém em um ambiente controlado e a proíbe de conhecer o mundo, apesar de se considerar uma boa pessoa.

Depois, ela conhece o advogado Duncan, personagem brilhantemente interpretado por Mark Ruffalo, que se apaixona e a convida para uma aventura pela Europa. Com isso, no entanto, veio mais uma prisão.

Emma Stone como BellaEmma Stone como Bella

O terceiro homem a tentar controlar Bella é Alfie Blessington (Christopher Abbott), o marido da mulher que era dona do corpo atual da personagem. Nossa protagonista começa a descobrir o que acontecia com a antiga proprietária de sua pele, órgãos e cabelos, e se não fosse pela inteligência adquirida ao longo do filme estaria novamente em uma prisão.

Por não ter passado por todas as fases da vida, crescendo e se desenvolvendo como uma mulher, Bella não compreende o papel ditado a ela na sociedade e não se deixa controlar pelas imposições que recebe. Emma Stone encanta ao retratar as atitudes da personagem, mostrando a sua evolução como um ser humano.

Mais do que explorar a mente de Bella, o filme mergulha nas sensações físicas vividas pela personagem. O longa traz muitas cenas de sexo e nenhuma é em vão, já que absolutamente tudo o que vemos no filme existe para causar algum tipo de desconforto.

Bella é uma pessoa curiosa, com vontade de viver e descobrir o mundo, adquirir conhecimento e experimentar sem parar. Os primeiros passos da mulher são interessantes, assim como a sua evolução, deixando de ser uma pessoa desprovida de inteligência para se tornar alguém repleta de sabedoria e com fome de viver.

Mais do que uma história cativante, o diretor de Pobres Criaturas caprichou no visual do filme. Os elogios vão tanto à vestimenta vitoriana de uma época distante, quanto os detalhes futuristas que existem nas cidades.

Entre cenas em preto e branco e coloridas, o visual conversa perfeitamente com a história, criando uma obra que, definitivamente, será tema de discussões de fotografia, cenografia, efeitos especiais e tudo o que abrange o audiovisual.

Os três protagonistas entregaram atuações excelentes, com destaque à Emma Stone, que pode ter acabado de viver o melhor papel de sua carreira.

Você pode assistir ao filme Pobres Criaturas nos cinemas de todo o Brasil.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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