Exclusivo: Casagrande explica ausência no velório de Pelé e cita “recaídas emocionais”
Sportbuzz
Ausente no velório de Pelé, Walter Casagrande, ex-jogador e atual comentarista de futebol, explicou a decisão de não dar o último adeus ao Rei do Futebol. Edson Arantes do Nascimento morreu na última quinta-feira, 29 de dezembro, aos 82 anos, e foi velado em cerimônia no gramado da Vila Belmiro, estádio do Santos.
Na conversa, Casagrande destacou um tipo de autocuidado que tem para evitar recaídas emocionais. Ele relembrou que não compareceu ao velório do pai e de grandes amigos, como Sócrates e a ícone do vôlei brasileiro, Isabel Salgado.
“Para mim foi muito chocante, apesar de saber que podia acontecer (a morte de Pelé, que estava internado desde 29 de novembro) por conta das notícias. Foi muito impactante. Todo mundo sabe que sou dependente químico, fiquei internado por um ano; estou muito bem, não bebo, não fumo, estou distante das drogas, mas eu tenho umas regras que tenho que colaborar para que eu me mantenha (bem)”, começou Casagrande.
“Eu não corro risco de recaídas para drogas, mas corro riscos de recaídas emocionais. No tratamento que tenho hoje, uso antidepressivo, ansiolítico, antipsicótico e estabilizador de humor: tudo isso para que eu não tenha queda emocional. Eu fiquei muito tempo congelado por conta das drogas, e quando eu voltei limpo e comecei a ver a vida como ela é, as emoções passaram a bater muito fortes”, continuou.
“E eu não fui ao velório do Pelé exatamente por isso. Eu não vi o meu pai no caixão, que morreu em 2020, não vi a minha mãe, não vi o Sócrates. A última pessoa foi o Marcelo Fromer (músico brasileiro) lá em 2001, mas também não vi muito. Com a morte de Gal (Costa) eu chorei muito, com o Jô (Soares), Rolando Boldrin, Isabel (Salgado)... e aí veio o Pelé. Não é uma justificativa (a ausência no funeral), é uma realidade dos fatos. E eu cuido disso exatamente para não ter queda emocional”, concluiu o comentarista de futebol.