Atlético-MG é denunciado por Procuradoria; e Arena MRV pode ser interditada
Gazeta Esportiva
A Procuradoria da Justiça Desportiva denunciou o Atlético-MG e solicitou, em Medida Inominada, a interdição da Arena MRV e a realização dos próximos jogos da equipe em outro estádio, com portões fechados, até o julgamento ou a comprovação de medidas de segurança necessárias no local. A denúncia foi formalizada na noite desta segunda-feira, 11 de novembro, um dia após os graves incidentes ocorridos durante a final da Copa do Brasil contra o Flamengo.
Na denúncia, a Procuradoria destacou atos de violência por parte da torcida do Atlético-MG, que foram registrados na súmula da partida e em imagens da transmissão. A lista de infrações inclui o arremesso de bombas no gramado em quatro ocasiões — aos nove, 49, 50 e 52 minutos de jogo — todas lançadas da arquibancada destinada à torcida mandante. Esses incidentes, segundo a súmula, colocaram em risco a integridade dos jogadores e resultaram em ferimentos graves em um fotógrafo de campo.
Um dos artefatos explodiu próximo ao jogador Gonzalo Plata, e outro foi lançado na direção do goleiro Rossi, ambos do Flamengo. Um terceiro artefato atingiu o fotógrafo Nuremberg Maria José, que sofreu fraturas nos dedos e teve tendões rompidos, necessitando de cirurgia.
A súmula também relata arremesso de objetos no gramado em diferentes momentos do jogo, o que causou a paralisação da partida por sete minutos, e o uso de laser para apontar nos olhos do goleiro do Flamengo.
A Procuradoria ainda destacou diversas invasões de campo: um torcedor invadiu o gramado após o gol do Flamengo, enquanto outros tentaram invadir o campo ao final do jogo, momentos antes da cerimônia de premiação.
Com base nos artigos 211 e 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), a denúncia acusa o Atlético-MG de falhar em manter a segurança do local e de não adotar medidas para prevenir e reprimir a desordem.
A pena para as infrações inclui multas que variam entre R$ 100 e R$ 100 mil, além da possibilidade de interdição do estádio até que as exigências de segurança sejam cumpridas. O pedido de interdição será analisado e despachado pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luís Otávio Veríssimo.