Jogador da Seleção Brasileira é alvo de racismo religioso: "Macumbeiro vagabundo"
Anamaria
O jogador de futebol Paulinho, do Atlético-MG e da Seleção Brasileira, foi alvo de ofensas de cunho religioso após o jogo contra a Colômbia, válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo. A discriminação direcionada ao atleta, que é praticante do Candomblé, expôs uma situação recorrente no contexto da sociedade brasileira: o racismo religioso.
Os comentários ofensivos incluíram ataques preconceituosos como: "Se macumba funcionasse, Bahia seria rica", "Cadê seu Exu agora, Paulinho?", “Foi só esse macumbeiro vagabundo, desperdiçador de farofa entrar que tomamos a virada”, “Só foi o macumbeiro petista entrar que o Brasil tomou a virada” e "O Paulinho macumba manchando a história da Seleção Brasileira".
Estas expressões discriminatórias não só ferem o atleta individualmente, mas também provocam uma reflexão sobre a necessidade de lidar com o preconceito religioso. Paulinho, conhecido por ser filho de Oxossi e aberto sobre sua fé, não deixou o episódio passar sem resposta. Em suas redes sociais, postou uma mensagem: "Nossa luta é diária... Seguimos. Gratidão aos orixás."
O caso reacende uma discussão crucial sobre a diversidade religiosa no futebol brasileiro, onde a maioria dos jogadores se identifica com religiões cristãs. O episódio serve como alerta para a urgência de promover um ambiente inclusivo, respeitoso e livre de preconceitos no esporte brasileiro e na sociedade como um todo. Além disso, reforça a importância de iniciativas educativas e campanhas contra o racismo religioso, a fim de criar uma cultura mais tolerante e consciente.