Pilotos passam mal de calor e cobram F1 e FIA: 'Desmaiando no carro'
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No GP do Catar, que foi a 17ª etapa da temporada de Fórmula 1, os pilotos enfrentaram uma corrida de 57 voltas com a necessidade de fazer três paradas devido ao perigoso desgaste dos pneus. Além disso, o forte calor acentuou o caos na corrida, levando a que praticamente todos os pilotos do grid sofressem algum tipo de mal-estar durante ou após a prova.
Em resposta a essa situação extrema, eles estão pressionando por soluções imediatas para evitar que isso se repita na próxima temporada. Lando Norris, o piloto britânico da McLaren que ficou em terceiro lugar na corrida no Catar, foi um dos mais enfáticos ao comentar a situação. Ele declarou que, ao longo do Grande Prêmio, ele e seus colegas pilotos "atingiram o limite" do que podem suportar em termos de condições e desgaste físico.
“O triste é termos descoberto desta forma”, disse o piloto. “Nunca é uma situação agradável de se estar. Alguns acabam no centro médico ou desmaiados, coisas assim. É algo muito perigoso de acontecer”.
Norris completou: “Estamos em um carro fechado que esquenta extremamente em uma corrida muito exigente fisicamente. É frustrante, pela TV não parece ser tão físico. Mas quando se tem pilotos abandonando ou terminando em péssimo estado, é demais para a velocidade que atingimos, é muito perigoso”,
Durante o fim de semana em Lusail, as temperaturas permaneceram implacáveis, mantendo-se consistentemente acima dos 30°C desde a sexta-feira. Além disso, ventos vigorosos trouxeram uma quantidade considerável de areia para a pista. No entanto, no domingo, a umidade do ar estava notavelmente elevada, intensificando ainda mais o calor e o clima úmido. Mesmo às 20h da noite em Lusail, a sensação térmica atingiu quase 40°C.
A combinação desses fatores teve como resultado a exposição dos pilotos a um risco significativo. Um exemplo disso foi Logan Sargeant, que abandonou a corrida devido a uma desidratação intensa e nem mesmo cruzou a linha de chegada. Seu colega de equipe, Alexander Albon, também enfrentou dificuldades e precisou ser auxiliado para sair do carro, sendo posteriormente levado ao centro médico devido à exposição severa ao calor.
Lance Stroll conseguiu cruzar a linha de chegada, entretanto, confessa que teve apagões ainda dentro do veículo. “Estava tonto, sofrendo com pressão baixa e desmaiando no carro”, contou. Esteban Ocon diz que chegou a vomitar por duas voltas e soube que seria uma corrida longa.
Alpine também opinou: “Tentei me acalmar, lembrar que o lado mental é a parte mais forte do corpo no esporte, consegui me controlar e terminar a corrida. Mas, sinceramente, não esperava que fosse tão difícil”.
No próximo ano, o GP do Catar está programado para ocorrer no início de dezembro, e é esperado que as temperaturas sejam consideravelmente mais amenas do que as registradas na edição de 2023. No entanto, Lando Norris fez um apelo à Fórmula 1, pedindo a implementação de medidas para garantir que o caos experimentado no último domingo não se repita.
“Sei que a corrida do próximo ano será no final da temporada, com o clima muito mais frio, mas é algo que precisa ser pensado. Tenho certeza de que falaremos sobre isso porque, em primeiro lugar, não deveria ter acontecido”, finalizou o inglês.
*com a colaboração de Savanna Machado