Como o conflito em Israel impacta o futebol palestino
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No último sábado, 7, o grupo Hamas lançou um ataque terrestre, marítimo e aéreo contra Israel, a partir da Faixa de Gaza. O governo de Benjamin Netanyahu, por sua vez, declarou guerra à organização e respondeu com intensidade, bombardeando a região. É a maior escalada do conflito israelo-palestino em décadas, com quase 2 mil mortos confirmados.
A guerra entre as partes gera profundos impactos na vida de israelenses e de palestinos. Ao representar uma grande manifestação cultural da humanidade, o futebol reflete a polaridade da política no local. Dessa maneira, a Palestina não possui uma liga própria: a prática do esporte é dividida em duas organizações, sendo uma situada em Gaza e a outra na Cisjordânia.
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Vale destacar, no entanto, que essa configuração não era a desejada inicialmente pelo povo palestino: como Israel impede a circulação entre as regiões, a formação de uma liga nacional é inviabilizada. Desde a criação do Estado israelense em 1948, por intermédio da ONU, os territórios designados como palestinos foram sendo cada vez mais dominados e seus centros urbanos perdendo conexão.
O rigoroso controle da circulação, feita pelo Estado de Israel, não só impede a fundação de uma liga unificada como também, muitas vezes, dificulta viagens internacionais da seleção palestina. A Associação de Futebol da Malásia, que organiza um amistoso também com Índia e Tajiquistão, por exemplo, comunicou que a equipe nacional foi forçada a retirar-se por “não poder voar para Kuala Lumpur devido à situação tensa no país”.
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É importante ressaltar que a Palestina já apresentou denúncia à Fifa pela existência de times que disputam a liga israelense em ocupações de seu território determinadas como ilegais; segundo a última atualização, sete clubes estariam envolvidos. O órgão máximo do futebol no mundo, porém, optou por não interferir na questão.
O técnico da Palestina, Makram Daboub, já demonstrou insatisfação sobre a impossibilidade de ir a Gaza assistir aos atletas de lá, podendo somente convocar só quem joga na Cisjordânia. Ainda assim, competir na região permitida também representa um risco, já que prisões arbitrárias são comuns, como ocorreu no caso do jogador Mahmoud Sarsak, que foi acusado de participar de grupos extremistas e não teve direito a julgamento.
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Em Israel, as principais competições de futebol foram paralisadas desde o início dos ataques, assim como as partidas da seleção israelense foram adiadas; o time nacional tinha compromisso com a Suíça, no dia 12 de outubro, pelas Eliminatórias da Eurocopa 2024. Os atletas dos clubes do país utilizaram as redes sociais para prestar apoio e pedir o fim do conflito, que nunca parece chegar.
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*Texto sob supervisão de Gabriela Santos